O Curso de Licenciatura em Educação
Física, da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), por meio da
disciplina “Prática Educativa: Projetos Integrados” (disciplina
articuladora) organizou a mesa temática intitulada “Olhares sobre a
Violência Escolar”. De acordo com o professor Miguel Archanjo de Freitas
Júnior, organizador da atividade, o objetivo foi o de chamar a atenção
para o fenômeno dos constantes atos de violência, presentes na realidade
social e especificamente no cotidiano da escola que, por sua constante
repetição, está sendo encarada pelas pessoas como algo natural e que não
provocam mais nenhum espanto. “Já que não conseguimos evitar ou
erradicar a violência na escola, e por isso é necessário que estejamos
preparados para enfrentá-la através do diálogo, da reflexão sistemática e
da troca de experiências sobre o que está acontecendo na sociedade e
nas instituições escolares”, destaca Miguel, acrescentando que “foi
neste sentido que esta atividade foi organizada, pois procuramos trazer
pessoas que pudessem apresentar enfoques diferenciados de suas
respectivas experiências com a temática proposta e acreditamos que
obtivemos êxito”.
Aproximadamente 185 pessoas faziam
parte do público presente, composto por acadêmicos do Curso de
Licenciatura e Bacharelado em Educação Física, participantes do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência
(PIBID) de Biologia e Educação Física, professores do Programa
Desenvolvimento Educacional (PDE), alunos do Curso de Música,
representantes da Comissão Permanente das Licenciaturas (COPELIC), além
do chefe de departamentos e professores do Curso de Educação Física.
“Todos acompanharam atentamente a fala do professor e psicólogo Marcelo
Ubialli, que abordou os traços físicos e comportamentais das vítimas de
violência sexual, destacando os encaminhamentos a serem tomados quando
este tipo de situação passa a ser percebida pelo docente”, lembra. A
segunda palestra foi proferida pela professora e psicóloga Priscila
Larocca, que apresentou os resultados de uma pesquisa intitulada
‘Violência Escolar: um estudo sobre concepções de educadores’,
destacando os principais motivos da violência no âmbito escolar, os
tipos de violência mais frequente e o papel do professor nesse cenário.
Na mesma linha de argumentação o
professor de Educação Física, Gustavo Levandoski, tratou do Bullying no
contexto escolar, outro tipo de violência que ganha destaque na mídia. A
fala foi apresentada a partir dos dados levantados durante a sua
dissertação de mestrado, onde se percebeu que essa violência se
manifesta de diferentes formas no cotidiano da escola e precisa de um
trabalho integrado para que possa obter um resultado satisfatório, pois
muitas vezes as pessoas acusadas da violência são vítimas de um sistema
complexo. Encerrando o evento a professora Mônica Mongruel, Gerente de
Proteção Social Especial da Prefeitura Municipal de Ponta Grossa, falou
sobre os encaminhamentos nos casos de violência escolar, principalmente
no que diz respeito à responsabilidade dos professores em denunciar
qualquer suspeita de maus tratos a crianças e adolescentes. Mônica
destacou também a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)
como um documento que baliza os Direitos e Deveres destas pessoas e que
em hipótese alguma este documento deve ser visto como algo que veio para
somente proteger os menores, pois uma simples operação matemática
mostra ele é composto de 260 artigos dos quais 85 são direitos da
criança e do adolescente e os demais são deveres deles e das pessoas
envolvidas com a sua formação.
O coordenador demonstrou seu entusiasmo
pela interação dos presentes, como é o caso do participante que se
identificou como Acir, o qual teceu positivas considerações sobre o
evento, dizendo que assistiu às conferências feitas nesta segunda-feira,
no Observatório Astronômico, sobre a violência na escola. “Parabéns a
quem idealizou. Pena que não foi mais divulgada. Os conferencistas foram
todos hábeis, falaram do que tinham realmente estudado, temas
articulados. Tomara que as outras licenciaturas seguissem esse exemplo.
Escutei um acadêmico ao meu lado dizendo "assim o nosso curso tivesse um
coordenador assim.", manifestou. De acordo com Miguel de Freitas, o
evento só foi possível graças ao apoio da Pró-Reitoria de Graduação
(PROGRAD), da (COPELIC) e do PIBID. “O próximo passo será avaliar junto
aos participantes o nível de satisfação com o que foi apresentado, ao
mesmo tempo em que a disciplina articuladora irá retomar as análises
apresentadas e a partir disto realizar novas mesas de debates com temas
propostos pelos acadêmicos”, enfatizou Miguel.
Fonte: UEPG
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