domingo, 31 de janeiro de 2016

Bullying: A agenda de Diego 'avisava' do seu suicídio, dizem pais

Caso de suicídio por alegado bullying foi arquivado, apesar de algumas evidências em contrários. Pais de menino de 11 anos que pôr termo à própria vida não desistem até descobrir o que aconteceu no colégio onde o filho estudava.

MUNDO ESPANHAPOR ANABELA DE SOUSA DANTA
Diego González suicidou-se a 14 de outubro de 2015 por não aguentar mais ser vítima de bullying no colégio que frequentava, em Leganés, Madrid. O menino de 11 anos de idade saltou da janela de sua casa, um quinto andar, e deixou uma carta de despedida aos pais, tornando-se este caso muito mediatizado em Espanha.

A carta, revelada no passado dia 20 de janeiro pelo El Mundo, parecia dar indicações em relação ao que motivou a criança a pôr termo à vida. “Papá, mamã… espero que algum dia me possam odiar um pouco menos. Eu não aguento mais ir ao colégio, e não há outra maneira de não ir”, escreveu Diego, como justificação.
Ainda assim, as autoridades descartaram a hipótese de bullying e o caso foi arquivado, mesmo existindo denúncias de outros pais.
Os pais de Diego não se conformam e, nos últimos três meses, tentam lutar para que seja feita justiça. Este sábado o El Mundo publica imagens da agenda da criança, em datas passadas e nos dias imediatamente anteriores ao seu suicídio.
“Vejam como ele deixou a agenda na última semana”, indicam os pais. A publicação descreve um diário como “meticuloso” com uma “letra perfeita e firme” a não ser naquela última semana, conforme pode comparar nas imagens.
“Veja o resto da semana… Passava-se alguma coisa com ele”, acrescentam os progenitores, que afiançam não desistir enquanto não souberem o que se passou com o seu filho.

Mark Wahlberg e Will Ferrell falam com Papelpop sobre competitividade, bullying e mais!

PAPELPOP.COM.BR

Atenção ouvintes do nosso podcast Um Milkshake Chamado Wanda! Sabe pra onde a nossa Marina Santa Helena foi? Ao México, conversar com os atores Mark Wahlberg e Will Ferrell.
Os dois são as estrelas de “Pai em Dose Dupla”, filme em que um vive o pai e outro o padrasto de algumas crianças – e que vivem competindo pela atenção delas.
Por isso, Mark e Will falaram com a gente sobre competitividade e também outros assuntos, como bullying e até mesmo smooth jazz. Então coloca o seu CD do Kenny G pra tocar e vem ver esse papo:

sábado, 30 de janeiro de 2016

Bullying discutido no Vilaverdense FC

Por NUNO BARBOSA
O Vilaverdense Futebol Clube (VFC) pretende alargar a sua cultura e incutir os valores nos mais jovens, promovendo a realização de uma formação aos treinadores.
A formação está marcada para hoje às 21:00 horas no Auditório do Estádio Cruz do Reguengo. Em cima da mesa estão temas como o bullying no futebol jovem, como identificar e tratar, e ainda a “chave para se tornar um treinador de grande nível”.
O primeiro tema será orientado pela ex-psicóloga da formação do Boavista FC, Sofia Pinto, que vai explicar como lidar com casos mais delicados do bullying.

Não se deve confundir todos os atos violentos entre jovens como bullying. O bullying é repetitivo

Setúbal - Problemática do bullying entre os jovens 

Setúbal - Problemática do bullying entre os jovens <br />
«Não se deve confundir todos os atos violentos entre jovens como bullying. O bullying é repetitivo»A problemática do bullying entre os jovens foi abordada hoje de manhã, numa conferência em Setúbal na qual o vereador Pedro Pina assegurou que esta é uma preocupação constante, na área da Juventude, para a Câmara Municipal.

Pedro Pina, a quem coube, juntamente com o presidente da LATI, Sertório Herrera, a abertura dos trabalhos da conferência “Bullying em Contexto Escolar” , no Centro Comunitário Bocage, salientou que a Câmara Municipal “tem como preocupação permanente o combate a esta forma de violência”.

“Só de uma forma coletiva se poderá fazer frente a um problema que é uma realidade latente e persistente”, sublinhou o vereador dos pelouros da Educação, Juventude e Desporto na abertura do encontro promovido pela LATI – Liga dos Amigos da Terceira Idade no âmbito de um ciclo de conferências sobre juventude.

Pedro Pina, a quem coube, juntamente com o presidente da LATI, Sertório Herrera, a abertura dos trabalhos da conferência “Bullying em Contexto Escolar” , no Centro Comunitário Bocage, salientou que a Câmara Municipal “tem como preocupação permanente o combate a esta forma de violência”.

A presença de alunos da Escola Secundária D. Manuel Martins entre a plateia constituída, principalmente, por profissionais com atividade relacionada com a problemática do encontro, levou Pedro Pina a dirigir uma palavra especial ao público mais jovem. “É também com vocês que se começa a combater o bullying. Com a vossa participação, envolvimento, pró-atividade. São agentes muito especiais no processo de se encontrar uma solução para este problema”, destacou.

