domingo, 30 de março de 2014

De novo BULLYING

O Bullying é um dos temas favoritos da comunicação social. Continuam a surgir notícias sobre agressões, comportamentos sexuais violentos, provocações e insultos nas nossas escolas, como se o território escolar fosse um local onde a violência é constante e universal.

Esta leitura apressada de alguns acontecimentos acaba por dar uma visão negativa dos nossos estabelecimentos de ensino; e ignora o esforço dos professores e directores que, todos os dias, lutam para melhorar o clima escolar.

Os dados científicos de que dispomos sobre a violência nas nossas escolas demonstram que os comportamentos violentos graves não são frequentes e que os estudantes, na sua maioria, se sentem bem no território escolar. O que existe é uma indisciplina crescente na sala de aula e situações isoladas de extrema agressividade que devem merecer uma atenção especial.

Em 19 de Março, o PÚBLICO escrevia em título: “Mais de 60% de alunos confirmam casos debullying nas suas escolas”. A notícia referia-se a um inquérito a 1963 alunos, entre os 12 e os 15 anos, de nove concelhos, a quem foi feita a pergunta “directa”: “Há bullying na tua escola?”

A iniciativa da Associação EPIS (Empresários pela Inclusão Social) é louvável, mas necessita de enquadramento e apoio técnico. O problema começa na pergunta “directa” atrás referida, porque sabemos como muitos estudantes não sabem distinguir bullying de brincadeiras e pequenas provocações que caracterizam o convívio saudável em território escolar.

Sabemos como muitos estudantes não sabem distinguir bullying de brincadeiras e pequenas provocações que caracterizam o convívio saudável em território escolar


Bullying é o conjunto de comportamentos de humilhação e provocação, continuado e sistemático, exercido por um estudante (ou grupo de estudantes), sobre um colega (ou grupo de colegas).Bullying não é, assim, uma série de piadas ou provocações dispersas, nem interacções mais agressivas e episódicas sobre vários estudantes.Bullying envolve sempre controlo e poder — mantidos — dos mais fortes em relação aos mais fracos (física e/ou psicologicamente).

Há 50 anos, no Liceu Pedro Nunes, círculos de alunos, gritando “Porrada! Porrada!”, rodeavam dois rapazes em luta feroz, donde não raro brotava sangue. Tudo acabava numa ida ao reitor e, passados uns dias, outros protagonistas ocupavam a cena. No silêncio do pátio, contudo, também haviabullying : contra o estudante tido como homossexual, ou contra o magrinho que fugia dos confrontos.

Na mesma notícia, a deputada Rita Rato “recomenda a criação de gabinetes pedagógicos nas escolas (…) compostos por um psicólogo, um assistente social, um animador sociocultural e um representante dos professores e alunos”. Trata-se de uma intenção louvável, mas pouco realista: não vai haver dinheiro para contratar tanta gente; há risco de burocratizar aquilo que deveria ser uma iniciativa flexível de cada escola ou agrupamento; e, sobretudo, muitas escolas já têm gabinetes de apoio aos alunos, que deveriam ser dinamizados e melhorados, ao contrário do que tem acontecido com o actual Governo.

Precisamos compreender que a luta contra o bullying não passa só por gabinetes e psicólogos: que pode fazer um técnico de saúde mental, sozinho, numa escola caótica? O percurso faz-se lado a lado com os estudantes: já repararam que, para um pequeno grupo de agressores e vítimas, há centenas de jovens que a tudo assistem sem nada fazer? Uma comissão que os envolva numa verdadeira campanha é o caminho.  

Fonte: Daniel Sampaio - Público PT

Dia Mundial da Juventude debateu o «Bullying» no espaço TOCA

Fonte: TV Braga


Jovens foram desafiados para um papel ativo na sociedade.
O Dia Mundial da Juventude foi hoje assinalado com uma ação de sensibilização destinada aos jovens que decorreu no espaço TOCA (Trabalho de uma Oficina Cultural e Associativa), numa iniciativa Câmara Municipal de Braga, em parceria com a Associação Synergia, e a Juventude em Acção.
Visando debater temas atuais que assolam a sociedade juvenil, o bullying foi um dos assuntos em destaque numa palestra que pretendeu dissipar dúvidas, com vista a adoptar comportamentos de inclusão por parte dos jovens.
Esta foi a forma simbólica que o Município escolheu de distinguir este dia pois, na opinião de Sameiro Araújo, Vereadora dos assuntos para a Juventude da Autarquia Bracarense "a juventude é o nosso futuro, e necessita, acima de tudo, de ser valorizada e alertada para todas as problemáticas que encaram no seu quotidiano", referiu, salientando a adesão por parte da comunidade juvenil ao "desafio que lhes foi lançado".
Um dos objetivos desta iniciativa, visava também, alertar a sociedade para a necessidade de dar voz aos jovens, Paulo Costa, investigador na Universidade do Minho e Coordenador do Grupo Anti-Bullying, deu corpo ao debate subordinado ao tema «Bullying - O papel pró-ativo dos jovens face ao bullying escolar», assume que "é importante os jovens terem uma participação ativa no contacto com a sociedade", sublinhando que ao falar-se de bullying "normalmente apenas se refere as vítimas e os agressores, esquecendo-se quem assiste e ignora este fenómeno, sendo necessário trabalhar as crianças e os jovens no sentido intervirem e denunciarem estes casos", referiu Paulo Costa.
Esta iniciativa contou com a atuação de Sara Ribeiro, participante do televisivo programa Factor X, que deu o seu testemunho respondendo a questões e satisfazendo a curiosidade dos jovens presentes na sala.
Outro tema escolhido para debate foi a mobilidade europeia numa palesta denominada «Juventude sem Fronteiras» com o intuito de promover a mobilidade dos jovens para fins de aprendizagem e eliminar, sempre que possível, os obstáculos que impeçam a realização de progressos nesta área.

Direcção de escola abre inquérito para investigar casos de bullying



Namorado de Lorde fala sobre o relacionamento e o bullying sofrido pelo casal

Lorde letras
James Lowe, namorado de Lorde, resolveu falar sobre como tem sido sua experiência e suas impressões do sucesso estrondoso da cantora.

Em seu blog, o fotógrafo de 24 anos se diz orgulhoso das conquistas da parceira e também comenta o assédio negativo que recebe da imprensa e de usuários da internet, por conta de sua etnia e seu visual.

Leia abaixo o texto de James:

"Eu escrevi, exclui, reescrevi e exclui este post ao menos cinco vezes durante os últimos meses, imaginando quando seria a hora apropriada para começar a escrever de novo. Agora, no entanto, tendo visto o quão errado a opção pelo silêncio pode ser, eu preferi esclarecer muitos dos equívocos que estão por aí. Desafiar as vozes dos escritores ignorantes que se escondem covardemente atrás de seus comentários anônimos.

