RIO
- Três dias após o início do Programa Estadual de Integração da
Segurança (Proeis), um grupo de professores do Colégio Estadual Júlia
Kubitschek, no Centro, divulgou um abaixo-assinado para pedir à
Secretaria estadual de Educação a retirada dos policiais militares de
dentro da escola. Desde quarta-feira, 90 escolas estaduais contam com
policiais armados dentro de suas dependências.
- Nosso objetivo é que o policiamento se concentre na área externa, onde ocorrem assaltos. A presença da PM dentro da instituição interfere na relação entre professor e aluno. Nossos conflitos internos devem ser resolvidos de forma pedagógica, e não na delegacia - disse o professor Almir Pereira, um dos que assinam o documento. - Não há necessidade de uma repressão desse tipo. Nossos estudantes não são bandidos para serem tratados assim.
A diretora do colégio, Sheila Guimarães, entretanto, garante que a reivindicação é algo pontual. Segundo ela, o abaixo-assinado não reflete a opinião da direção, nem da maioria da comunidade escolar.
- Os policiais não ficam dentro da unidade. Eles fazem o patrulhamento no entorno, guardando a entrada e a saída. Fizemos todo um planejamento antes de pedir a presença da PM. Tivemos até a preocupação de solicitar policiais femininas, já que as meninas são maioria entre os alunos aqui. Até agora, estamos satisfeitos com o resultado do programa - disse Sheila Guimarães.
Em nota, a Secretaria estadual de Educação informou que vai manter o policiamento dentro da Júlia Kubitschek. Num comunicado, o órgão explica que a "segurança nas escolas é uma demanda de pais, alunos e professores (...). O PM está no colégio para contribuir com a segurança, para inibir possíveis atos de violência que possam ocorrer, principalmente de fora para dentro da escola".
A secretaria também se pronunciou sobre o fato de o Ministério Público estadual estar analisando a legalidade da medida, alegando estar "disposta a levar toda e qualquer resposta aos promotores de Justiça". Segundo a mesma nota, "em momento algum do programa, esses policiais foram chamados para atuar como zeladores, inspetores e supervisores pedagógicos". Ainda de acordo com a nota, os PMs não poderão revistar alunos, apenas em casos extremos e, mesmo assim, com o acompanhamento e orientação da direção do colégio.
Nesta quinta-feira, o Ministério Público estadual informou que vai investigar o convênio firmado entre as secretarias estaduais de Segurança e de Educação que autorizou a presença de policiais militares armados no interior de 90 escolas do Rio. O titular da 2 Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Educação da capital, promotor Emiliano Rodrigues Brunet Depolli Paes, instaurou inquérito civil e perguntará à Secretaria de Educação se houve avaliação prévia da questão e como será o modo de atuação dos PMs.
Fonte: yahoo notícias
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