Mães dizem que filhos foram agredidos e que diretora pediu afastamento após ser ameaçada por estudantes suspensos
Foto: F.L.Piton / A Cidade
A escola estadual Cândido
Portinari, localizada no bairro Castelo, em Batatais, tornou-se palco de
violência. Professores, inspetores e alunos se tornaram reféns da
situação. Casos de agressão dentro e fora da sala de aula são comuns e
dois estudantes já tiveram ferimentos mais graves. A situação fez até a
diretora da escola solicitar afastamento, segundo pais de alunos. Ela
seria alvo de ameaças por parte de estudantes que foram suspensos por
conta da violência.
"A diretora foi ameaçada, os alunos ficaram
revoltados com a punição, ela está com medo e pediu afastamento", afirma
Hanaí Cordeiro, mãe de um estudante de 11 anos agredido dentro da
classe. A diretora, que terá seu nome preservado, não quis falar com a
reportagem.
"Meu filho está com medo de retornar à escola, ele
foi agredido por outros alunos com vários chutes no abdome", diz a mãe,
que contou que o filho teve uma inflamação no abdome por conta das
lesões.
Outro estudante agredido, de 13 anos, teve que ir ao
hospital. "Ele levou um chute na barriga na sala de aula, ficou uma
semana em casa se queixando de dores até descobrirmos que havia
estourado o apêndice", comenta Débora Volpi, mãe do aluno.
Hanai
registrou boletim de ocorrência e lamentou a postura da diretora diante
do episódio. "Ela não permitiu a entrada da polícia na escola. A
diretora entende que a responsabilidade de disciplinar os alunos cabe
aos inspetores", diz.
A situação caótica fez com que alguns estudantes fossem transferidos pelos pais, de acordo com Hanai.
"Cerca
de 80 alunos já deixaram a escola. Os pais estão com medo e eu também
quero tirar o meu filho daqui. Ficamos à mercê da violência", diz.
Uma
inspetora de alunos que trabalha no local, que pediu para não ser
identificada por temer uma eventual represália, confirmou que
professores e funcionários da escola são vitimas dos alunos rebeldes.
"Eu
fui insultada diversas vezes e já vi companheiros de trabalho serem
agredidos dentro da escola. A situação, lamentavelmente, fugiu do
controle", declara.
Diante da situação desfavorável, a
funcionária da escola pediu a colaboração dos pais. "Pedimos para que os
pais orientem seus filhos, percebemos que a atitude de rebeldia
apresentada na escola são costumes e hábitos que foram concebidos fora
dela".
Com a finalidade de amenizar a onda de violência,
representantes da escola fizeram uma proposta aos pais de alunos. "Eles
pediram para nós trabalharmos como voluntários, mas eu não tenho
coragem", disse Debora Volpi, mãe de um estudante de 13 anos vítima da
violência.
Drogas
Além de promover atos
de violência dentro da escola estadual Cândido Portinari, de acordo com
as informações, os alunos indisciplinados consomem drogas no interior do
colégio. Alguns casos de furto também foram registrados.
"Um
aluno foi pego consumindo droga na sala de aula. A camisa do meu filho
sumiu e já roubaram celulares dentro da escola", garante Cintia
Ferreira, mãe de um estudante de 16 anos.
A Diretoria Regional de
Ensino de Ribeirão Preto, por meio de sua assessoria de imprensa,
prometeu enviar uma equipe de supervisores à escola para avaliar as
medidas necessárias.
O Conselho Tutelar de Batatais será acionado
e uma reunião com estudantes, responsáveis e comunidade, de acordo com a
diretoria, será marcada ainda esta semana.
A escola conta com
câmeras de monitoramento e apoio da Ronda Escolar da Polícia Militar,
além de promover atividades para prevenção de conflitos e uso de drogas,
informou o departamento.
Fonte: Jornal a Cidade
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