Diretoria Regional de Ensino lançará concurso de redação e produções artísticas para que os alunos exponham problemas |
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O tema violência preocupa e assusta cada vez mais a população. Apesar
disso, não se esperava que chegasse tão rápido e de forma tão severa às
escolas, onde os alunos aprendem lições de vida. Preocupada em acabar
com o problema, assim como a família e professores, a Diretoria Regional
de Ensino de Bauru decidiu lançar uma campanha de “basta!” para a
violência nas escolas, no próximo dia 2 de maio.
“Assustada e preocupada” com a onda de violência que está acontecendo
nas escolas estaduais, conforme o JC vem divulgando, a dirigente de
Ensino Gina Sanchez, com o apoio da diretora da Escola Estadual
Professor Christino Cabral, Maria Helena Catini Campagnucci, - que
representa a União dos Diretores de Escola do Magistério Oficial de
Bauru e coordena a campanha -, decidiu unir alunos e professores em prol
da paz nas escolas.
“Para saber o que realmente está acontecendo, nada como os próprios
alunos exporem o problema. Por isso pensamos na campanha ‘Diga não à
violência nas escolas’. A ideia é que, por meio de redações e produções
artísticas, os alunos nos mostrem onde está o problema e como podemos
solucioná-lo”, destaca Gina. A campanha tem apoio do Jornal da Cidade.
A iniciativa contra a violência engloba cerca de 60 mil alunos a partir
de 6 anos, ou seja, do 1º ao 9º ano do ensino fundamental e do 1º ao 3º
ano do ensino médio das 83 escolas estaduais abrangidas pela diretoria
(Bauru mais 15 municípios da região).
Os alunos do 1º ao 3º ano do ensino fundamental participarão com um
desenho, os do 4º e 5º anos com uma redação no gênero carta. Os
estudantes do 6º e 7º anos farão uma redação em estilo narrativo, e os
do 8º e 9º ano uma redação no formato de artigo de opinião, bem como
para os alunos do ensino médio.
“Primeiro queremos que eles mostrem quais as perguntas para que
possamos procurar as respostas. Não podemos ficar omissos ao problema,
porque o medo é que ele caia na normalidade. A educação é um desafio
para todos nós”, opinou a diretora Catini.
Valores
Infelizmente, tem sido constante no JC a veiculação de matérias
retratando casos de violência nas escolas (leia mais abaixo). No
entanto, isso está no noticiário do Brasil todo e, para a dirigente
regional de Ensino, alguns valores fundamentais foram a mola propulsora
para que o problema, já existente na sociedade, fosse deflagrado dentro
das escolas.
“Existem alguns valores fundamentais que a família já plantou, por isso
o apoio dos pais, avós, entre outros familiares é essencial. A
violência já existia na sociedade e chegou às escolas de uma forma que
me preocupa”, disse. “O aluno já deve ter uma base da educação vinda de
casa para que essa seja complementada pela escolar, e para isso é
necessário impor mais limites”, diz Catini.
Gina pontua que visitas constantes às escolas escancaram a tristeza e
angústia dos professores com a situação. “Eles estão ali para trabalhar e
não têm condições. O mesmo acontece com os alunos bons, que querem
estudar, estão empenhados. E estes são a maioria entre os problemáticos e
nos pedem ajuda”.
Firmeza e amor
Para a diretora da Escola Estadual Professor Christino Cabral, Maria
Helena Catini Campagnucci, - que representa a União dos Diretores de
Escola do Magistério Oficial de Bauru e coordena a campanha -, o segredo
para controlar a violência nas escolas é firmeza e amor, o que também
deve existir no ambiente familiar.
“É preciso que os pais imponham mais limites e também deem atenção aos
filhos. Se não forem os pais, que sejam outros familiares. Isso também
deve acontecer dentro das escolas”.
A dirigente regional de Ensino de Bauru, Gina Sanchez, pede que a
sociedade também abrace a causa. “As escolas particulares também nos
expõem esses problemas, por isso queremos mobilizar a sociedade para a
campanha”.