O encontro, o terceiro e último do I Ciclo de Conferências Juventude LATI, apresentou no primeiro painel as intervenções de Marta Reis, da Faculdade de Motricidade Humana, que falou sobre “Violência entre pares no contexto escolar”, e da juíza de Direito Belmira Felgueiras, autora da comunicação “O Bullying escolar no ordenamento jurídico vigente: a intervenção tutelar e protetiva e seu enquadramento à luz do direito legal”.

“Bullying é uma das formas de comportamento violento e agressivo entre pares, mas, se for um ato isolado, não é bullying”, definiu Marta Reis, que acrescentou o facto de existir “violência de várias formas, pelo que não se deve confundir todos os atos violentos entre jovens como bullying. O bullying é repetitivo”.

Durante o primeiro painel foram traçados os perfis mais comuns dos típicos agressores e vítimas de bullying, sobressaindo a observação, na intervenção de Marta Reis, de que os primeiros são jovens que manifestamente apresentam “dificuldades em gerir a frustração”.

Graças à experiência vivida durante quatro anos como juíza no Tribunal de Família e Menores de Setúbal, Belmira Felgueiras adiantou que os agressores apresentados nos processos “eram frequentemente vítimas das mais variadas formas de violência parental”.

A magistrada acrescentou, ainda, o facto de ser muito comum os agressores degenerarem para casos de toxicodependência, prostituição e alcoolismo.

Sobre as vítimas, que podem ser tanto passivas como ativas, Marta Reis salientou que é frequente, com o crescimento, tornarem-se também elas em agressoras.

Marta Reis enumerou ainda os diferentes tipos de bullying, que pode ser físico, psicológico, cyberbullying, sexual ou relacional.

“Apesar de ser um assunto muito presente na atualidade da nossa sociedade, nem tudo são más notícias”, adiantou, ao referir-se ao estudo internacional HBSC – Health Behaviour School Aged Children.

O HBSC, com quatro edições desde 1998 e executado, em parceria com a Organização Mundial de Saúde, em 44 países, aponta, na versão de 2014, para uma tendência de diminuição na maioria dos tipos de bullying em Portugal.

Belmira Felgueiras, sobre o papel do Direito como agente dissuasor do bullying, afirmou que “terá que se entender que, paulatinamente, vai ter que se criar outras respostas para esta problemática, de preferência articuladas entre instâncias de primeira linha”.

O encontro de esta manhã abordou também as temáticas “Bullying em Idade Escolar – Algumas Estratégias”, apresentada por Luís Fernandes, da Associação Sementes de Vida, de Beja, e “Indisciplina na sala de aula”, alocução de José Morgado, do Instituto Superior de Psicologia Aplicada.

O encerramento da conferência foi conduzido por Ângela Lemos, membro da direção da LATI, e Jorge Souto, técnico da Comissão Nacional de Proteção de Crianças e Jovens.

Além do encontro de hoje, o I Ciclo de Conferências Juventude LATI, com início em 2015, incluiu sessões dedicadas aos temas “Adolescência: Etapas de Mudanças” e “Desporto, Deficiência e Juventude: A realidade portuguesa”.

Fonte - CMS

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Campanhas de conscientização e canais de denúncias previnem o “bullying” nas escolas, segundo FecomercioSP

Instituições de ensino podem ser responsabilizadas civilmente por omissão ou negligência em casos de “bullying” e “cyberbullying”, com a Lei nº 13.185/2015, que entra em vigor em 6 de fevereiro de 2016

São Paulo, 28 de janeiro de 2016 - A Lei nº 13.185/2015, que entra em vigor em fevereiro de 2016, institui em todo o Brasil o Programa de Combate à Intimidação Sistemática, popularmente conhecida como bullying. De acordo com a nova lei, bullying é todo ato de violência física ou psicológica, intencional e repetitivo, que ocorre sem motivação evidente, praticado por indivíduo ou grupo, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidação, agressão ou constrangimento, causando, assim, dor e angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas.

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), por meio do seu Conselho de IT Compliance e Educação Digital, ressalta a importância das instituições de ensino em promoverem a prevenção, o diálogo e a conscientização de alunos, famílias e docentes.

A necessidade das instituições de ensino em prevenir e remediar o bullying é um dever constitucional, reiterado pelo Estatuto da Criança e Adolescente. Logo, escolas devem não só adotar práticas de prevenção, como também serem diligentes na possibilidade de haver qualquer prejuízo físico ou moral à criança ou ao adolescente, disponibilizando ainda, nos termos da nova lei, os suportes psicológico e jurídico necessários.

Na análise da FecomercioSP, a melhor maneira de prevenir e combater o bullying é quebrar tabus e abordar o tema com pais, alunos, professores e sociedade, a fim de conscientizar, evitar e conter a prática lesiva. “A prevenção e o rápido diagnóstico do problema são fatores essenciais para o êxito do programa de combate ao bullying”, esclarece Renato Opice Blum, presidente do Conselho de IT Compliance e Educação Digital.

Por sua vez, Rony Vainzof, vice-presidente do Conselho de IT Compliance e Educação Digital, ressalta que “além do dever legal, a escola tem o dever social de levar adiante a educação comportamental e o crescimento saudável dos jovens”.

