Crédito: George Magaraia
Nova fachada da Escola Municipal Tasso da Silveira, no bairro de Realengo
Em
7 de abril de 2011, o Rio de Janeiro se deparava com uma brutalidade
sem precedentes no país. Um ex-aluno da Escola Municipal Tasso da
Silveira, em Realengo, zona oeste do Rio, voltou à sala de aula, mas não
para aprender. Wellington Menezes de Oliveira, munido de dois
revólveres e cartuchos com recarregadores de uso militar, abriu fogo
contra as crianças, matando 12 e ferindo dezenas. O maior massacre em
uma instituição de ensino brasileira completa um ano e diversos eventos
foram programados para lembrar a tragédia.
Às
15h deste sábado, ocorrerá uma passeata partindo da escola pelas ruas de
Realengo. Famílias das vítimas, estudantes, professores e moradores do
bairro deverão participar. Eles planejam também distribuir fitas verdes
para os motoristas que quiserem mostrar solidariedade colocarem nos
carros. Para o domingo pela manhã, às 9h30, também está programada uma
missa em memória das vítimas, na Paróquia Nossa Senhora de Fátima e São
João de Deus, em Realengo.
O massacre
Antes
de praticar o crime, Wellington gravou uma série de vídeos em que, de
forma muitas vezes desconexa e confusa, explicava suas motivações e
incentivava outras pessoas a seguirem o seu exemplo. Faz citações
religiosas em uma colagem que incluía pregações católicas,
neo-pentecostais e alusões ao islamismo. Nas imagens divulgadas ele se
queixava de ter sofrido "bullying" no tempo em que estudou na Tasso da
Silveira. E dizia que estava se vingando das humilhações sofridas.
Wellington se matou, segundo a polícia, ao ser cercado por policiais.
“Era
agredido, humilhado, ridicularizado. Às vezes que mais doíam eram
quando eles praticavam essas covardias contra mim e todos em volta riam,
debochavam e se divertiam, sem se importar com meus sentimentos. O que
mais me irrita hoje é saber que esse cenário vem se repetindo sem que
nada seja feito contra essas pessoas covardes e cruéis”, afirmou.
Ele
também deixou textos em que falava do planejamento do crime, do
objetivo de se matar após a ação e dava orientações para o próprio
enterro – não poderia ser tocado por “impuros” e doava para instituições
que cuidam de animais a casa em que vivia, em Sepetiba, na zona oeste
do Rio. Foi lá que a polícia descobriu o material, apreendido para
investigação. A casa foi depredada e pichada após o crime.
Dez
das vítimas eram meninas e todas tinham entre 12 e 14 anos. O crime sem
precedentes no País fez com que a presidente Dilma Rousseff decretasse
três dias de luto oficial e deixou aberta uma ferida que, para quem
viveu a tragédia, não cicatrizou. A escola onde ocorreu o massacre foi
reformada.
Fonte: expresso MT
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