Combate ao bullying
Estudo do IBGE aponta que, dos 60 mil alunos do Ensino Fundamental entrevistados, cerca de 30% já foram vítimas de violência ou bullying no ambiente estudantil nos 30 dias anteriores à pesquisa.
E 13% deles relataram ter-se envolvido em ao menos um episódio de briga durante o último mês.
Para a professora Marta Angélica Iossi Silva, da USP, tais números
não revelam exatamente uma novidade - e nem dizem respeito só à última
década.
A professora Marta lidera um grupo composto por psicólogos,
enfermeiros e pedagogos que, desde 1985, investiga a violência doméstica
e institucional, com ênfase nos casos de bullying.
Porém, mais do que buscar entender o fenômeno, o grupo se empenha na
avaliação e implementação de um plano para intervenção, sendo
responsável pela criação de redes de apoio e proteção à criança e ao
jovem.
"Isso possibilita a ampliação do campo de pesquisa para a família,
instituições de saúde, de educação e de acolhimento, além, dos conselhos
tutelares", explica a professora.
Bullying: fenômeno antigo, percepção recente
Não há, na língua portuguesa, uma tradução precisa que descreva o real significado do termo bullying.
A palavra, vinda do inglês bully (valentão, brigão),
compreende comportamentos com diversos níveis de violência, que vão
desde atitudes inoportunas ou hostis, até atos francamente agressivos,
que incluem ofensas verbais ou violência física.
Estes atos intencionais acontecem repetidas vezes, sem uma motivação
aparente, e causam nas vítimas sentimentos de dor, angústia, exclusão e
discriminação.
"Acredita-se que o fenômeno bullying é tão antigo quanto à
própria existência da escola. Porém, ele era visto como ações
características da infância e adolescência, pertencentes à fase de
amadurecimento do ser humano e, não havia nenhuma associação dessas
atitudes com violência e, menos ainda, da representatividade desses atos
na vida de pessoas que conviveram com esse fenômeno", explica Julliane
Messias Cordeiro Sampaio, uma das pesquisadoras do grupo.
Despreparo
Julliane afirma que o bullying está presente em todas escolas,
independente de serem privadas ou públicas, de educação básica ou
ensino fundamental, situadas em capitais ou em cidades do interior.
"De forma geral, as escolas não estão preparadas para enfrentar este
fenômeno. Percebemos que profissionais da educação - professores,
diretores e coordenadores - possuem dificuldades para distinguir o bullying de situações de mera indisciplina," comenta a pesquisadora.
Fonte: Diário da Saúde
Nenhum comentário:
Postar um comentário