Pesquisa foi feita no Tannel Abbud e relaciona agressões ao meio vivenciado pelos jovens
Heloise Hamada
Além disso, a violência vivenciada ou cometida pelos estudantes seria
reflexo do meio em que vivem, e que se estende à instituição escolar.
Apenas 2% dos entrevistados se dedicam exclusivamente aos estudos,
sendo o maior percentual de 56% de alunos que também trabalham. “Eles
precisam trabalhar e conseguem apenas serviços de baixa complexidade,
ganham pouco e não investem em estudo. Isso é um ciclo que reproduz
pessoas despreparadas para o mercado de trabalho”, destaca a professora
que coordenou a pesquisa, Silvana Malaman Trevisan Batista Silvana.
Sobre a violência em geral, 17% afirmaram que foram ou são vítimas de
violência, sendo 37% ocorridas em casa e 31% no ambiente escolar, com
quase um empate entre a violência psicológica (38%) e a física (37%). A
sexual ainda foi citada por 13%.
Amigos foram citados como os agressores em 25% dos casos, seguido por
alunos, 19%. “A agressão física é maior e cruzando o dado com os
agressores, vemos que são as chamadas brigas de bairro. Até porque eles
entendem mais a violência como questão física”, comenta a professora.
Já sobre a violência na escola, 30% disseram que foram vítimas
enquanto 29% afirmaram que já foram agressores. A agressão física foi
predominante, em 41% das ocorrências, seguida pela psicológica (35%) e a
moral (10%).
Dos 88% que presenciaram algum tipo de violência, 90% deles afirmaram
ser de cunho físico. “Não é um percentual muito alto de agressores, mas
o alto índice de alunos que presenciaram as agressões indica que existe
sim a violência”, completa a docente.
Com 61%, o álcool vem em primeiro lugar como a droga mais consumida
pelos alunos, seguida da maconha (22%), tabaco (11%) e o oxi (6%).
Porém, 81% se consideram como não usuários, 11% como experimentadores e
apenas 1% se declara dependente ou ex-dependente.
“A violência e a droga são assuntos relacionados que eles trazem
muitas vezes do ambiente onde vivem”, ressalta a pesquisadora.
O estudo foi feito por 44 universitários do último ano do curso de
Serviço Social da Faculdade Toledo de Prudente. O objetivo, segundo a
professora, era metodológico, para que os discentes pudessem vivenciar
uma pesquisa.
Fonte: I Fronteira
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