Para Alessandra Borelli, membro do Conselho de IT Compliance e Educação Digital, o assunto deve ser tratado com seriedade e de forma preventiva, por meio de palestras e campanhas de conscientização sobre as gravidades do bullying e do cyberbullying. Orientar crianças, adolescentes, pais e professores sobre os possíveis (e por vezes irreversíveis) desdobramentos da prática, é crucial na mitigação da ocorrência de tais agressões.

Assim, se a criança ou o adolescente sofrer ou presenciar o bullying, deve buscar orientação com seus pais e educadores, os quais, por sua vez, devem agir promovendo auxílios psicológico, jurídico e social que demandarem os envolvidos, acolhendo e orientando vítima e agressor, para cessar a prática hostil e coibir os danos.

De acordo com o Conselho de IT Compliance e Educação Digital, as principais práticas preventivas que costumam apresentar melhores resultados no combate ao bullying:
Brincadeira tem limites e punições

Com frequência, o bullying aparece mascarado por “brincadeiras”, o que pode dificultar a percepção da lesividade da conduta. Contudo, agora, esse ponto já está contemplado pela nova lei. “Essa ressalva da legislação auxilia principalmente a vítima, que não ficará constrangida ao contar a seus pais e educadores que não gostou da ‘brincadeira’, o que poderá romper com umas das grandes barreiras do bullying – o silêncio”, comenta Alessandra Borelli.

Vale observar que, embora a lei em questão não determine expressamente a fiscalização das instituições de ensino quanto às medidas exigidas em seu texto nem preveja sanções por seu descumprimento, a omissão e/ou a negligência de eventuais casos de bullying podem resultar em sua responsabilização civil.

Sendo assim, apesar de a lei privilegiar o diálogo, não revoga qualquer outra norma vigente, tais como o Código Civil, que garante ao ofendido o direito de ingressar com ação indenizatória contra o agressor, e o Código Penal, que, a depender da situação, pode tipificar a intimidação sistemática, como crimes de ameaça, calúnia, injúria, difamação, entre outros.

Em casos de cyberbullying – quando o bullying é praticado em ambiente virtual -, os agressores acreditam que estão sob o manto do anonimato e se multiplicam com rapidez. Contudo, segundo Alessandra, com base no artigo 15 do Marco Civil da Internet, é possível identificar os agressores da internet e puni-los civil e criminalmente.

Naturalmente, a lei, por si só, não é capaz de acabar como bullying, mas inibe a prática ao tratar do assunto de forma específica, estabelecendo o compromisso que se espera das instituições de ensino. Vale ressaltar que, de acordo com o artigo 5º, da Lei nº 13.185, além dos estabelecimentos de ensino, clubes e agremiações recreativas devem, igualmente, assegurar medidas de conscientização, prevenção, diagnose e combate à violência e ao bullying entre seus associados.

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Sobre o Conselho IT Compliance e Educação Digital

O Conselho IT Compliance e Educação Digital faz parte da FecomercioSP e visa contribuir para um ambiente digital inovador, ético, seguro e organizado. Sua missão é debater, estimular e fomentar princípios, garantias, direitos e deveres para o uso seguro, ético, responsável e consciente da tecnologia da informação. Dessa forma, por meio da educação digital, comtempla projetos pautados em justiça, inovação, segurança e livre-Iniciativa. 

Sobre a FecomercioSP

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) é a principal entidade sindical paulista dos setores de comércio e serviços. Congrega 157 sindicatos patronais e administra, no Estado, o Serviço Social do Comércio (Sesc) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). A Entidade representa um segmento da economia que mobiliza mais de 1,8 milhão de atividades empresariais de todos os portes. Esse universo responde por 11% do PIB paulista – aproximadamente 4% do PIB brasileiro – e gera 5 milhões de empregos.

Fonte: Imprensa Fecomercio

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Sucesso inesperado, "Life is Strange" aborda temas como bullying e suicídio