Desde a primeira vez que me sentei para escrever esse post, Ella (nome de batismo de Lorde) ganhou dois Grammys. E também levou para casa um Brit. Atualmente, ela está do outro lado do mundo em turnê. Por mais que sinta sua falta, eu não poderia estar mais orgulhoso do que ela alcançou até agora.

Minha vida, provavelmente, está diferente agora, mas por dentro parece normal. Jared Leto disse que a fama não te muda, mas muda as pessoas que estão ao seu redor. Apesar de não ser o centro da atenção por aqui (e todas as vezes em que fui, nunca foi divertido), eu me tornei ciente das pessoas a minha volta e sua transparência. Elas não conseguem disfarçar.

Eu vivenciei a experiência de ser alvo de tabloides, descobrindo momentos em que achei que estava seguro espalhados por toda a internet, sendo perseguido e observando outros serem perseguidos por paparazzi, só para que consigam o que eles acham que têm direito.

Há um lado bom nessa coisa na qual fui exposto. Tenho a oportunidade de contar histórias sobre as pessoas incríveis que conheci durante o caminho, desde colegas fotógrafos até artistas que sempre admirei e nunca achei que conheceria, muito menos tomaria café junto.

Mais importante, encontrei um pouco de inspiração nos novos rostos. Pessoas cujo trabalho admiro muito. Por tudo isso tenho que agradecer a que eu mais admiro. E que ainda preenche meus pequenos vazios que tento evitar."


Lorde estará na próxima semana aqui no Brasil como uma das atrações do festival Lollapalooza, que acontece em São Paulo nos dias 5 e 6 de abril.

Fonte: Vagalume

Polliana Aleixo fala sobre seu personagem que sofre bullying

Em Itapema, Polliana Aleixo fala do seu papel polêmico na trama global das 9


Fonte: Mídia News


Polliana Aleixo durante entrevista em Itapema
POR CARAS
Com um papel que lhe obrigou a engordar 5kg para sofrer bullying na pele da jovem Bárbara, de Em Família, a atriz Polliana Aleixo (17) se diz muito feliz com esta oportunidade em sua trajetória — iniciada aos 11 anos, no especial O Segredo da Princesa Lili, de 2007 —, o que encara como um desafio. “Todo ator quer sair da zona de conforto e esta personagem é completamente diferente dos outros papéis que fiz”, comenta Polliana, referindo-se à polêmica do papel, que sofre nas mãos da própria mãe, vivida por Vivianne Pasmanter (42). Prestes a completar a maioridade, no dia 28, ela já planeja focar em seu lado empresarial. Junto dos pais, vai abrir, no Rio, uma loja de moda fitness. “Depois da novela, vou ter de emagrecer, então, nada melhor que ter uma loja especializada em artigos de ginástica”, reflete a atriz em sua visita à Casa de CARAS, em Itapema, no litoral norte catarinense.

– O que você espera do papel?

– O ideal de ter um corpo de mulher magra e linda não é atingido por todos, então, é legal falar sobre isso. Até que ponto é saudável e realmente importante? Quero que as pessoas reflitam sobre o assunto. Porque elas podem ser felizes, bonitas e se gostarem, mesmo com uns quilos a mais.

– Você já sofreu bullying?

– Quando me mudei para o Rio com meus pais, tinha sotaque de curitibana. No colégio, me viam como uma menina da roça, mudei de escola e não tive mais problemas. Sempre fui muito bem resolvida, nunca mudei em função das pessoas.

– Você está lidando bem com o fato de ter engordado?
– As pessoas não esperam a reação que tenho, acham que estou triste. Estou muito bem mesmo, as coisas não mudaram pra mim. A minha paixão pela profissão é enorme, é muito maior que tudo isto. Esta oportunidade que estou tendo, sempre quis. Tem gente que leva anos para conquistar um papel desta importância e eu consegui ainda jovem.

– E a sua vaidade, mudou?

– Não, pois eu sempre fui muito tranquila. Tenho usado vestido longo, saião e isso me ajudou a descobrir roupas legais, outro estilo para me vestir. Não tenho preocupação de que a roupa possa me deixar mais gordinha.

sexta-feira, 28 de março de 2014

A garota distraída e o bullying da caneta vermelha

Na infância, Vanessa Bencz foi humilhada por professores e colegas. A história de superação de uma jornalista que criou uma super-heroína para salvar alunos em perigo