O lançamento da campanha “Diga não à violência nas escolas” será no
dia 2 de maio, próxima quarta-feira, em uma reunião de todos os
diretores da Diretoria Regional de Ensino. Os alunos terão até o dia 10
de maio para concluir os seus trabalhos.
As cinco melhores redações serão premiadas e veiculadas pelo Jornal da
Cidade. O vencedor do concurso ganhará um notebook, o 2º e 3º lugares
bicicletas e os 4º e 5º lugares receberão rádios como prêmio. Os cinco
melhores desenhos ganharão kits de desenho e pintura para que sirvam de
motivação para os alunos continuarem a desenvolver os talentos
artísticos.
A cerimônia de premiação acontecerá no dia 25 de maio na Escola Técnica Estadual (Etec) de Cabrália Paulista.
Ano é marcado por casos graves de agressão em escolas estaduais
O ano de 2012 vem sendo marcado por casos de violência e confusão em
escolas públicas de Bauru. Em 26 de março, na escola estadual José
Viranda, Vila Giunta, um estudante foi suspenso por três dias após
agredir um colega. Uma semana antes, um coordenador da E.E. Francisco
Alves Brizola, no Jardim Olímpico, teria levado socos e chutes ao pedir
que um estudante de 16 anos entrasse na sala de aula.
Segundo o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo
(Apeoesp), outra situação na E.E. Ana Zucker Dannuziata, no Parque
Paulista, teria acontecido no dia 20 de março, quando um aluno de apenas
7 anos teria agredido com socos e pontapés cerca de cinco funcionários
da escola.
Já na E.E. Luiz Zuiani, no Parque São Jorge, quatro alunos foram
responsabilizados por aterrorizar outros colegas com uma pistola de
brinquedo e um deles por ofender a inspetora da instituição.
A E.E. Guia Lopes, na Vila Dutra, também não escapou das ocorrências,
e na tarde de 19 de março, um caso de agressão entre dois estudantes de
13 anos foi parar no plantão da Polícia Civil.
Um dos casos mais graves foi o de uma aluna de 18 anos teria agredido
uma professora e um policial militar na escola estadual Eduardo Velho
Filho, na rua Vangélio Mondelli, Jardim Santana. De acordo com o boletim
de ocorrência (BO), policiais militares foram até a escola, onde a
professora P.A.O. relatou que a aluna N.K.A.P. teria discutido com ela
dentro da sala de aula e, inclusive, arremessado uma carteira contra
ela, ferindo seu braço e pé.
No momento em que os PMs detiveram N. e tentaram levá-la para a
viatura, a aluna se exaltou e teria xingado os policiais e os agredido
com chutes e socos. Ela também teria rasgado a farda de um deles, ainda
segundo o BO, que foi registrado como desacato e lesão corporal. A aluna
foi encaminhada à Polícia Civil para prestar esclarecimentos.
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo enviou nota em que
lamenta a atitude da aluna. “A docente agredida registrou um boletim de
ocorrência e o caso será abordado em reunião da Diretoria Regional de
Ensino de Bauru com o Ministério Público. A jovem solicitou
transferência para outra unidade da rede”.
Casos de violência na Escola Estadual (EE) da Pousada da Esperança
também têm desafiado até a Secretaria de Estado da Educação. Conforme
divulgado pelo JC, recentemente cerca de 20 estudantes do ensino
fundamental foram suspensos na unidade.
No início desta semana, policiais da Base Comunitária de Segurança
Leste foram acionados pela direção para contornar mais um tumulto
causado por alunos. No mais recente ato de violência causado por
estudantes na escola, nesta segunda-feira, uma funcionária foi atingida
por um tênis arremessado contra uma inspetora.
Fonte: JC Net
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sexta-feira, 27 de abril de 2012
Escolas dizem ‘basta!’ à violência
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