quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Combate ao bullying no Estado terá apoio de centros


FREDY VIEIRA/JC
Professores passarão por formação sobre resolução de conflitos
Professores passarão por formação sobre resolução de conflitos
Jessica Gustafson do Jornal do Comércio

A 24ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), da região de Cachoeira do Sul, inaugura amanhã um Centro Regional de Gestão de Conflitos e Combate ao Bullying. De acordo com a Secretaria de Estado da Educação (Seduc), a iniciativa é pioneira e o local será uma referência para as escolas da rede estadual dos 11 municípios que fazem parte da região de abrangência da CRE.
A professora Cleonice Bankow, que integrará o centro, diz que a intenção é ampliar a ideia para todas as coordenadorias regionais do Estado. Para ela, as atitudes violentas acontecem quando os alunos não respeitam as diferenças. Assim, o trabalho precisa ser feito com toda a comunidade escolar, sendo discutidas questões voltadas à diversidade e à paz.
De acordo com a professora, é importante diferenciar o que é bullying para conseguir auxiliar os alunos que enfrentam a situação. "Ele é a prática de atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, contra uma pessoa indefesa, que podem causar danos físicos e psicológicos às vítimas. Sabemos que existem casos graves que podem levar até ao suicídio", destaca.
Cleonice diz que um dos focos será oferecer formação para que cada escola tenha um professor habilitado para a resolução de conflitos. Ela informou que, em março, iniciará a formação continuada, com encontros mensais.
"A violência é cultural. E se é cultural, pode ser transformada. Temas como orientação sexual, raça e gênero precisam ser discutidos. Mas sabemos que em cada escola a situação acontece de maneira bem específica. Realizaremos neste ano o mapeamento de cada escola, observando a sua realidade. A violência não acontece da mesma forma em todos os locais", explica Cleonice.
O centro auxiliará o trabalho das Comissões Internas de Prevenção a Acidentes e Violência Escolar (Cipaves), que existem em 1,3 mil escolas estaduais. Os coordenadores passaram por uma formação de 120 horas sobre o tema e devem replicar o conhecimento. As principais atividades desenvolvidas serão prevenção da violência, formação continuada de professores, mediação de conflitos, círculos de construção de paz e círculos restaurativos (espaços para resolução). Assim, o centro terá um viés pedagógico, trabalhando a partir de uma abordagem sistêmica do conflito enquanto possibilidade de aprendizagem e qualificação das relações.

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