Victor Ferreira
Do UOL, em São Francisco


  • A relação entre as adolescentes Max e Chloe é o foco central do game "Life is Strange"
    A relação entre as adolescentes Max e Chloe é o foco central do game "Life is Strange"
Entre janeiro e outubro de 2015, o estúdio francês Dontnod Entertainment e a publisher Square Enix surpreenderam o mundo dos games com "Life is Strange", um jogo vendido em episódios para PC e consoles.
No papel da jovem Max Caufield, que retorna a sua cidade natal para estudar fotografia, descobrindo poder voltar no tempo após uma tentativa de assassinato, o jogador é confrontado com uma série de problemas cotidianos polêmicos durante a narrativa, incluindo bullying, suicídio, depressão (entre outros diversos problemas psicológicos), até mesmo eutanásia.
No fim, mesmo com críticas comuns a certos elementos - em especial aos diálogos e o final relativamente controverso -, "Life is Strange" foi um dos títulos mais aclamados de 2015, recebendo uma série de indicações e prêmios de Melhor Jogo e Melhor Narrativa do Ano.
Nada mal, para o que começou como uma ideia de três desenvolvedores em seu tempo livre.
"É difícil lembrar como o jogo evoluiu a este ponto", explicou o co-diretor e diretor de arte do jogo, Michel Koch, em entrevista com UOL Jogos. "Só a fase de concepção durou quatro ou cinco meses". 
Inicialmente, o trio se inspirou nas sequências de mudança de memórias do jogo anterior do estúdio, "Remember Me" para criar as mecânicas de volta no tempo. Pela paixão de Koch pela região, e por sua presença na cultura pop em séries de TV como "Arquivo X" e "Twin Peaks", os desenvolvedores decidiram situar a história em uma escola preparatória no Estado do Oregon, na fictícia cidade de Arcadia Bay.
"Achamos que, por ser um jogo focado em escolhas e consequências, e com o poder de voltar no tempo, seria legal situar no colegial, porque é um momento em que as suas decisões ajudam a moldar quem você será como um adulto".
A narrativa passou por uma série de mudanças do seu conceito inicial até a versão final, mas talvez sua maior diferença seja justamente o que veio a ser foco central do game: a turbulenta relação entre Max e sua amiga de infância, Chloe Price.
"Havia uma versão da história sem a Chole - bem básica, de uma página", explicou Koch. "Mas sabíamos que faltava algo. Tínhamos bons momentos, mas não funcionava como um todo. Assim surgiu a ideia de uma melhor amiga, que veio a ser a Chloe, e sabíamos que a dinâmica entre as duas poderia funcionar".
De fato, muito da narrativa final do game envolve o conflito entre a mentalidade da tímida e introspectiva Max com a atitude agressiva de Chloe, que juntas procuram saber o que aconteceu com uma estudante desaparecida há meses sem pistas - tudo isso enquanto visões de um tornado prestes a destruir Arcadia Bay atormentam a protagonista.
Divulgação
Uma das sequências mais memoráveis do jogo envolve uma tentativa de suicídio
Proposta arriscada
Inicialmente, "Life is Strange" seria projeto independente, com investimento menor em relação a outros projetos do Dontnod, o que deu mais liberdade a Koch e seus colegas na elaboração da história e seus temas.
Em 2013, porém, o Dontnod passou por um momento crítico: "Remember Me" não foi um grande sucesso de crítica ou público, e a publisher Capcom decidiu não investir em uma sequência. A situação tornou-se tão instável que, em janeiro de 2014, rumores de que o estúdio fecharia as portas começaram a circular pela internet. 
Sendo assim, o Dontnod foi forçado a vender o projeto - algo significativamente mais complicado do que lançá-lo independentemente, especialmente ao se considerar a natureza conservadora de publishers, que não tem confiança em games estrelados por protagonistas femininas.
"Nós mostramos o jogo para várias publishers, e a maioria delas mostrou interesse pelo projeto, mas também disseram 'não temos certeza' ou 'parece legal, mas não sabemos se vai vender bem'", relembrou o diretor.
Esta não foi a primeira vez que um projeto do estúdio foi recebido desta forma, já que "Remember Me" também traz uma mulher como protagonista (embora a heroína daquele jogo, Nilin, seja radicalmente diferente de Max em termos de personalidade).
Felizmente, a Square Enix decidiu apostar na ideia, e segundo Koch deu liberdade para manter os conceitos essenciais do game.
"No fim foi bom porque era o que era, já que começou como um projeto independente, o que nos deu a liberdade de trabalhar com duas garotas, e naquele ponto já era tarde demais para mudar isso", explicou. "Somos muito gratos pela Square Enix por ter nos dado esta oportunidade".
Não bastasse esta barreira, os desenvolvedores tinham como desafio a implementação dos temas controversos dentro da narrativa: em certo momento, por exemplo, Max pode ou não salvar uma estudante de cometer suicídio, dependendo de ações anteriores do jogador; Também é possível, durante o game, decidir ou não fazer eutanásia em um personagem.
Estas questões foram fonte de bastante preocupação para a equipe de desenvolvimento, que tentou estudá-las e retratá-las da melhor forma possível.
"Procuramos por documentários e artigos, e nosso roteirista pesquisou bastante para garantir que estivéssemos lidando com estes temas de forma inteligente, sem tomar atalhos ou estereotipá-los demais - o que poderia trazer a reação oposta ao jogador", disse Koch. "Também não queríamos fazer nenhum julgamento de valores. Era importante se manter neutro com este tipo de coisa, mesmo em algo como a decisão da eutanásia, porque o jogador deveria decidir por si mesmo".
Mesmo com as ressalvas de outras publishers, a aposta da Square Enix e o Dontnod deu certo, e "Life is Strange" alcançou a maraca 1 milhão de cópias antes do lançamento de seu quarto capítulo. Na última semana, o jogo recebeu uma edição em disco com todos os episódios, além de uma versão especial com um livro de arte e trilha sonora.
Ainda há muitos rumores envolvendo uma possível segunda temporada, que ainda não foi anunciada oficialmente pela Square Enix ou pelo Dontnod Entertainment. Os produtores já deixaram claro, porém, que se houver um novo jogo da série, ele terá um elenco completamente novo de personagens.
"Há muitas coisas que gostaríamos de usar e melhorar com o que aprendemos na primeira temporada: melhorar o diálogo dos personagens, a criação de personagens", declarou Koch. "E há muitos temas que nem foram abordados nesta temporada que poderíamos discutir, como racismo ou imigração. Mas novamente dependeria de que história fizermos e de como o personagem principal se relacionaria com eles".
Enquanto a segunda temporada de "Life is Strange" não está oficialmente em produção, o Dontnod ficará mais focado em outro projeto, "Vampyr", produzido pela equipe de "Remember Me".

