sexta-feira, 18 de maio de 2012

Aluna sofre bullying após castigo de professora

Mãe acusa escola municipal de Taubaté de ser omissa e afiram que pretende processar responsáveis  

Michelle Mendes/Agência BOM DIA
redacao@bomdiataubate.com.br

 
"Mãe luta pelo filho enquanto tiver forças e é isso que vou fazer pela minha filha". As palavras são da dona de casa Lisandra Moreira de Jezus, 34 anos, mãe da jovem de 14 anos que teve que pagar castigo físico por ter ido à escola após o feriado de 1º de maio, em Taubaté.

A mãe acusa a escola de omissão, diz que a filha está sofrendo com a gozação dos colegas e, por esses motivos, pretende processar os responsáveis na Justiça.

O problema ocorreu um dia após o feriado, poucos estudantes foram à Escola Municipal  Professor Ernani Giannico, na Vila Olimpia. Na turma do 9º ano, apenas a jovem J.G.M.J, de 14 anos, e mais uma amiga ficaram para a aula de português.

CASTIGO
A estudante conta que a professora, irritada, chamou as duas de 'trouxas' e ordenou que fizessem 20 flexões, 20 abdominais, 20 pulinhos de galos (pequenos saltos com as pernas flexionadas) e 40 polichinelos. "Ela falou assim: 'Isso é para vocês largarem mão de ser 'trouxas' de virem na escola no feriado. Se alguém vier nos próximos feriados eu vou começar a dar falta'”, conta a estudante.

A menina relata que a professora tentou piorar ainda mais o castigo. “Primeiro ela pediu pra gente tirar a blusa e depois falou duas vezes que era para fazer os exercícios físicos. Para ficar mais difícil, ela ainda segurou a minha perna", disse.

A amiga de J. e sua mãe não quiseram falar sobre o assunto como BOM DIA.

Boa aluna
O boletim escolar de J. mostra que  ela é uma boa aluna. Além das notas estarem acima da média, a jovem se prepara para fazer a prova do Colégio Embraer, de São José, e sonha em ser médica.

Porém agora está com medo e vergonha de continuar frequentando as aulas. "Na hora que a professora mandou a gente pagar castigo eu me senti muito humilhada. 
Ainda me sinto, é difícil levantar todos os dias e ter que ir para escola, sempre quando passo por alguém, vejo gente cochichando e tirando sarro de mim", disse.

E o pior é que ela passou a ser  vítima de bullying. “Os alunos da 7ª série chegaram a me chamar de 'cadelinha' por causa de um exercício que tive que fazer. Estou sendo humilhada. Os funcionários sabem, mas não fazem nada para me ajudar", disse a jovem.

Os pais já encaminharam uma queixa formal à  escola e à Diretoria de Ensino e Cultura.

A mãe chegou a gravar uma conversa com a professora. "Está tudo gravado, ela confessou que mandou as meninas fazerem os exercícios e ainda disse que o que estava falando não era grave.”

Professora pediu licença médica após denúncia O secretário de Educação de Taubaté, Carlos Roberto Rodrigues, disse que na mesma semana do ocorrido, a professora tirou licença médica de 20 dias. Após esse prazo, ela será oficialmente afastada. 

"Vamos investigar o motivo de uma professora de português aplicar 'castigo' e obrigar a exercer atividades designadas a professores de educação física. Ela deveria estar na sala. Vamos ouvir as alunas, a professora e outros funcionários para saber o que realmente aconteceu", disse o secretário.

Uma sindicância foi aberta para apurar o caso. Em um mês, se comprovado o erro da professora de português, ela poderá ser advertida ou sofrer punições como suspensão ou demissão. "Não há explicação lógica, uma atitude pedagógica que 
justifique um ato desse", disse Rodrigues.

A professora não foi localizada para comentar o caso.
 
Fonte: Diário de São Paulo

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