CRISTIANE SEGATTO

Fonte: Revista Época


Tansa é uma palavra pejorativa. Não conhecia, mas soube que é bem usual em Santa Catarina. Significa tola, pateta, inútil. Quem me ensinou foi a jornalista Vanessa Bencz, uma moça de 29 anos que escreve e desenha bem. Vanessa demorou a acreditar que tivesse esses e outros talentos.
Foi uma criança atormentada pela ideia de que não servia para coisa alguma. Acreditou nisso durante muitos anos. Era só o que ouvia de colegas e professores numa escola particular de Joinville.
As humilhações eram diárias. Os apelidos colaram nela como uma segunda pele: tansa, burra, “desperdício de oxigênio”. Aos 10 anos, Vanessa ia mal na escola. Não conseguia prestar atenção.
Um segundo de distração, um olhar pela janela e a mente viajava para longe. Era como se ela não estivesse na sala. Com a sucessão de notas baixas, os colegas trataram de se afastar. Diziam que burrice era contagiosa. 
Filha do meio, ensanduichada entre dois irmãos que foram ótimos alunos, Vanessa sofria na escola e em casa. Doía perceber a tristeza confusa dos pais. “Eles foram ingênuos. Não souberam me ajudar”, diz ela. “Por causa das notas baixas, cortaram meu kung fu e tudo o que eu adorava fazer.”
Na adolescência, a vida não ficou mais fácil. Nem quando ela foi transferida para uma das mais prestigiadas escolas da cidade. De tanto desenhar durante as aulas, começou a acreditar que aquele seria seu futuro. A família a elogiava e a incentivava.
Quando disse ao professor de matemática que pretendia ser desenhista, ele respondeu com palavras mais duras que um intensivão de trigonometria para quem ainda não conhece as quatro operações. “No máximo você vai ser cartazista de supermercado.”
Vanessa não respondeu. Engoliu o choro. Um dia, felizmente, ele transbordou. Foi quando pediu socorro aos pais. Contou sobre as humilhações e disse que não aguentava mais. O pai decidiu levá-la a uma psicóloga. A menina chorou ainda mais. “Não sabia o que era. Imaginei que fossem me colocar numa camisa de força”, conta.
A psicóloga trouxe o olhar e o conhecimento que faltaram à família e aos professores. Depois de várias sessões, testes e provas de conteúdo escolar, provou a Vanessa que ela não era burra. O que tinha era o transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), conhecido naquela época como distúrbio de déficit de atenção (DDA). 
Vanessa não foi tratada com medicamentos, mas aprendeu técnicas para melhorar sua atenção e seu desempenho na escola. Com a psicóloga, percebeu que oscilava entre dois comportamentos: dispersão e hiperfoco. Aprendeu a tirar o máximo proveito dos momentos em que conseguia se concentrar.  
Aos pouquinhos, começou a perceber que podia se superar. “Em vez de zero, tirei 0.8 numa prova. Depois, tirei 1,3. No dia em que recebi uma nota 4 em matemática, fiz uma festa”, diz. Nessa fase, Vanessa acreditou que também era capaz de aprender a escrever bem. Acumulou leituras, pegou gosto pela escrita e resolveu prestar vestibular para jornalismo.
A virada começou ali, naquele ambiente novo e aberto a qualquer forma de expressão. Nas aulas de redação, ela gostava de escrever livremente, de flertar com a literatura.
Em uma das aulas, reviveu a situação em que o professor selecionava uma redação para ler em público. Na escola, os trabalhos dela eram lidos em voz alta como exemplo de redação ruim.
Na faculdade, a visão sobre a produção dela era outra. “Quando o professor Álvaro Larangeira começou a ler meu texto para a turma, senti que estava diminuindo na minha carteira”, diz Vanessa.
"Assim que ele terminou a leitura, pediu palmas para a redação que julgou excelente”, afirma. “A menina de oito anos ficou feliz em arrancar da testa o apelido escrito com a letra da professora malvada”.
Vanessa é autora do blog Garota Distraída. Publicou dois livros: Relato do Sol e Memórias de uma jornalista distraída, ambos pela Editora Letradágua. Durante três anos, foi repórter no grupo RBS.
Hoje trabalha num projeto capaz de transformar vidas. Ela percorre escolas de Santa Catarina para falar sobre bullying. Nos últimos dois anos, fez palestras para mais de 80 turmas. Percebe que, apesar do termo “bullying” ter sido disseminado e banalizado, muitos professores continuam despreparados para lidar com ele.
“Os alunos desabafam ao ouvir minha história. Contam que ainda existem professores que criam apelidos pejorativos, amassam trabalhos e arremessam longe”, diz Vanessa. “Isso precisa acabar. Não podemos mais tolerar o intolerável”.  
Ela quer fazer mais. Criou um projeto de história em quadrinhos chamado Menina Distraída. A protagonista, vítima de bullying na escola, é salva por uma super-heroína. Todos os personagens são baseados em histórias reais, que a autora ouviu nas visitas às escolas. Vanessa escreveu a história e ilustrou os quadrinhos.
“Quero que os alunos se sintam representados. Escolhi fazer uma HQ desta vez para ficar divertido e fazer brilhar os olhos dos alunos”, diz. Para imprimir a história e distribuir gratuitamente nas escolas, Vanessa recorreu ao financiamento coletivo. O projeto custa R$ 16 mil. Metade ela já conseguiu. Para assistir a um vídeo em que ela explica o trabalho, contribuir com ele e garantir seu exemplar, clique aqui catarse.me/pt/meninadistraida.  Para assistir a uma reportagem de TV sobre as palestras nas escolas, o link é esse.

A menina distraída (Foto: Vanessa Bencz)

Vanessa produz bem e muito. Ainda na faculdade começou a se tratar com ritalina, o medicamento mais usado nos casos de TDAH.  “Ele me ajuda muito. Coloco meus fones de ouvido, fico totalmente focada no trabalho, produzo e me sinto muito bem.”
No Brasil, o uso de ritalina foi tão banalizado quanto a palavra “bullying”. Há uma profusão de diagnósticos errados e a crença de que esse e outros medicamentos psiquiátricos possam ser a melhor solução para acalmar crianças irrequietas, cumprir as metas da empresa ou trazer a felicidade.
Tudo isso existe, mas histórias como a de Vanessa estão aí para mostrar que nos casos em que a pessoa sofre, de fato, de TDAH, a medicação, a psicoterapia e outros recursos são capazes de transformar vidas.
Vanessa diz que faltou, em sua infância e adolescência, uma pessoa com bom senso que dissesse: “Parem de chamar essa menina de burra. Vamos ensinar a vida de outra maneira”. A psicóloga foi uma dessas pessoas. O professor Alvaro Larangeira foi outra. Não o conheço, mas, simbolicamente, tiro meu chapéu para ele. Não são poucas as marcas (boas ou más) que professores deixam nos alunos. Professores mudam histórias. Aconteceu comigo. Acontece, aqui e ali, com alunos que tiram a sorte grande de topar com um dos bons. Poderia acontecer muito mais.
Esse texto acabaria aqui, queridos leitores, mas não resisti à tentação de dar voz a quem interessa. Com vocês, Vanessa Bencz:
O BULLYING DA CANETA VERMELHA
Burra. Tansa. Distraída. Insuficiente.
Não: nenhum desses é o meu nome. Meu nome é Vanessa.
Ter o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) fez a minha infância e adolescência um pouco traumatizantes. Eu não tive o sorriso tranquilo daqueles estudantes que tinham orgulho de seus boletins. Eu me retorcia de agonia na cama, todas as noites, pensando na tortura que eu viveria na manhã seguinte na escola. O processo de tentar estudar para provas, respondê-las e depois recebê-las com uma nota baixa foi a tortura lenta que vivi por 10 anos. O desprezo dos colegas e a tristeza confusa dos meus pais eram ainda piores do que o rótulo de “aluna insuficiente”.
Certa vez, na segunda série, aos oito anos de idade, nossa professora nos passou a seguinte tarefa: escrever uma carta para um parente que morava longe. Escolhi como destinatário a vó Lenita, que mora em Rio do Sul (SC). Escrevi na cartinha que estava morrendo de saudades e que ela seria bem vinda para nos visitar; minha família poderia organizar um churrasco e acolhê-la com todo o conforto.
Lembro-me que eu estava insegura quando entreguei esta redação para a maldosa caneta vermelha daquela professora, que parecia não ir com a cara de ninguém. No dia seguinte, a mesma professora protagonizou um espetáculo horroroso que ficou marcado como uma queimadura na minha auto-estima. Ela selecionou as cartinhas que ela julgou serem as piores e leu na frente de todos, com deboche e frieza. Eu estava torcendo para que o meu texto inocente não estivesse no meio daquelas vítimas.
Mas estava.
Lembro-me que ela começou a ler a minha carta com ironia, dando tons frios para aquelas palavras que escolhi com carinho. Enquanto lia minhas frases, a professora me olhava com sarcasmo. Como em um desenho animado, senti que eu diminuía cada vez mais na minha carteira, até sumir. Eu não tive coragem de contar isso para os meus pais. Com menos de uma década de vida, eu não soube lidar com essa humilhação.
No mesmo dia, a professora entregou as redações para seus respectivos autores. Ao entregar a minha, disse com frieza: “sua letra é horrível. Tem praticado caligrafia?” Gaguejei e não consegui responder. “Anda, fala, ficou muda? Sua tansa!”.
Dias depois, a professora chamou meus pais para conversar sobre o meu desempenho insuficiente. Lembro-me de como ela recebeu meus pais: com um sorriso simpático e inocente que ela nunca usava conosco, estudantes.
A professora se referiu a mim como “tansa” durante todo o ano. Meus colegas também adotavam o adjetivo para me chamar de vez em quando. Eles achavam super engraçado. Eu supunha que tinha algo de errado comigo por sentir vontade de chorar ao invés de rir como eles. “Devo ser uma tansa mesmo”. Essa foi a raiz da minha timidez, característica que me deu o maior trabalhão nos anos seguintes. Mas trabalho mesmo foi conseguir me olhar no espelho sem ver essa palavra escrita na minha testa.
Mudei de escola no ano seguinte. Encontrei outros professores mais criativos que me deram nome e sobrenome: garota distraída. Os colegas, igualmente imaginativos e maldosos, arranjaram os apelidos que você leu no começo desse texto.
A timidez para falar com estranhos durou dez anos; os apelidos foram perdendo a força quando entrei no ensino superior e a letra horrível eu carrego até hoje.
No comecinho da faculdade de jornalismo, revivi a situação do professor que seleciona a redação para ler em público. Quando o professor Álvaro Larangeira começou a ler um texto meu para a turma, senti que eu estava diminuindo na minha carteira. Assim que ele terminou a leitura, pediu palmas para aquela redação que ele julgou excelente. A menina de oito anos ficou feliz em arrancar da testa o apelido escrito com a letra da professora malvada.
Anos depois, uma grande amiga que é professora me convidou para conversar sobre literatura e jornalismo com a turma dela. De frente para 40 adolescentes desconfiados que me olhavam de cima a baixo, perdi a fala. Gaguejei como a menina de oito anos que fui; senti insegurança como a garota distraída que sou. Os segundos transcorriam e o meu silêncio parecia aguçar a curiosidade dos estudantes. Desesperada, apelei para algum tipo de empatia. O que consegui falar foi:
- Levanta a mão quem alguma vez já tirou nota zero!
Com uma explosão de risadas por parte da turma, me surpreendi com a erupção de mãos que foi ao ar. Brincando e interagindo, abri o meu coração para aquela turma. E para a turma seguinte. E para as 50 turmas que conversei durante os meses subsequentes. A garota distraída estava mais para garota feliz!
Hoje, olhando para trás, sinto mágoa. Fico triste por concluir que aqueles profissionais da educação, além de estarem despreparados para lidar com uma estudante diferente, incentivaram o bullying dentro da escola. Acho que, no meu caso, o estrago não foi tão grande – com criatividade, aprendi a lidar com esses fantasmas transformando-os em contos e crônicas. Mas… e o restante das pessoas? Como se viram aqueles que, além de agressões verbais, sofrem ou sofreram violências físicas e ameaças? Como se sente aquela pessoa que, por causa do bullying, mira um revólver para a própria cabeça?
Não tenho coragem de saber.
***
(Cristiane Segatto escreve às sextas-feiras)