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Bullying não faz parte do Singular

Colégio se antecipa à lei nacional que institui o Programa de Combate ao Bullying com metodologia desenvolvida do médico, psiquiatra e escritor Augusto Cury

 / Autor: Redação / Fonte: MP & Rossi

Antes mesmo de ser aprovada a Lei Nacional nº 13.185 de 6 de novembro de 2015, que institui o Programa de Combate à Intimidação Sistemática – Bullying, o Colégio Singular já trabalha há cinco anos com o programa Escola da Inteligência, de autoria do médico, psiquiatra e escritor Augusto Cury.
Desde a implantação do programa, os estudantes da Educação Infantil ao Ensino Médio contam com ferramentas que possibilitam o desenvolvimento psicológico, comportamental e emocional, que se fundamenta na teoria da Inteligência Multifocal. Um bom exemplo, do que os estudantes desenvolvem é a capacidade de se colocar no lugar do outro, e assim enfrentar o preconceito, a intolerância e a discriminação.
Na Educação Infantil e Ensino Fundamental I, o assunto já é trabalhado, porém a palavra Bullying não é utilizada. O material da Escola da Inteligência fornece elementos que visam identificar semelhanças e diferenças, atitudes adequadas e inadequadas.  A partir do 6º ano, o Bullying e outros temas que atuam diretamente na formação da personalidade de cada aluno são trabalhados de forma mais intensa. São propostos temas como pensar antes de agir; superando as ofensas (bullying) e frustrações; autoestima; higiene física e mental (revendo atitudes como pessoa e não estéticas); perseverança; honestidade; determinação, entre outros. Vale ressaltar que os conteúdos, em cada segmento são tratados de acordo com o amadurecimento gradativo das crianças e adolescentes.
Segundo a supervisora pedagógica de Educação Infantil e Ensino Fundamental, Andrée de Almeida, o Singular trabalha o desenvolvimento sócio emocional de crianças, jovens e adultos, tendo como suporte materiais específicos. “O programa já contempla aspectos da nova Lei, mas, a equipe da Escola da Inteligência está elaborando um projeto complementar para trabalhar as questões de Bullying , disponível já no início das aulas, em fevereiro de 2016”, explica. 
O Colégio Singular sempre considerou importante abrir debates e aprofundar questões referentes ao conteúdo da nova Lei, identificando e combatendo os recursos utilizados para constranger, maltratar ou intimidar, o que leva a relações inadequadas e perniciosas. “Acreditamos em um projeto que faz a diferença e envolve famílias, alunos, professores, profissionais da educação”, reforça Andrée.

Mais de 4 milhões de pessoas se juntaram esta menininha para combater o bullying





A internet pode ser cruel, mas quando uma menina chamada Lexie usou as redes sociais para falar do bullying que sofria, a resposta provou que a internet também pode ser um lugar onde se encontra apoio.
O The BULLY Project, uma campanha inspirada pelo documentário Bully, fez uma parceria com o Ad Council para criar um anúncio anti-bullying com Lexie e sua mãe. O anúncio revisita a primeira colaboração de Lexie com o The BULLY Project, em 2014, quando ela apareceu numa foto segurando um cartaz que dizia:
“Sofro bullying porque uso óculos! Compartilhe se você é contra o bullying!”
Foi compartilhada mais de 4 milhões de vezes na página do The BULLY Project no Facebook.
Os comentaristas apoiaram Lexie postando fotos deles mesmos usando óculos.
"Minha filha usa óculos desde que tem 15 meses."
"Óculos são incríveis, e os bullies queriam poder usar também! Você é linda!!!!!”,escreveu um comentarista.
Segundo um relatório de 2014 dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças, 28% dos jovens entre 12 e 18 anos relataram ser vítimas de bullying na escola em 2011.
Mas a grande demonstração de apoio a Lexie no Facebook prova que muita gente está unida na luta contra o bullying.
Bom trabalho, Lexie!
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Este artigo foi originalmente publicado pelo HuffPost US e traduzido do inglês.
Também no HuffPost Brasil:

Hoje em TD+: Arthur descobre que Jojô sofre bullying




Ela desabafa dizendo que o vídeo do pai imitando cachorrinho transformou sua vida num inferno


