Vara da Infância faz palestras para reduzir crimes nas escolas de Ribeirão.
Juiz afirma que internação na Fundação Casa deve ser última alternativa.
Do G1 Rbeirão e Franca
Dados do Núcleo de Atendimento Integrado (NAI) apontam que toda semana pelo menos oito adolescentes são apreendidos por agressão, consumo e tráfico de drogas dentro de escolas em Ribeirão Preto (SP). Um dos casos mais recentes aconteceu em março, quandoduas alunas foram filmadas brigandodentro do banheiro da Escola Estadual Professora Jenny Toledo Piza Schoroeder, na Zona Norte da cidade.
No mesmo mês, um estudante de 14 anos ficou ferido depois de ser agredido por dois homens na porta da Escola Estadual Parque dos Servidores, na Zona Leste. Segundo informações da Polícia Civil, o confronto entre o grupo havia sido combinado pela internet por causa de um desentendimento anterior.
Para tentar reduzir casos de violência como esses, o NAI e a Vara da Infância e Juventude estão realizando palestras em escolas estaduais e municipais orientando estudantes, professores e pais de alunos sobre a importância do acolhimento familiar na formação do caráter dos adolescentes.
“Pai e mãe tem que dar para o filho muito mais do que casa, comida e escola. Tem que orientar, tem que pegar o filho pela mão e conduzir pela vida. Pai e mãe tem que estar atento ao filho 24 horas por dia”, diz o juiz Paulo César Gentile, destacando que o NAI possui, atualmente, 270 menores em liberdade assistida por algum tipo de crime cometido.
Na opinião do magistrado, a internação de adolescentes na Fundação Casa deve ser a última alternativa porque afasta o jovem da família. “Eu procuro internar menores em situações extremas, em última hipótese, quando não dá mais, porque é uma medida drástica. Nem sempre isso resolve o problema da criminalidade”, afirma Gentile.
A professora Marina de Fátima Lima, mediadora na Escola Estadual Ruben Cláudio Moreira, afirma que, além das palestras, os alunos também recebem acompanhamento psicológico e desenvolvem atividades em sala de aula, como debates e trabalhos temáticos, que discutir o tema "violência na escola."
“Na medida em que a gente vai diagnosticando os conflitos pontualmente, entendendo quem são esses alunos e porque estão agindo assim, a gente vai trabalhando o diálogo, a prevenção e pode acompanhar as famílias mais de perto”, conclui.
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