quinta-feira, 27 de março de 2014

Professor provoca aluno com bullying ao impedí-lo de participar de evento criacionista

Criacionismo firma a tese de que o Universo e a Terra foram concebidos por Deus

PorLuciano Portela | Repórter do The Christian Post

Após solicitar a participação em um evento criacionista, na cidade de Greenville (EUA), um grupo de estudantes universitários obteve a recusa de seus professores, que supostamente ridicularizaram a ideia através de bullying em uma rede social.

Enquanto o professor Roger Sneed usou palavrões para dizer que o criacionismo pode conduzir a uma "carga completa de loucura", a professora Margaret Oakes ressaltou que não gostaria de "dignificar a estupidez de reconhecer isso", declarações que geraram uma reação negativa dos alunos.
Assessora dos alunos, a conselheira Lauren Cooley apontou a atitude como inapropriada e nada profissional, sendo que pode ser considerada definitivamente como bullying, ao "expor o fato de que estão sendo ridicularizados", determina.
Mesmo com o veto e a crítica dos professores, a equipe do Answers in Genesis (AIG), responsável pelo evento, convidou e garantiu a presença dos alunos, independente da universidade, com a participação de muitos espectadores da instituição educacional envolvida na polêmica.
Durante a palestra do professor Terry Mortenson, do AIG, sobre o perfil do Criacionismo da Terra Jovem, também houve a presença de ateus, que segundo Cooley estiveram no local para perturbar o evento e ridicularizar suas crenças.
Porém, Cooley apontou que muitos ateus também se puseram a escutar. "Há a expectativa de que eles venham manter suas mentes abertas. Eles se colocam a dar risadas, mas também ouvem opiniões diferentes", resume.
A principal queixa dos alunos é que a participação na palestra criacionista não pôde oferecer os créditos de eventos acadêmicos, já que a universidade negou as credenciais de Mortenson, mesmo tendo PhD em história da geologia.
Vale recordar que o criacionismo firma a tese de que o Universo e a Terra foram concebidos por Deus.

Concurso de redação e desenho vai combater o bullying nas escolas

Após a temática ser trabalhada em sala de aula, alunos do pré ao 9º ano participarão de um concurso de desenho e redação.

TNOnlineDa redação - Com informações da Prefeitura de Apucarana

Credito:Foto: PROFETA ( Foto: PROFETA)

Com a presença do promotor da Vara da Infância e Juventude, Gustavo Marinho, foi lançado nesta quarta-feira (26/03) , no salão Nobre da Prefeitura de Apucarana, o I Concurso Municipal de Combate ao Bullying e o Cyberbullying. A ação faz parte da campanha “Faça amizade, não faça bullying”, criada para enfrentar a problemática em escolas da rede municipal e estadual de ensino. Após a temática ser trabalhada em sala de aula, alunos do pré ao 9º ano participarão de um concurso de desenho e redação.

A iniciativa é da Secretaria Municipal de Assistência Social, em parceria com a Autarquia Municipal de Educação (AME), Núcleo Regional de Educação (NRE), Vara da Infância e da Juventude, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) e Polícia Militar. O lançamento da campanha contou com a presença de representantes das entidades parceiras, enquanto o Poder Legislativo foi representado pela vereadora Aurita Bertoli.
O promotor Gustavo Marinho afirma que a campanha é uma oportunidade para conscientizar sobre a gravidade desta conduta e posteriores consequências. “Provoca mal-estar e estimula a violência. Há casos registrados no Brasil e em outros países que até acabaram em homicídio ou suicídio”, afirma. Marinho avalia ainda que a iniciativa poderá contribuir para a melhoria do ambiente nas unidades de ensino e também para a diminuição da evasão escolar. “Existem situações em que os estudantes não querem ir mais à escola por serem vítimas de bullying, seja por repetidas brincadeiras de mau gosto, por piadas com as características de determinada pessoa ou por outras condutas do gênero”, observa o promotor.