O Fuxico
Mesmo sendo muitas vezes distante e sem paciência, Arthur (Fábio Assunção) vai sentir bater forte em seu coração o amor e a responsabilidade de pai.
filha Jojô (Giovanna Rispoli) vive aprontando, isso é verdade, mas desta vez algumas fichas vão cair para o empresário.
Tudo começa quando ele descobre que a menina inventou uma doença para não ir à escola.
Ao saber da história, Eliza (Marina Ruy Barbosa) vai conversar com a menina na tentativa de entender seus motivos. “Por que você inventou essa história?”, questiona a jovem modelo. Jojô tentará despistas mas acabará contando a verdade. Ela sofre bullying no transporte da escola e o motivo é o próprio pai.
“Depois que meu pai gravou aquele vídeo idiota, se fazendo de cachorrinho pra Carol, minha vida virou um inferno!”, contará.
Arthur escuta tudo atrás da porta, sente-se culpado e resolve tirar a história a limpo. Ele se oferece para esperar o transporte escolar com a filha, mas ela tenta se livrar dele. “Tô tentando recuperar o tempo perdido. Me deixa ser seu pai de verdade. Te ajudar, te proteger. Por favor”, pede Arthur.
Assim que a van chega, ele escuta a garotada dando risadinhas e logo se manifesta: “Não sei se a Jojô contou pra vocês, eu sou dono da Excalibur. A Jojô está sendo treinada pra escolher as new faces da Excalibur”, dirá o paizão.
Rapidamente uma turminha de puxa-sacos começa a tentar conversa, mas Eliza aparece pra ajudar o amigo. “Eu sou má. E vou avisando: se alguém mexer com a Jojô, vai se ver comigo!”, dirá.
Ainda neste capítulo: Lili sugere que Germano não vá ao julgamento de Fabinho. Yasmin avisa a Lorena que Carolina se encontrará com Germano. Arthur conta a Eliza que a doença de Jojô era uma farsa. Jojô afirma a Eliza que a modelo é a única pessoa que sente afeição por ela. Eliza alerta Arthur que Jojô precisa de sua proteção. Mirthes desconfia de que Leila possa estar interessada em Jonatas. Carolina sugere que Germano dê um anel a Lili e Lorena fotografa os dois juntos.

domingo, 24 de janeiro de 2016

Cruz Vermelha alerta jovens para as injustiças e bullying




“Mudar o mundo está nas suas mãos”. Esta foi a mensagem transmitida a “duas turmas do 6.º ano” da Escola Básica 2/3 de Ribeirão, durante a ação de sensibilização alusiva ao bullying, promovida pela Delegação da Trofa da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP).

O convite foi direcionado pela Biblioteca Escolar, através da professora Aurélia Azevedo, tendo a Delegação da Trofa da CVP sugerido que fosse abordada “a temática da violência, quer doméstica, quer sobre os animais”, através do livro “A Inocência das Facas”. Na ação, que se realizou a 14 de janeiro, Adélia Carvalho, uma das autoras do livro, leu “três textos”, seguindo-se um debate “sobre diferentes temas, nomeadamente a violência de género e preconceito”. 

“Com este livro, a autora pretende que as pessoas mudem as atitudes negativas e ajudem a construir um mundo melhor, tendo recomendado aos alunos que fossem bons observadores e atentos ao mundo que os rodeia” e que “nunca permitissem injustiças, nem nenhum tipo de violência”, contou a professora Aurélia Azevedo.

Já fonte da Delegação da Trofa da CVP considera que estas ações são “momentos de contacto privilegiado com a comunidade juvenil e um momento para, de forma lúdica e informal, valorizar as questões artísticas, discutir e abordar temas normalmente muito sensíveis”.


Esta ação de sensibilização está integrada no CLDS Trofa – 3G Motor de Oportunidades, promovido pela Delegação da Trofa da CVP, Associação Empresarial do Baixo Ave e Associação de Solidariedade e Ação Social de Santo Tirso (ASAS). “Ao aliarmos uma obra como ‘A Inocência das Facas’ ao CLDS Trofa 3G Motor de Oportunidades, estamos a cumprir os objetivos a que nos propusemos aquando da candidatura, como formar jovens multiplicadores para a promoção de valores da liberdade e igualdade”, adiantou.


A Delegação da Trofa da CVP “está disponível” para promover estas sessões em associações, escolas, empresas ou outras entidades. Para tal, os interessados podem contactar a instituição através do 252 419 083, do email cvptrofa@trofa3g.pt ou do Facebook www.facebook.com/trofa3g/.

sábado, 23 de janeiro de 2016

Estado indenizará aluno por agressão dentro de escola

Adolescente sofria bullying e levou soco, frente à omissão de socorro da escola.


Por: Comunicação Social TJSP – AG

Adolescente sofria bullying e levou soco, e a agressão prosseguiu frente à omissão de socorro da escola (Imagem: Ilustração).
Adolescente sofria bullying e levou soco, e a agressão prosseguiu frente à omissão de socorro da escola (Imagem: Ilustração).
Decisão da 11ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo condenou o Estado a pagar indenização por danos morais no valor de R$ 10 mil a um aluno agredido por colega dentro de escola estadual. O adolescente de 12 anos (representado pela mãe na ação) levou um soco que, de acordo com exame, casou lesões de natureza grave, deixando-o incapacitado para as atividades habituais durante 30 dias.
A mãe relatou que seu filho sofria constantemente bullying de garotos da mesma sala, sendo vítima de agressões físicas e verbais, e que, mesmo após comparecer diversas vezes à escola para resolver o problema, não obteve êxito. Depois do soco no rosto, o garoto teria sofrido com dores de cabeça, problemas de sono, quedas e traumas psicológicos, além de ser internado diversas vezes para tratamentos. Sustentou, ainda, que a agressão prosseguiu frente à omissão de socorro da escola.
Já o Estado afirmou que, segundo informações do colégio, o aluno que desferiu o golpe nunca havia se envolvido em brigas e que o comportamento do autor causava “transtornos aos professores em sala e aos funcionários”.
O relator do recurso, desembargador Aroldo Mendes Viotti, explicou que, ainda que o adolescente seja uma criança de temperamento difícil e tenha em alguma medida provocado o comportamento do outro aluno, o dever de vigilância compete ao Estado. “Achando-se o jovem sob a guarda da escola pública, a responsabilidade estatal por sinistros e lesões como a revelada nestes autos é mesmo de cunho objetivo, decorrente de aplicação da teoria do risco administrativo. De se entender, portanto, configurado o nexo causal entre a lesão apontada e a omissão culposa imputável à requerida”, concluiu.
Os desembargadores Ricardo Henry Marques Dip e José Jarbas de Aguiar Gomes também integraram a turma julgadora e acompanharam o voto do relator.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

'Bullying' leva menino de 11 anos a suicidar-se.

