Professores adotam técnicas que valorizam a autoestima e fortalecem o respeito entre o grupo de estudantes
Fortaleza.
A fórmula é simples: apresentação de vídeos, debates, explicitação de
dramas pessoais e compromissos de uma nova etapa de convivência social.
Tem sido assim que a Escola de Ensino Infantil e Fundamental Caruru, no
Eusébio, busca vencer o bullying entre seus alunos, recuperando a
autoestima de muitos estudantes e servido como exemplo de como
iniciativas de bom senso podem ser úteis e servir como exemplo para
outras unidades de ensino.
O programa “Bullying: Na minha escola
não” foi concebido pelos professores André Lima Verde e Josafá Menezes,
respectivamente, de Educação Física e Informática, que consideram o
problema como um entrave na qualidade do aprendizado e, especialmente,
na formação pessoal do estudante. Desse modo, pensaram em não apenas
combater a prática, como também buscar formas preventivas.
André diz
que as primeiras experiências começaram em fevereiro do ano passado. O
trabalho consiste de duas etapas. Na primeira, um turma de alunos é
levada para uma sala de vídeo, onde se depara com cenas comuns de
Bullying que ocorrem com alunos, sem depender de níveis sociais ou
regionais. Depois, os temas são discutidos em sala de aula, quando
também é uma oportunidade para se compartilhar vivências e discutir
formas de melhor convivência na comunidade escolar.
“A educação
dos jovens no século XXI tem-se tornado muito difícil, dividindo a
ausência de modelos educacionais e falta de limites por parte dos
alunos. Os pais delegam a responsabilidade de educar os filhos à escola e
esta por sua vez necessita da família para juntos trabalharem a
afetividade”, afirma o professor de Educação Física.
Ele ressalta que alunos agressivos, na maioria da vezes, acabam reproduzindo na escola a educação doméstica, seja por agressões, violência, maus tratos e falta de limites.
Ele ressalta que alunos agressivos, na maioria da vezes, acabam reproduzindo na escola a educação doméstica, seja por agressões, violência, maus tratos e falta de limites.
Bons resultados
“Embora
nossa Unidade Escolar não apresente casos graves de bullying, lançamos o
projeto com o intuito de acabar com os casos que existem e prevenir que
aqueles mais graves possam surgir na nossa unidade”, disse André Lima
Verde.
A diretora da Escola, Maria Gorete Frota, disse que
aceitação do projeto concebido pelos professores foi imediata. Ela conta
que ficou feliz com os resultados, que foram fundamentais para elevar a
consciência do respeito ao ser humano.
“Essas ações vêm ocorrendo
semanalmente e o mais importante tem sido que não acontece 100% na
escola. Há uma grande inserção das famílias”, afirma a diretora. O
trabalho na escola, que inclui ainda teatro de bonecos, dramatizações e
vivências, também ganhou as ruas do Eusébio, com um passeio ciclístico
chamando a atenção para o respeito às pessoas.
Se a diretora
comemora os resultados, vítimas do bullying festejam ainda mais. Esse é o
caso da estudante Laís Souza Lima, 13 anos, aluna do 9º ano. Ela lembra
que chegou a pensar a trocar de escola, porque não aguentava o assédios
e pilhéria dos colegas pelo fato de ser gorda. Agora, houve uma mudança
radical. Não há mais brincadeiras de pancadarias no período recreio e
nem apelidos que funcionavam como frequentes insultos. “Colegas que
antes me perseguiam agora são meus amigos e temos uma relação
solidária”, disse a estudante.
MARCUS PEIXOTOREPÓRTER
Fonte: Diário do Nordeste
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