domingo, 12 de maio de 2013

Estudante é vítima de bullying em escola pública de Vilhena, RO


Agressão aconteceu na escola Álvares de Azevedo. Educadores dizem monitorar os alunos para evitar prática em sala de aula.


Palestra orienta sobre os problemas causados pelo bullying (Foto: Jonatas Boni/G1 RO)Palestra orienta sobre problemas causados pelo bullying (Foto: Jonatas Boni/G1 RO)
“Pensei em tomar remédio para me matar”. A frase é de uma estudante de 19 anos, vítima de bullying dentro de uma escola estadual de Vilhena (RO). Chamada pelos colegas de “neguinha do cabelo duro”, a jovem também foi discriminada por ter mais de 18 anos e ainda estar no Ensino Fundamental.
Esse tipo de violência é comum dentro das escolas, de acordo com a professora Cidinha Barbosa Reis. Foi pensando em combater esta prática que a educadora criou um projeto para conscientizar os alunos das escolas Álvares de Azevedo e Deputado Genival Nunes da Costa.
“Com a palestra, queremos que os estudantes agredidos verbalmente pelos colegas, tenham coragem e confiança para procurar a gente”, explica Cidinha. Os primeiro resultados do projeto da educadora já apareceram. Três estudantes, cansados de chacotas e humilhações, denuciaram os agressores à instituição.
Uma estudante de 15 anos da 9ª série relatou ao G1 que foi alvo do bullying desde o inicio do ensino fundamental. “Eu era tímida e ficava sobrando na sala. Ninguém queria fazer grupo comigo”, relata. Com a exclusão, a adolescente pensou em parar de estudar, mas a família não deixou.
Situação parecida foi enfrentada por um garoto do 8° ano. “Me chamavam de baixinho e discriminavam por ser negro. Quando cheguei ao limite, resolvi contar para as professoras”, diz. Mesmo com as chacotas dos colegas, o menino nunca pensou em partir para a agressão.
Mãe lamenta prática contra a filha, na escola (Foto: Jonatas Boni/G1 RO)Mãe acompanhou sofrimento da filha por causa do
bullying (Foto: Jonatas Boni/G1 RO)
O caso mais grave registrado na escola Álvares de Azevedo foi o da estudante de 19 anos, chamada pelos estudantes de “neguinha do cabelo duro”. A mãe da garota, Maria Tereza dos Santos, de 56 anos, acompanhou de perto o sofrimento da filha. “Foi o momento mais difícil da vida dela. Ela chegava em casa e se trancava. Via que tinha algo errado”, relembra.
Ao G1, a dona de casa revelou que sofre preconceito por ser negra. “Quando vinha à escola, os alunos me olhavam torto. Nós temos que respeitar a todos, pois o sangue de todo mundo é vermelho. Não existe sangue azul”, diz Tereza.
Para as educadoras Savanelle Tavares e Maria Claudete, são vários os alunos vítimas do bullying. “Trabalhamos para identificar os casos enquanto estamos dando aula”, explicam.
O orientador educacional da escola Genival Nunes, Gilberto Corrêa, não sabe dizer em números precisos quantos alunos sofrem agressões de colegas, mas afirma ser vários. “Sempre tem alguém procurando a gente por estar ofendido com comentários de colegas”, relata o educador.

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