De acordo com Caio Augusto Pezarini Salinet , presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), professores das 36 escolas municipais e das 18 estaduais de Apucarana já participaram de um treinamento. “Agora, esse grupo vai multiplicar a informação nas escolas e, durante cerca de  2 meses, a temática será trabalhada junto aos alunos”, explica.

O resultado do concurso será  divulgado no dia 23 de maio, quando vai ocorrer a solenidade de premiação, no Cine Teatro Fênix. Os trabalhos deverão ser encaminhados para a comissão julgadora até o dia 16 de maio. Os desenhos serão feitos por alunos do pré ao 3º ano, enquanto as redações serão desenvolvidas por estudantes do 4º ao 9º ano. . De acordo com o regulamento, a premiação será por séries, sendo que os primeiros lugares de cada ano receberão um troféu e os segundos e os terceiros lugares ganharão medalhas.

Mulher com fobia de queijo sofre bullying de lactose

Uma estudante de Herne Bay, Kent, Reino Unido, tem uma estranha fobia a queijo. O medo é tão agudoque a jovem de 22 anos tenta evitar locais onde possa se deparar com a visão do produto. Melissa North revelou que apenas avistar um pedaço do lacticínio – especialmente variedades moles, como brie – é suficiente para fazer com que ela tenha um ataque de pânico e comesse a chorar.
“Passar perto de um fatiado de queijo em um supermercado é realmente difícil para mim. Eu começo a suar frio e ter um ataque de pânico. É assustador”, disse. De acordo com a moça, tudo começou quando criança, quando um amigo do pai lhe deu um pouco de queijo em uma torrada.
Já na adolescência, o trauma piorou, pois os colegas adoravam brincar com o problema dela. “Eles achavam divertido jogar cream cheese na minha cara e me ver caindo no chão em pânico e chorando.”
Mesmo adulta, Melissa continua sendo ridicularizada por amigos e familiares, que acham engraçada a sua condição. “Eu sei que soa estranho, mas é uma fobia grave. O queijo parece horrível e a ideia de comerisso me deixa enojada.”
Postado por: Pop.com.br

quarta-feira, 26 de março de 2014

BULLYING: COMO IDENTIFICAR OS SINAIS?

Não é novidade, mas nunca é de mais lembrar: o bullying já não é só a violência física e psicológica continuada. Agora, manifesta-se também sob a forma de e-mails e sms. E quanto mais cedo os pais e os professores identificarem os sinais, melhor. O PortalBullying pode dar uma ajuda.
 Fonte: Magazine PT
Acaba de publicar o livro Tenho Medo de Ir à Escola [ed. Esfera dos Livros], sobre bullying, e criou um portal sobre o mesmo tema (www.portalbullying.com.pt). Este é um fenó­meno novo?_Não, na sociedade sempre houve intimi­dadores sociais, agora é que falamos mais sobre estas questões e as modalidades de perpetuação são distintas.
Quando criou o portal, achou que jovens, pais e professores estavam pouco informados?_A ideia de criar o portal surgiu da mi­nha prática clínica com jovens vítimas de bullying. O denominador comum nestes jo­vens era (e é) o medo, e igualmente a von­tade de denunciar, mas está encapsula­da pelo receio de se tornar pior, ou de não serem capazes de se sair bem. Portanto, criar uma ferramenta com base nas novas tecnologias, através da qual os jovens pu­dessem esclarecer-se, quer pelos conteú­dos disponíveis quer por um fórum (espa­ço público), quer via chat (espaço privado), começou a fazer todo o sentido para mim. Destina-se principalmente aos jovens, e aos pais, mas efetivamente destina-se à comunidade em geral.
Que tipo de ajuda as pessoas encontram no livro e no portal?_O livro pretende ser um guia para pais e educadores, no sentido de identificarem os sinais debullying e de cyberbullying. O portal, para além de esclarecer dúvi­das, oferece um espaço público [fórum] de «autoajuda», onde as pessoas dão o seu testemunho e ajudam outras, através das suas experiências, a perceber o que se es­tá a passar, como se sentiram e o que po­dem fazer. Existe ainda um espaço priva­do [chat] que esclarece as pessoas nas suas dúvidas específicas. Sempre que o chat es­tá online, a resposta é imediata, mas como este portal não possui qualquer financiamento e não temos capacidade para con­tratar colegas, quando não é possível estar online (dependendo das horas vagas de que disponho), as questões colocadas são en­viadas para o meu e-mail.
As vítimas geralmente não contam a ninguém que são alvo de agressões continuadas, o que agrava a situação. Por que razão o bullying não deve ser silenciado?_Pelo simples facto de que ninguém deve sofrer em silêncio nem deve permitir que a sua liberdade lhe seja retirada.
Sentem vergonha das agressões?_Sentem. Pela sua impotência, pelo facto de não se sentir capaz de agir, de ripostar, de parar com aquela constante humilhação. Não nos esqueçamos de que estas idades são decisivas no que concerne à aceitação dos pares, à necessidade de afirmação, de se ser bem visto, de ser popular, de possuir caraterísticas de que os outros gostem.
Segundo dados recolhidos em Portugal, no âmbito do estudo Health Behaviour in School-aged Children [HBSC], da Organi­zação Mundial de Saúde [OMS], e no qual foram entrevistados 6131 jovens, 40 por cento dos estudantes já se tinham envolvi­do em ações de bullying, tanto no papel de vítima como no de agressor. Chocou-a esta percentagem?_Chocou, é uma percentagem alta. De res­to, também me surpreendeu o resultado de uma investigação levada a cabo por mim, numa amostra de 900 alunos, em que foi possível aferir que a percentagem entre os que maltrataram e os que se sentiram mal­tratados algumas vezes durante um ano le­tivo varia entre 34 e 38 por cento.
O que pode estar por detrás das condutas vio­lentas na escola? Podem ser manifestações de quê?_A violência, ou a propensão para ser vio­lento, é algo inerente à condição humana, e a verdade é que no espaço escolar, onde se encontram diversas realidades sociais, faixas etárias distintas, é natural que ha­ja conflito, divergência. É por esta altura que os jovens são atraídos por muitos es­tímulos externos, são permeáveis às mar­cas, pouco tolerantes com a diferença, têm dificuldade em flexibilizar o pensamento, em se colocarem no lugar do outro, ficando assim o caminho aberto para as condutas mais violentas. Agora, o mau ambiente familiar, o desajuste social, o sentimento de rejeição e a necessidade de chamar a atenção ampliam em grande escala estas condutas, potenciando que as divergências inerentes à fase em que se encontram assumam outras proporções. Também não nos devemos esquecer de que o temperamento (a personalidade) dos jovens irá determinar em grande escala uma maior ou menor adequação à resolução destas situações.
Qual é o perfil da vítima de bullying?_Ainda que qualquer criança/jovem possa estar no papel de vítima/agressor/espetador, podemos considerar alguns sinais de uma maior tipificação: crianças mais tímidas, inseguras, com baixa autoestima, ansiedade, introversão.
E do agressor?_Não respeita o espaço dos outros, possui uma conduta muito agressiva, o grupo e o tipo de interesses que desenvolve continuadamente atentam a liberdade dos outros.
O que se passa na cabeça de um e de outro?
_Ambos possuem desajustes relativa­mente à agressividade. Se por um lado o agressor necessita deste tipo de condu­ta para se sentir superior aos outros, na maioria dos casos para esconder os seus próprios sentimentos de solidão, tristeza, a vítima engendra todo o tipo de ação pa­ra fazer face a estas situações, mas o me­do faz que não se sinta capaz de colocar em prática aquilo que quer fazer. Instala-se assim uma espiral descendente com sen­timentos de incapacidade, raiva, revolta para consigo mesmo (e para com os outros também), vergonha, etc.
Com base naquelas caraterísticas pessoais, é possível os pais saberem se têm filhos po­tencialmente vítimas ou potencialmente agressores?_É possível aos pais, se estiverem atentos ao estilo de convivência dos filhos, à sua propensão natural para lidar com as cir­cunstâncias e ao ambiente em que estes circulam, aperceberem-se de algumas ca­raterísticas que jogam um papel decisivo numa e noutra conduta.
A partir de que idade [dos filhos] os pais de­vem preocupar-se?
_Se é verdade que existe uma idade mais complexa (11/15 anos) e uma tipificação maior dos comportamentos, também te­nho tido conhecimento de situações que envolvem a dinâmica dobullying já no pré-escolar. Portanto, se sabemos que em anos mais tardios devemos vigiar os com­portamentos, não devemos esquecer-nos de que estes primeiros anos escolares ser­virão como sinais de alerta para o tipo de relacionamento entre pares.
E como é que os pais podem ajudar os filhos, num caso e no outro?_No caso das vítimas, devem auxiliar na restituição da capacidade de resposta e is­to faz-se pensando com eles, ensinando-os a procurar alternativas, a ensaiar res­postas, atitudes, formas de estar e de se relacionar com os outros. Ajudá-los a in­tegrarem-se novamente, isto porque a ví­tima acaba por se sentir excluída dos gru­pos. Quanto aos agressores, é necessário fazer-lhes perceber que existem certos ti­pos de comportamentos que são inaceitá­veis, devem desenvolver a sua capacida­de de se colocar no lugar do outro, traba­lhar as competências sociais, a empatia. É importante canalizar a componente mais agressiva para meios mais saudáveis, como o desporto por exemplo.
E qual o papel da escola? Castigar ou colocar à disposição das vítimas e dos agressores um terapeuta, por exemplo?_A escola deve responsabilizar, porque o mais importante nestas situações é que estes jovens compreendam a repercussão dos seus atos e isso faz-se implicando-os na resolução dos mesmos. Mas também é necessário acompanhar estes jovens com apoio especializado: no caso das vítimas é necessário ensinar-lo a defender-se, resti­tuir a sua capacidade de resposta e autoes­tima; no caso dos agressores é necessário trabalhar a agressividade, as condutas de base, a forma como se relacionam consigo mesmos e com os outros.

