Grande maioria dos professores da rede estadual, 84%, disse em pesquisa que já presenciou situações de violência nos locais em que lecionam(Fotógrafo Arte sobre foto/Adriana Carvalho)
A violência está enraizada nas escolas da rede estadual, incluindo as da região de Rio Preto. Pesquisa feita pela Apeoesp, sindicato dos professores do Estado, com os docentes constatou que 84% dos professores já presenciaram situações de violência nas escolas em que lecionam. Desses, 44% sofreram algum tipo de violência no ambiente escolar.
O estudo, divulgado anteontem, baseou-se em questionário feito com 1,4 mil professores da rede, dos quais 40 das cidades de Rio Preto, Mirassol, Tanabi e José Bonifácio. Não foram divulgados dados regionalizados.A situação de violência mais comum constatada pelos docentes são brigas de alunos: 72% dos entrevistados já testemunharam agressões do tipo. Além disso, 62% dos professores já foram xingados pelos estudantes, 53% testemunharam vandalismo na escola e 42% já viram alunos sob efeito de drogas, enquanto 29% constataram tráfico na escola.
Com relação à violência direcionada aos professores, a maior parte das agressões (39%) é verbal, seguida pelo assédio moral (10%), bullying (6%), agressão física, discriminação e furto, todos com 5%. “A pesquisa só comprova aquilo que todos já sabiam. A violência tomou conta da escola pública”, diz Fábio Berboni, coordenador da subsede da Apeoesp em Rio Preto.
Escolas situadas na periferia são mais violentas e menos policiadas, na percepção dos professores. Para eles, a principal causa de violência nas escolas é a falta de educação e respeito por parte dos alunos (74%), seguido por falhas na educação pela família (49%) e desestruturação familiar (47%).
Combate à violência
Em nota, a Secretaria de Estado da Educação informou que “a prevenção e o combate à violência no ambiente escolar são ações permanentes” da pasta. “Todas as escolas recebem manuais de apoio a fim de auxiliar os gestores no tratamento das principais vulnerabilidades no ambiente escolar.” A secretaria não quis comentar o estudo da Apeoesp, com o argumento de que desconhece a metodologia empregada pelo sindicato.
Aulas sob tensão constante
“Eu vou dar um tiro na sua cabeça se você preencher esse papel”. A frase ouvida pelo professor estadual J.C.S., quando preenchia uma advertência a um aluno da escola onde leciona, reflete a realidade constatada na pesquisa da Apeoesp. O professor conta que decidiu adivertir o aluno que o ameaçou pois ele estava tumultuando a sala de aula.
“Ele não parava quieto, eu então pedi para que se sentasse e ele me ignorou. Pedi mais uma vez e nada. Na terceira vez eu chamei o inspetor de alunos e pedi que me trouxesse o papel da advertência. Foi então que o aluno se dirigiu a mim e com o dedo apontado no meu rosto afirmou que iria dar um tiro na minha cabeça caso eu preenchesse o papel”, afirma.
No dia seguinte o pai do aluno foi chamado na escola para que soubesse o motivo da advertência e segundo o professor a reação do pai foi ainda pior. “Nesse dia eu não estava na escola e o pai falou para a diretora o seguinte: ‘o dia que eu encontrar esse professor eu furo a barriga dele’”, conta.
No mês passado, a professora C.L.G., da escola estadual Oscar Barros Serra Dória, no Solo Sagrado, estava aplicando uma prova para os alunos do primeiro ano do ensino médio, quando pediu para que eles desligassem os aparelhos celulares. Minutos depois, o aparelho da aluna S.M.R., 14 anos, tocou e a garota atendeu. A professora alega que mais uma vez pediu para que o aparelho fosse desligado, porém a aluna continuou a falar, ignorando o pedido. Ela retirou o celular da mão da garota.
“Nessa hora ela me unhou e me deu um soco no rosto. A direção foi chamada e a aluna foi expulsa”, afirma a professora. A garota que agrediu a professora foi transferida de escola. A menor nega as acusações e afirma que apenas se defendeu da professora.
Reportagem: Allan de Abreu e Victor Augusto do Diário WebO estudo, divulgado anteontem, baseou-se em questionário feito com 1,4 mil professores da rede, dos quais 40 das cidades de Rio Preto, Mirassol, Tanabi e José Bonifácio. Não foram divulgados dados regionalizados.A situação de violência mais comum constatada pelos docentes são brigas de alunos: 72% dos entrevistados já testemunharam agressões do tipo. Além disso, 62% dos professores já foram xingados pelos estudantes, 53% testemunharam vandalismo na escola e 42% já viram alunos sob efeito de drogas, enquanto 29% constataram tráfico na escola.
Com relação à violência direcionada aos professores, a maior parte das agressões (39%) é verbal, seguida pelo assédio moral (10%), bullying (6%), agressão física, discriminação e furto, todos com 5%. “A pesquisa só comprova aquilo que todos já sabiam. A violência tomou conta da escola pública”, diz Fábio Berboni, coordenador da subsede da Apeoesp em Rio Preto.
Escolas situadas na periferia são mais violentas e menos policiadas, na percepção dos professores. Para eles, a principal causa de violência nas escolas é a falta de educação e respeito por parte dos alunos (74%), seguido por falhas na educação pela família (49%) e desestruturação familiar (47%).
Combate à violência
Em nota, a Secretaria de Estado da Educação informou que “a prevenção e o combate à violência no ambiente escolar são ações permanentes” da pasta. “Todas as escolas recebem manuais de apoio a fim de auxiliar os gestores no tratamento das principais vulnerabilidades no ambiente escolar.” A secretaria não quis comentar o estudo da Apeoesp, com o argumento de que desconhece a metodologia empregada pelo sindicato.
Aulas sob tensão constante
“Eu vou dar um tiro na sua cabeça se você preencher esse papel”. A frase ouvida pelo professor estadual J.C.S., quando preenchia uma advertência a um aluno da escola onde leciona, reflete a realidade constatada na pesquisa da Apeoesp. O professor conta que decidiu adivertir o aluno que o ameaçou pois ele estava tumultuando a sala de aula.
“Ele não parava quieto, eu então pedi para que se sentasse e ele me ignorou. Pedi mais uma vez e nada. Na terceira vez eu chamei o inspetor de alunos e pedi que me trouxesse o papel da advertência. Foi então que o aluno se dirigiu a mim e com o dedo apontado no meu rosto afirmou que iria dar um tiro na minha cabeça caso eu preenchesse o papel”, afirma.
No dia seguinte o pai do aluno foi chamado na escola para que soubesse o motivo da advertência e segundo o professor a reação do pai foi ainda pior. “Nesse dia eu não estava na escola e o pai falou para a diretora o seguinte: ‘o dia que eu encontrar esse professor eu furo a barriga dele’”, conta.
No mês passado, a professora C.L.G., da escola estadual Oscar Barros Serra Dória, no Solo Sagrado, estava aplicando uma prova para os alunos do primeiro ano do ensino médio, quando pediu para que eles desligassem os aparelhos celulares. Minutos depois, o aparelho da aluna S.M.R., 14 anos, tocou e a garota atendeu. A professora alega que mais uma vez pediu para que o aparelho fosse desligado, porém a aluna continuou a falar, ignorando o pedido. Ela retirou o celular da mão da garota.
“Nessa hora ela me unhou e me deu um soco no rosto. A direção foi chamada e a aluna foi expulsa”, afirma a professora. A garota que agrediu a professora foi transferida de escola. A menor nega as acusações e afirma que apenas se defendeu da professora.
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