domingo, 27 de maio de 2012

Violência escolar por Carlos Eugênio Sombra Moreira


Violência escolar
Violência escolar
Carlos Sombra


     As escolas tornaram-se centros de disseminação da violência. A pedagogia do tudo pode, acorrentada ao sistema de leis que rege o setor educacional, onde crianças e adolescentes gozam de todos os direitos sem necessariamente cumprir os deveres, está jogando o poder institucional escolar na lata do lixo. A indisciplina, a falta de respeito aos pais e professores é a constatação do desmoronamento da estrutura familiar brasileira. Até quando a sociedade vai ficar olhando a degradação da família e da escola? Combater a violência escolar é, sobretudo, educar para a paz.

     Na pujança da vida, onde floresce os princípios básicos da essência moral e ética, é preciso lapidar a personalidade do ser humano. Essa é a fase de plantar a semente, que ao longo do tempo, germinará na formação do caráter. Esse período, também se constitui o nascedouro dos desígnios do ser humano. É o momento de fincar raiz. De conceituar valores culturais, que concerne os princípios fundamentais do respeito à vida. Respeitar o semelhante consiste nos fundamentos básicos que as pessoas precisam ter consciência, já nos primeiros anos de vida.

     O clima de tranquilidade que existia nas escolas, atualmente, faz parte de uma realidade distante. As famílias estão perdendo o domínio de seus filhos cada vez mais cedo. Constantemente são divulgados, nos meios de comunicação, acontecimentos de agressividade dentro dos colégios. As instituições escolares e seu corpo gestor, não encontram formas legais para punir os participantes de cenas lamentáveis de violência. Provocando o aumento das ocorrências. Crianças e adolescentes estão vitimando-se, em nome da impunidade que predomina no Brasil. E a escola tornou-se palco para esses acontecimentos plangentes.

     Todo cidadão tem seus direito, mas em contrapartida, precisa cumprir os deveres. Não se pode delegar direito, sem essencialmente, contrapor as obrigações. É inegável que muitas leis constituídas nas últimas décadas, trouxeram benefícios importantes para crianças e adolescentes. Entretanto, o jovem que ainda encontra-se em formação de suas individualidades, precisa ter a certeza que seus passos ditam o porvir. Suas atitudes refletem no meio social, e na comunidade onde ele habita. Estas podem trazer-lhes bons frutos, ou consequências vorazes.

     Faltam meios legais para as escolas agirem diante de atitudes inconsequentes, que veem ocorrendo frequentemente no ambiente escolar. Consumo de drogas, agressão a professores e colegas de sala, e os casos de bulem, são algumas situações agravantes. Como enfrentar essas circunstâncias que se tornam corriqueiras, perante uma legislação arcaica? Os educares levanta esse questionamento na tentativa de encontrar saídas para amenizar o problema. Entretanto, para aqueles iniciantes na carreira, que ainda não tiveram tempo para se adaptar ao sistema, optam por abandonar a profissão perante tantas situações conflitantes. Ser professor nesse país tornou-se uma profissão de rico.

     As leis brandas estão levando a juventude brasileira, a cair no mundo das drogas e da marginalidade. Esse fato está refletindo no seio da família e das escolas. A violência escolar é uma realidade que precisa ser repensada pela sociedade em geral. Para que algumas atitudes venham ser tomadas. No intuito de conter ações de vandalismo, em um ambiente que tem como propósito básico educar. Ações preventivas são necessárias para garantir a segurança de educandos e educadores.

      A escola é uma instituição que tem em seus objetivos primordiais difundir cultura, fomentar hábitos culturais e propagar a paz e a harmonia entre os semelhantes. Em suas ideologias, prima pela formação do ser humano. Essa finalidade não pode distanciar-se do ambiente escolar. Todavia, para continuar nesse propósito, é preciso que os olhos do poder volte-se para ela.

      Estruturar os colégios de psicólogos que possam acompanhar periodicamente o educando com a colaboração da família, e implantar um setor de segurança, já seria um bom começo na tentativa de solucionar o problema. Chega de romantismo barato na educação! Não se pode aceitar a ideia em um mundo contemporâneo, de o professor assumir o papel do médico, psicólogo e da família. É humanamente impossível para qualquer profissional, arcar com tantas atribuições tão significativas. Cada um com suas responsabilidades. Para que o ambiente escolar volte a ser um centro de segurança, paz e produção de conhecimento.

               
Carlos Eugênio Sombra Moreira
Professor e Escritor

Fonte: TV RUSSAS

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