QUEM É TÂNIA PAIAS?
Psicóloga, tem como área de investigação as atitudes dos jovens face à violência em contexto escolar, o que a levou a criar o PortalBullying, de que é diretora. Tem uma pós-graduação em Neuropsicologia, mestrado em Saúde Escolar e está a terminar o doutoramento em Ciências Forenses. É autora de Tenho Medo de Ir à Escola (ed. Esfera dos Livros).

Livro infantil aborda "Bullying, Ecologia e Solidariedade"

Abigail Souza vai lançar sua segunda obra na próxima quarta-feira

Bullying, ecologia e solidariedade são temas abordados na obra
Bullying, ecologia e solidariedade são temas abordados na obra "Leleco, a Largatixa que perdeu a cauda". Foto: Pingo de Ouro/Divulgação

Bullying, ecologia e solidariedade são temas abordados na obra Leleco, a Largatixa que perdeu a cauda, da escritora Abigail Souza, que será lançado no próximo dia 26, das 14h às 16h, no teatro infantil, no Centro Cultural dos Correios, no Bairro do Recife. A publicação trata de questões como sobrevivência e as desiguldades sociais, apresentando de forma lúdica, estimulando a imaginação das crianças. É o segundo livro da autora, que em 2011 lançou sua primeira obra: As Aventuras de Pedro no País da Letras, já esgotado.


Editado pela Editora Pingo de Ouro, com capa e ilustrações de André Rodrigues cde Souza, o livro conta a história de uma lagartixa que teve sua cauda amputada por um garoto da cidade e que, por isso, teve que se resguardar no Morro dos Arrepios. A trama faz referência à ecologia, homenageando entre outros, Chico Mendes, líder seringueiro assassinado por devastadores da floresta amazônica e também fala de profissões. “Eles ganham personalidade e sentimentos humanos, fazendo o resgate de valores altruístas”, explica a autora.

Abigail Souza conta que o livro foi inspirado nas vivências que teve com alunos de escola municipal do bairro da Charneca, no Cabo de Santo Agostinho, onde lecionou como professora de educação física. Antes do lançamento será apresentada uma peça teatral: A Festa na Floresta, versão adaptada do livro, por crianças do Projeto Mais Educação, com duração de sete minutos.

Abigail Souza Spencer Hartmann é natural de Vila Velha-ES. Graduada em licenciatura plena em Educação Física Pela Universidade de Pernambuco/USP, ano 1982. Pós-graduada em Psicopedagogia Institucional pela Universidade Gama Filho do Rio de Janeiro/RJ desde maio/2011. Professora de Educação Física nas escolas da Rede: Dr. João Lopes/Usina Bom Jesus e Maria Thamar Leite da Fonseca, na Enseada dos Corais. Professora voluntária e produtora de textos para teatro, desde 2005, estimulando principalmente a leitura e a comunicação nas duas escolas.

domingo, 23 de março de 2014

Danielle Winits faz personagem que sofria bullying da turma do colégio durante a adolescência

Danielle Winits já tem papel garantido em peça e seriado do GNTAtriz será a transexual Gilda, da segunda temporada de As Canalhas


Na história, sua personagem sofria bullying da turma do colégio. Foto: Rafael Sorin/TV Globo
Na história, sua personagem sofria bullying da turma do colégio. Foto: Rafael Sorin/TV Globo

  Personagens sensuais sempre fizeram parte da carreira de Danielle Winits. No entanto, aos 21 anos de profissão, a atriz tem buscado papéis mais densos e com maiores conflitos internos. Como foi o caso da dúbia Amarylis de Amor à Vida e, agora, a transexual Gilda, da segunda temporada de As Canalhas, que tem estreia prevista para abril. Na história, sua personagem sofria bullying da turma do colégio durante a adolescência. Ao voltar para sua cidade natal, Gilda acaba reencontrando um amor da adolescência, de quem era vítima. "É um papel totalmente diferente de tudo o que já fiz. Sou muito fã do programa e desse formato", explica a atriz, que foi convidada para a série através do diretor Johnny Araújo.