Criança deixou carta de despedida emocionante. 
Por T.P.

Diego, um menino espanhol de 11 anos, não aguentou mais o sofrimento de ser vítima de 'bullying' no colégio e pôs termo à vida. Saltou da janela de casa, um quinto andar, onde morava com a família, em Espanha. Aconteceu a 14 de outubro de 2015. Na edição desta quarta-feira, o jornal 'EL Mundo' revela a carta que a criança deixou a justificar o suicídio e a pedir desculpa aos pais

"Papá, mamã... espero que algum dia me possam odiar um pouco menos. Eu não aguento mais ir ao colégio e não há outra maneira para não ir", lê-se na carta de despedida. E acrescenta: "Papá, tu ensinaste-me a ser uma boa pessoa e a cumprir promessas (...). Mamã, tu cuidaste muito de mim e levaste-me a muitos sítios (...) Tata (irmã), aguentaste muitas coisas por mim e pelo papá. Avô, tu sempre foste muito generoso e preocupaste-te comigo." 

Os pais de Diego não se conformam com a perda. Querem que sejam apuradas responsabilidades e pretendem que o colégio seja investigado. A polícia descarta a hipótese de 'bullying', apesar de Diego referir na carta que não queria ir ao colégio, e apesar de existirem denúncias de outros pais. O caso foi arquivado. 

Suspeita de abuso 

No início de 2015, a criança ficou afónica durante quatro meses, situação que os médicos afirmam ter sido resultado de um impacto. A mãe diz que este caso ainda está por explicar e acredita na culpa do estabelecimento de ensino. 

Segundo o advogado da família, Robinson Guerrero, um perito forense recolheu, no velório de Diego, indícios sobre suspeitas de abusos sexuais, mas garante que as amostras não foram analisadas.   

Em 2010, uma aluna do colégio Nossa Senhora dos Anjos, no bairro madrileno de Villaverde, onde Diego estudava, também tentou suicidar-se. No seu diário, a menina explicava que era agredida e que os professores, além de saberem, consentiam. "Diziam que isso me fazia mas forte", lê-se no diário.

Saiba se o seu filho é uma vítima em perigo

Por Joana Capucho da DN

Diego, um menino espanhol de 11 anos, suicidou-se por não aguentar mais ir ao colégio. Em Portugal, estima-se que situações de agressão envolvam uma em cada cinco crianças.

"Papá, mamã... Espero que algum dia possam odiar-me um pouco menos. Não aguento ir ao colégio e não há outra maneira para não ir." A carta que Diego, de 11 anos, deixou aos pais antes de se suicidar, no dia 14 de outubro, tornou-se agora pública. Os espanhóis Carmen González e Manuel suspeitam que o filho terá decidido atirar-se do 5º andar porque era vítima de bullying. Uma situação extrema, dizem os psicólogos ouvidos pelo DN, mas que pode acontecer. Isolamento, alterações de humor repentinas, maior tristeza e queixas físicas permanentes são alguns dos sinais aos quais os pais devem estar atentos.

Vários educadores referem problemas no estabelecimento de ensino que Diego frequentava, no bairro de Villaverde, em Madrid, Espanha. Segundo o El Mundo, a polícia descartou a hipótese de se tratar de bullying e o caso foi arquivado, mas os pais da criança pedem à juíza que investigue até ao fim. Na carta, Diego dizia que não aguentava ir para escola, um dos sinais de alerta.

"É um sinal. Tal como a criança pedir para mudar de escola ou de turma, ou apresentar queixas psicossomáticas - como dores de barriga ou cabeça - com frequência", explica ao DN Sónia Seixas, autora do livro "Diz não ao Bullying - Não deixes que te façam mal". Por norma, também é visível "uma maior tristeza, alterações de humor repentinas, isolamento." E há casos em que o bullying também é físico: surgem rasgões na roupa ou marcas no corpo.

O suicídio que ocorreu em Espanha é, segundo a psicóloga, "um caso extremo." Na generalidade dos casos, explica, "não é uma consequência direta de um comportamento de bullying. Será resultado de uma série de fatores, mas onde o bullying pode, efetivamente, ser o mais grave." Daí a importância de os pais estarem atentos aos sinais de alerta, já que "por vergonha ou embaraço, as crianças não contam aos adultos que são vítimas." Em algumas situações, também têm medo de retaliações.

Susana Carvalhosa, investigadora do ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa, lembra que "é muito difícil contar a um adulto o que se está a passar, seja aos pais ou aos professores." Por isso, as vítimas isolam-se, não têm amigos. "Não veem uma luz ao fundo do túnel. Sabem que quando forem para a escola vão ser gozados e humilhados. Em alguns casos, o suicídio é a única forma que veem de pôr fim a esse sofrimento constante", indica.

