Vítima de agressões verbais e até físicas no espaço escolar por 8 anos, adolescente resolveu buscar seus direitos na Justiça, com indenização
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DHIEGO MAIA
Da Reportagem
Uma adolescente ingressou na Justiça com uma ação para reparar danos psicológicos sofridos em uma escola em Cuiabá. Ameaçada até de morte, a adolescente de 17 anos tem medo de andar sozinha. A família está abalada com o caso.
Durante oito anos, P.S.P. foi chamada de balofa, sardenta, perebenta, Mafalda e X-9 na Fundação Bradesco, escola localizada no Jardim Vitória. O caso de bullying – caracterizado por ofensas verbais e agressões físicas a uma pessoa por motivos banais - contra a adolescente chegou até as últimas consequências. Por duas vezes, P.S.P. foi agredida fisicamente. Em uma das oportunidades, até dentro da sala de aula.
A adolescente falou à reportagem. Ela disse que os xingamentos abalaram seu comportamento. “Eu só choro e às vezes tenho vontade de só comer”, disse. Segundo a vítima, as ofensas começaram pelo desempenho dela na sala. Sempre conseguiu tirar boas notas e isso teria provocado ciúmes em parte da turma. Cerca de 15 meninas perseguiam a vítima.
Depois de ameaçada até de morte, a família da adolescente procurou a polícia e registrou boletim de ocorrência. E não ficou só por aí. A família da vítima, por meio da Defensoria Pública, ingressou na Justiça com uma ação contra a administração escolar da Fundação Bradesco. No entendimento do defensor público Cláudio Aparecido Souto, a escola foi omissa nos casos de agressão contra a adolescente. “O colégio tem que responder nesse caso porque é o guardião do menor. A escola tem que resguardar a integridade física das pessoas”, justifica o defensor público.
P.S. confirma a omissão da instituição. “Eu fui suspensa no dia em que eu mesmo apanhei. Procurei ajuda da escola e eles não fizeram nada. Até fui ameaçada de perder a vaga no banco”, relata a adolescente.
Ela sonhava em trabalhar na instituição bancária que mantém a escola, mas o sonho não mais será possível. “Depois de tudo isso, não vou mais conseguir trabalhar lá”, reforça.
A ação que tramita desde ontem na Justiça pede uma indenização de R$ 50 mil como forma de reparação dos danos morais aos quais a adolescente foi submetida. Um laudo emitido pela psicóloga da Defensoria Pública detectou que a adolescente sofreu danos psicológicos gravíssimos. Com medo, P.S.P. decidiu não mais estudar na Fundação. Ela vai cursar o 3º ano do ensino médio em outra escola.
OUTRO LADO – A reportagem tentou contato telefônico com a Fundação Bradesco por diversas vezes, mas ninguém foi encontrado para responder sobre o assunto. Em seu site, a Fundação Bradesco enfatiza que insere em seu quadro, principalmente alunos de baixa renda.
Fonte: Diário de Cuiabá
Da Reportagem
Uma adolescente ingressou na Justiça com uma ação para reparar danos psicológicos sofridos em uma escola em Cuiabá. Ameaçada até de morte, a adolescente de 17 anos tem medo de andar sozinha. A família está abalada com o caso.
Durante oito anos, P.S.P. foi chamada de balofa, sardenta, perebenta, Mafalda e X-9 na Fundação Bradesco, escola localizada no Jardim Vitória. O caso de bullying – caracterizado por ofensas verbais e agressões físicas a uma pessoa por motivos banais - contra a adolescente chegou até as últimas consequências. Por duas vezes, P.S.P. foi agredida fisicamente. Em uma das oportunidades, até dentro da sala de aula.
A adolescente falou à reportagem. Ela disse que os xingamentos abalaram seu comportamento. “Eu só choro e às vezes tenho vontade de só comer”, disse. Segundo a vítima, as ofensas começaram pelo desempenho dela na sala. Sempre conseguiu tirar boas notas e isso teria provocado ciúmes em parte da turma. Cerca de 15 meninas perseguiam a vítima.
Depois de ameaçada até de morte, a família da adolescente procurou a polícia e registrou boletim de ocorrência. E não ficou só por aí. A família da vítima, por meio da Defensoria Pública, ingressou na Justiça com uma ação contra a administração escolar da Fundação Bradesco. No entendimento do defensor público Cláudio Aparecido Souto, a escola foi omissa nos casos de agressão contra a adolescente. “O colégio tem que responder nesse caso porque é o guardião do menor. A escola tem que resguardar a integridade física das pessoas”, justifica o defensor público.
P.S. confirma a omissão da instituição. “Eu fui suspensa no dia em que eu mesmo apanhei. Procurei ajuda da escola e eles não fizeram nada. Até fui ameaçada de perder a vaga no banco”, relata a adolescente.
Ela sonhava em trabalhar na instituição bancária que mantém a escola, mas o sonho não mais será possível. “Depois de tudo isso, não vou mais conseguir trabalhar lá”, reforça.
A ação que tramita desde ontem na Justiça pede uma indenização de R$ 50 mil como forma de reparação dos danos morais aos quais a adolescente foi submetida. Um laudo emitido pela psicóloga da Defensoria Pública detectou que a adolescente sofreu danos psicológicos gravíssimos. Com medo, P.S.P. decidiu não mais estudar na Fundação. Ela vai cursar o 3º ano do ensino médio em outra escola.
OUTRO LADO – A reportagem tentou contato telefônico com a Fundação Bradesco por diversas vezes, mas ninguém foi encontrado para responder sobre o assunto. Em seu site, a Fundação Bradesco enfatiza que insere em seu quadro, principalmente alunos de baixa renda.
Fonte: Diário de Cuiabá
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