Recém-saída do último folhetim das nove da Globo, Danielle se revela atraída pelo processo mais artesanal das obras fechadas. "São projetos com cuidados especiais. Tenho acompanhado isso na tevê aberta também. Na Globo, há várias produções mais curtas e de alto nível e não devem em nada ao padrão internacional", valoriza.

Além da série, a atriz também se prepara para estrear como protagonista na peça O Cachorro Sorridente, do escritor americano Douglas Carter Beane e com tradução de Miguel Falabella e Artur Xexéo. "É uma comédia bem ácida e interpreto uma agente de atores", afirma.

ALUNOS FORMAM SMILE HUMANO CONTRA O BULLYING

smile humanoUm Smile Humano ‘invadiu’, esta tarde, o Parque do Barreiro, onde cerca de 1000 alunos e professores de escolas do Concelho do Barreiro, participaram na formação do ícone.
A ação foi desenvolvida pelo projeto “Smile Dance escolas” em associação com o projeto “Escola dos Afetos” no âmbito da saúde escolar, na qual a Autarquia do Barreiro é parceira.
“Quando sorrimos com a intenção de afeto nós desenvolvemos a mente. Assim promovemos sucesso escolar e pretendemos diminuir o bullying. A cooperação ajuda a concretizar os nossos sonhos e assim termos um sorriso”, refere a organização do evento.
CMBarreiro/Zoom online
Foto: CMB

sexta-feira, 21 de março de 2014

Conselhos pactuam ações de prevenção à violência escolar


O Conselho da Comunidade de Balneário Camboriú (CCBC), no dia 13 de março, esteve em reunião com o Departamento Pedagógico da Secretaria de Educação, onde foram pactuadas ações de prevenção à violência escolar. Participaram os Conselhos Municipal de Políticas Públicas Sobre Drogas (COMAD), Conselho de Direito da Criança e do Adolescente (CMDCA), Conselho de Educação (CONSEME), Secretaria de Gestão em Segurança e Incolumidade Pública, Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) e Centro de Referência de Assistência Social (CRAS).

Entre as ações pactuadas pelos conselhos, está o desenvolvimento da Prevenção à Criminalidade, que atenderá crianças e adolescentes nas redes de ensino público e privada do município, que tenham sido vítimas ou tiveram envolvimento com a criminalidade. Também será implementado o levantamento de dados documental que servirá de diagnóstico, referente as ocorrências relacionadas às indisciplina e violência escolar no município.

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou dados da Pesquisa Internacional Sobre Ensino e Aprendizagem (Talis) feita em 2010. Os índices mostram que dos 200 dias letivos, apenas 140 dias são utilizados pelos professores para transmitir o conteúdo e os 60 restantes são desperdiçados pela indisciplina e violência em sala de aula. O Brasil aparece no topo da lista das nações que menos têm tempo para aplicação do conteúdo.

Diante desses dados, o presidente do Conselho da Comunidade (CCBC), Paulo Roberto de Souza, enfatiza a importância destas parcerias que possibilitarão ações de entendimento e desmistificação da violência escolar, “Ao entendê-la, percebemos que ela difere da violência nas ruas, insere-se no seu meio, alimenta-se da sua dinâmica e de seus vícios”, acrescenta. O presidente aponta que a partir da compreensão da violência no âmbito escolar e por meio das ações de prevenção, o medo pode ser convertido pela cultura da paz e segurança.

Mais informações com o presidente do Conselho da Comunidade, Paulo Roberto de Souza, pelo telefone (47) 8883-7594.

Prefeitura de Balneário CamboriúConselho da Comunidade
Texto: Gerusa Florencio (estagiária)
Foto: Cedidas por Paulo Roberto de Souza
Assessoria de Comunicação: (47) 3267-7022
www.balneariocamboriu.sc.gov.br

Fórum de combate à violência nas escolas discute propostas para carta de intenções

Proposições serão apresentadas e debatidas com a comunidade escola em reunião posterior

Fórum de combate à violência nas escolas discute propostas para carta de intenções
Evento foi marcado por debates e apresentações
Texto: Ana Paula Lins
Foto: Valdir Rocha
Nesta terça-feira (18), educadores e representantes de órgãos públicos e entidades estiveram reunidos no auditório do Sesc Poço para discutir propostas para a construção da carta de intenções do Fórum de Combate à Violência nas Escolas. O evento contou com a presença de representantes das secretarias estaduais de Educação, da Paz e da Mulher, Polícia Militar,Força Nacional, Secretaria Municipal de Saúde e organizações não governamentais.
Uma iniciativa da Secretaria de Estado da Educação e do Esporte (SEE), o fórum foi instituído em 6 de fevereiro deste ano e é uma ação pioneira em todo o país. Seu objetivo é discutir a questão da violência sob uma ótica abrangente e humanitária, envolvendo toda a sociedade na busca de soluções para o combate ao problema.
A apresentação de propostas para a carta de intenções foi conduzida pela secretária adjunta da Educação, Laudirege Fernandes e pelo presidente da comissão do fórum, José Mário Carneiro.Na ocasião, cada participante teve dez minutos para fazer suas apresentações e expor suas sugestões. Dentre as propostas, a oferta de mais atividades de cunho esportivo e cultural e o fortalecimento de parceria entre os diversos órgãos para ações preventivas e de conscientização contras as drogas e a violência no ambiente escolar.
A secretária de Estado da Educação e do Esporte, Josicleide Moura, destacou a importância do fórum na construção de ações e políticas públicas contra a violência. “Por meio deste fórum, temos a oportunidade de mudar a sociedade alagoana a partir de ações estratégicas em nossas escolas.É fundamental que estejamos todos unidos e empenhados na mudança desta realidade”, ressaltou.
Exemplo – A Escola Estadual Geraldo Melo, no conjunto Graciliano Ramos, é um exemplo de instituição que superou um passado de violência por meio de projetos educativos e engajamento de toda a comunidade escolar. Em 2012, a unidade foi local de diversos conflitos, dentre os quais, um incêndio que destruiu o banheiro de uma das escolas.
A diretora Irineide Costa, relembrou as transformações vivenciadas pela escola nos últimos dois anos.
“Na época, vivemos um clima de medo, mas conseguimos mudar este cenário por meio de projetos educativos que envolveram toda a comunidade. Revitalizamos nossa horta e investimos em gincanas e implantamos o projeto de mediadores de conflito. Nossos alunos foram essenciais nesta mudança, pois eles abraçaram esta causa e são voluntários em diversos projetos”, frisou Irineide que também destacou as parcerias com as secretarias de Educação e da Paz e com a Polícia Militar, por meio do Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd), como fundamentais para a disseminação de uma cultura de paz a unidade.
Diagnóstico e Bullying – Durante a reunião, a diretora de Apoio Pedagógico da Educação Estadual, Rosineide Urtiga, expôs ações e projetos que a SEE, por meio de sua Superintendência de Rede, promove nas escolas da rede para o combate à violência.
“Além da formação em mediação de conflitos que estamos realizando com as escolas da 14ªCoordenadoria Regional de Educação, vamos promover o projeto Paz gera Paz, onde trabalharemos inicialmente com formações com os professores para depois chegarmos aos alunos. Para isso, elaboramos diagnóstico sobre os problemas vivenciados em cada escola”, contou Rosineide.
Já Flávia Cavalcante, da Secretaria de Estado da Mulher, Cidadania e Direitos Humanos, chamou atenção para um dos principais fatores que estimulam a violência no ambiente escolar, o bullying.“Temos uma lei que data de 2011 que é específica sobre este tema e o dia 7 de abril será o Dia de Combate ao Bullying. Por isso, pretendemos empreender parcerias com as coordenadorias regionais e as escolas para debater o tema”, adiantou.
Próxima reunião – Na próxima reunião do Fórum de Combate à Violência nas Escolas, as propostas discutidas no Sesc Poço serão apresentadas e debatidas com a comunidade escolar. A data do encontro ainda será definida.