Como a criança ou o adolescente tende a manter-se em silêncio, cabe aos pais não desvalorizarem qualquer sinal. "Por vezes, como já passaram pelo mesmo, os pais sabem que vai passar e, por isso, desvalorizam. Mas para quem vive o momento, é tudo sentido com muita intensidade", alerta Sónia Seixas.

Esta semana, foram reveladas as conclusões de um estudo da Faculdade de Motricidade Humana (FMH) da Universidade de Lisboa, segundo o qual um em cada dez jovens praticantes de desporto já foi vítima de bullying, enquanto dois por cento sofrem de agressões persistentes, principalmente no balneário. Para o investigador Carlos Neto, as conclusões do estudo "são preocupantes": "Constatámos que existe uma percentagem elevada de cerca de 10% de eventos de bullying em contexto desportivo."

Segundo Susana Carvalhosa, "uma em cada cinco crianças ou adolescentes estão envolvidos em situações de bullying como vítimas ou agressores." Os números "são elevados" e, por isso, este assunto "deve ser encarado como uma prioridade de intervenção."

Para que estudantes, pais e professores conheçam o fenómeno, Sónia Seixas e Luís Fernandes lançaram, no final do ano, mais um livro: "Diz não ao bullying." É a história de Mário, um rapaz que era ameaçado, roubado, fechado em armários por um colega de escola. Até que uma funcionária do estabelecimento identifica a situação e o ajuda. Salienta o papel do adulto, da sinalização, da importância que deve ser dada aos sinais de alerta".

Um em cada dez jovens atletas já foi vítima de bullying


Um em cada dez jovens praticantes de desporto já foi vítima de bullying, enquanto dois por cento sofrem de agressões persistentes revela um estudo da Faculdade de Motricidade Humana.


Pedro Nunes/LUSA
Um em cada dez jovens praticantes de desporto já foi vítima de bullying, enquanto dois por cento sofrem de agressões persistentes, principalmente no balneário, revela um estudo da Faculdade de Motricidade Humana (FMH) da Universidade de Lisboa.
A investigação pretendeu “identificar se existia estes comportamentos antissociais no contexto de formação desportiva em modalidade individuais, coletivas e de combate”, disse à agência Lusa o orientador do estudo e professor catedrático na FMH, Carlos Neto.
O estudo envolveu 1.458 atletas (todos rapazes) dos escalões de formação (juvenis, juniores, cadetes) praticantes de nove modalidades: ginástica, atletismo, natação, futebol, rugby, andebol, voleibol, judo e luta.
Os atletas estão envolvidos em atividades de competição e filiados em clubes desportivos de todo o país,
Para o investigador, as conclusões do estudo “são preocupantes”: “Constatámos que existe uma percentagem elevada de cerca de 10% de eventos de bullying em contexto desportivo e a existência de vítimas persistentes na ordem dos 2%”.
Apesar da taxa de vitimização ser elevada (10,1%) é inferior aos valores encontrados em contexto escolar, o que é explicado pelo facto de, ao longo dos anos, ser feita uma seleção progressiva na formação desportiva, que afasta os menos aptos, da presença de um adulto (geralmente o treinador) e dos atletas, ao contrário da escola, poderem desistir de frequentar o clube.
A maioria dos episódios de bullying ocorre dentro do clube, especialmente no balneário, seguido do local de treino, sendo as agressões essencialmente verbais (ofensas e gozo) mas também social (exclusão do grupo).
Segundo o estudo, as vítimas tendem a manter o silêncio relativamente à vitimização e nos casos de agressões repetidas e de longa duração procuram apoio na família e nos colegas, mas os resultados são geralmente negativos em ambos os casos.
Isto porque os jovens não conseguem resolver a situação mesmo com o apoio de terceiros, “reforçando a crença, presente em muitas vítimas, de que os sistemas de apoio não são suficientes e contribuindo para a manutenção do fenómeno”, explica, acrescentando que a resolução da situação parece depender das estratégias adotadas para lidar com ela (estratégias de ‘coping’).
Relativamente aos agressores, o estudo aponta que, “quando a frequência das agressões aumenta, os sujeitos tendem não só a gozar mas também a excluir a vítima do grupo, aumentando a gravidade do bullying e generalizando-se o fenómeno”.
Revela ainda que a generalidade dos observadores condena o bullying, sentindo que este comportamento é reprovável e criticando o agressor.
O estudo sublinha que fenómeno do bullying na formação desportiva “é preocupante, tendo várias consequências para os seus intervenientes, sendo, um deles, o abandono desportivo”.
“O bullying pode ter consequências devastadoras do ponto de vista físico e psicológico, afetando aspetos decisivos do desenvolvimento psicossocial dos jovens, quer das vítimas, quer dos próprios agressores e observadores, com implicações no seu rendimento desportivo e na sua carreira desportiva”, adverte.
Os investigadores defendem que é necessário desenvolver modelos e estratégias de intervenção.
Nesse sentido, a FMH e o Instituto Português do Desporto e Juventude estão a desenvolver a ação “Cartão Vermelho ao Bullying”, um programa de intervenção a nível nacional que decorrerá em três fases: divulgação do fenómeno, formação de treinadores, pais e dirigentes de clubes e implementação de programas anti-bullying em alguns clubes desportivos.