A violência é algo que sempre preocupa devido ao quadro de malefícios que traz ao estado, à sociedade e à vida das pessoas. No entanto, estamos vivenciando um tipo de violência que preocupa mais ainda: a Violência nas Escolas.
Dois mil e doze foi um ano atípico no quadro da Segurança Pública, pois a violência correu solta, tendo atos agressivos entre estudantes si tornados comuns nas escolas de Cruzeiro do Sul e, quanto a isso, se pudéssemos riscar este ano de nossas memórias ele não nos deixaria saudade. Semanalmente, recebemos nas delegacias problemas advindos da Violência nas Escolas, sendo que tornou-se corriqueiro alunos chegarem à delegacia, alguns ainda uniformizados.
Vendo isso poderíamos perguntar: mas o que está acontecendo? Não seria a escola o lugar menos apropriado para desenvolver tal quadro, uma vez que se trata de um ambiente educacional, e de onde deverá sair os futuros cidadãos que farão a mudança para melhor em nosso meio?!Ou ainda, será que os alunos são violentos? Digo que os alunos não são violentos. Mas, nossos questionamentos são válidos, pois, estamos vivenciamos uma crise de identidade entre os estudantes, uma vez que aquilo que outrora era algo inadmissível e nenhum aluno poderia fazer,como por exemplo, um colega agredir outro no ambiente escolar,hoje se tornou comum. Por outro lado, o que era comum nas escolas, como o respeito ao próximo, aprendizado do verdadeiro sentido cívico de amar nosso país, cantando os hinos nacional, da bandeira, da independência e outros, hoje já não se repete. Antes era comum o aluno saber o que queria ser quando adulto, alguns sonhavam em ser médico, juiz, advogado ou, no mínimo, seguir a mesma profissão dos pais, isso era normal e bonito, porém hoje é incrível como a maioria dos estudantes não têm a menor noção do que será quando chegar a idade adulta, o que causa uma lacuna muito grande na mente desses jovens que já não têm a mesma preocupação com o dia de amanhã. Uns poucos ainda pensam em passar num concurso público, mas sabem que não haverá vagas para todos, pois os concursos públicos por si só já são excludentes.
E o que isso acarreta? Acarreta uma falta de perspectiva na vida dessas pessoas e, consequentemente,gera um vazio em suas mentes, que terá de ser preenchido com alguma coisa e, como não há algo melhor a se fazer, acabam descarregando com atos violentos, uma vez que a maioria dos seres humanos nessa idade, são dotados de adrenalina e se não os direcionamos a coisas boas, certamente tenderão às más que são facilmente encontradas.
E que o podemos fazer? Há muito para ser feito, basta querer e colocarmos as pessoas certas nos comandos certos. Mas, desde já, digo que podemos nos espelhar em países de primeiro mundo, onde nas escolas, além de os estudantes receberem as disciplinas educacionais, também lhes são oferecidas, ao mesmo tempo, atividades esportivas, atos cívicos de valorização às tradições do país, ao respeito e amor ao próximo, questões culturais e profissionalizantes como ensino de música, teatro, cinema e outros.Ou até mesmo, questões mais simples e fáceis, como incentivar a leitura e a escrita através de projetos que premiem estudantes que mais livros leem nas bibliotecas escolares durante o ano letivo, premiando também aqueles que mesmo cedo já começam escrever. Fica aqui minhas dicas e espero que não permaneçam apenas aqui no papel,mas que possamos colocá-las em prática para em dois mil e treze termos um ano sem violência e melhor para toda a Sociedade Cruzeirense.
Preocupe-se com a juventude de hoje, mas pensem mais ainda como eles serão como os pais de amanhã e o que acontecerá com seus filhos.
* José Gomes é Policial Civil
Fonte: Juruá Online
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