Bullying em nome da ordem

DIÁRIO DA MANHÃ
CLAUDECI FERREIRA DE ANDRADE
"O bullying começa quando a professora deixa outro aluno ir beber água e você não" (DM)
Acabou o tempo da palmatória, mas, ainda, todos na escola apanham um bocadinho: professor, coordenador, diretor e até o aluno. É um batendo no outro! Quem ainda não soube de um fato de violência bizarra que aconteceu na escola?  E o pior deles, é o professor apanhar de aluno, por assunto banal! {http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/f f2209 201126.htm} (acessado em 15/03/2014). Os coordenadores criticam e obrigam os professores a tomarem os celulares dos alunos. Se isso é bullying? Não sei, porém constrange os dois lados. {http://www.em. com.br/app/noticia/gerais/2013/09/04/interna_gerais,444623/ professor-de-colegio-estadual-e-agredido-por-aluno-com-historico-escolar-conturbado.shtml} (acessado em 15/03/2014).  Os coordenadores criticam e repreendem os professores que deixam os alunos colarem. São duas situações melindrosas que, por mais delicado que seja o professor não vai dissipar a ira do aluno, curtido da delinquência familiar e nem a da coordenadora insegura sem uma função bem delineada. Onde estavam os coordenadores dos professores que apanharam de aluno? Estão sempre presentes para dizer que tal professor é bom ou ruim, num julgamento falacioso, baseados em caderninho de planejamento e porta da sala de aula fechada sem movimentação no corredor. 
Esta semana, fui surpreendido com a coordenadora na porta de minha sala com a pergunta estridente e bulidora: – professor não te incomoda esta falta de respeito à sua aula, com tanto aluno na porta da sala fazendo nada? Respondi com uma sugestão: Pergunte a eles se fazem isso para me desrespeitar ou por preguiça de cumprir a atividade proposta para o momento! Então ela atirou farpas para todos os lados atingindo eles e a mim, disse tudo que podia e não podia; assim que virou as costas, os mesmos que estavam lá fora me disseram, de diversas formas: – não deixa ela falar assim com o senhor, Não! Ela assistiu tudo e não tomou medida alguma, mas queria que eu me indispusesse com os alunos, pegando-os pelo braço e levasse até a coordenação, o trono da "salvadora da pátria", estão seriam lavrados relatórios assinados por os "de menor", com palavras doces de perdão, massageando o ego de quem se diz superior, para engordar as estatísticas da "promissora" função. E eu lá na sala, no dia seguinte com a rejeição e a resistência desses espertalhões os quais entreguei. Qual é a pena para "dedo duro", segundo eles? Por isso quem me defenderá?  Pensei em me queixar por bullying, mas já não sabia quem era o desonrado e/ou desonrador. Quem merecia apanhar: eu, a coordenadora ou os alunos sem objetivos escolares? Eu sou ruim por que só faço o meu trabalho. Ela é ruim porque me obriga fazer o meu trabalho e o dela. Estes alunos desobedientes são ruins porque não fazem nem os seus trabalhos de classe e ainda impedem que o professor e coordenador façam o trabalho deles. 
Um dia, o professor bateu num aluno. {http://noticias.r7.com/educacao/noticias/aluno-leva-socos-de-professor-de-matematica-20130509.html} (acessado em 15/03/2014). Então a mídia apresentou o fato, pintando o professor como um monstro "safado, sem vergonha e doente", bateu em um "anjo". Apologia ao bullying vale o ibope? Os que estão em posição privilégiada na hierarquia social se acham no direito de humilhar, e se fazem muitos os humilhados, prontos para explodir em revoltas e maltratos a qualquer momento! 
O que pode ser feito para ensinar os desrespeitadores a respeitarem sem apanhar? Ou, pelo menos, evitar que batam na pessoa errada, já que a turma do pega e lincha tem que bater em alguém! Apologia à violência não pode ser, porque não se combate uma incêndio com outro foco de fogo. A maior causa da violência é outra violência. Não é à toa que nos provérbios, Salomão diz que a palavra branda desvia o furor (Pv 15:1). "As causas do bullying podem residir nos modelos educativos a que são expostas as crianças, na ausência de valores, de limites, de regras de convivência; em receber punição ou castigo através de violência ou intimidação e a aprender a resolver os problemas e as dificuldades com a violência." {http://br.guiainfantil.com/violencia-escolar/46-causas-da-violencia-escolar.html} (acessado em 15/03/2014).
Tomara que os alunos não assistam mais seus superiores se desrespeitando em nome dos modelos educacionais impostos por quem não quer perder o poder a qualquer custo. E o efeito dominó, iniciado por uma pedra defeituosa que derruba até a última pedra, perpetua-se e a culpa é sempre da mão trêmula e inábil que não consegue pô-la em pé. Nessa metáfora, é tão fácil assistir a derrocada, vendo o amontoado de peças que caíram, mas não veem as peças que ficaram em pé antes da quebra da moral. Ainda bem que as fracas caem apenas numa direção: seguindo a tendência da malfeitora. Sentado à mesa, o professor de gramática (o preguiçoso), mal visto pela coordenadora, esforça-se para se concentrar na correção do texto do aluno dedicado de quem os olhares enciumados não sabem a quem condenar  pelas peças que insistem em não ficar na formação.
(Claudeci Ferreira de Andrade, pós-graduado em Língua Portuguesa, licenciado em Letras, bacharel em Teologia, professor de Filosofia, Gramática e Redação em Senador Canedo, funcionário público)