Tanto o “Bully”, quanto a “vítima” podem sofrer sérios problemas quando adultos
Por Priscila Fantato
Os “bullies”, pessoas que tem um comportamento de intimidar outras com a intenção de humilhar estão cada vez mais frequentes. O problema maior é que no futuro, tanto o bully, quanto sua vítima podem sofrer grandes danos psicológicos, físicos e de relacionamento com a sociedade.
“Identificar o bully e a vítima é muito importante para a descaracterização do problema. Identificar quem é quem, em qualquer situação, pode ajudar a melhorar sentimentos opostos de superioridade e de inferioridade”, disse Mauro de Almeida, psicólogo clínico.
Para Mauro, do lado do bully existe uma expectativa de poder e de liderança que consiste na necessidade de afirmação. “Os bullies sempre irão procurar suas vítimas que não terão poder de reação”, explicou. “Já a vítima acaba sendo inferiorizada por alguma característica. Como por exemplo ser gordo, baixo, ruim em matemática, com espinhas, magro e por aí vai, além das deficiências físicas”, completou.
O psicólogo ainda ressaltou que nos dois casos é importante tratamento psicológico, já que em muitos casos a criança, ou o adolescente, tornam-se adultos criminosos, pessoas frustradas, ou até mesmo mudam sua sexualidade. “A vítima é o grande problema. Deve-se cuidar de sua auto-estima e mostrar suas características positivas. Eles acabam sendo os mais perigosos no futuro, porque explodem de repente”, garantiu Mauro.
No caso dos bullies, o importante é tirar as características de poder. “Certamente se a sociedade reagir a uma ação do bully, ele irá recuar, pois ele só se sentirá superior se conseguir humilhar a outra parte”, destacou Mauro.
Para identificar, tanto o bully quanto a vítima, tanto pais quanto educadores devem ficar atentos às atitudes e reações das crianças, que cada vez estão praticando mais cedo. “Crianças de 9 e 10 anos já estão praticando o bully. Então, no caso dos pais, o importante é perceber através de conversas de internet, principalmente se ele está sendo opressor ou oprimido. Além de verificar se isso ocorre repetidas vezes. Mudanças repentinas de comportamento também devem ser observadas. Ouvi-los, prestar atenção e não metralhá-los de perguntas, podem ajudar a identificar o problema”, ressaltou o psicólogo.
Mauro aconselha para minimizar os problemas, tanto dentro quanto fora da escola, duas coisas: primeiro criar um código disciplinar, regras para melhorar o bem estar. “Certamente a criança se tornará um adulto seguro se aprender a ter limites e regras”, avisou. Em segundo lugar, Mauro aconselha a levantar a auto-estima de qualquer pessoa. “Trabalhar as inferioridades de cada indivíduo pode transformar em pessoas melhores. Todos temos pontos positivos que devem ser trabalhados. As vezes dizer para o CDF da classe que ele não é somente isso, mas é uma pessoa inteligente, o ajudará a entender este seu ponto. Descobrir outros em gordinhos, magrinhos, e etc, também é necessário. Incluir significa descaracterizar um problema”, destacou.
No caso dos meninos, a frequência é maior, já que estão ligados aos hormônios de masculinidade. Neles, o bully é identificado como direto, já que manifesta com escolha de sua vítima, como predador e presa. Nas meninas, o bully é indireto. Geralmente elas são mais sutis e fazem o bullying através de intrigas e fofocas.
Nos dois casos o bullying não é necessariamente físico. Pode ser de moral também. Mas Mauro alerta que bullying é diferente de agressão social, por tanto, observar atentamente é importantíssimo. Tanto que o psicólogo tem muitos pacientes do gênero. “Muito mais vítimas do que bullies. E não é só crianças que atendo com este problema. Adultos também. E neste caso, as pessoas mais velhas se sentem impotentes, agressivas e marginalizadas”, finalizou.
Fonte: A Tribuna