Para combater a obesidade, é fundamental que as crianças recebam uma educação alimentar desde os primeiros meses de vida e, quando os maus hábitos já se tornaram comuns, a reeducação alimentar torna-se necessária. No Brasil, a obesidade atinge cerca de 15% da população infanto-juvenil segundo o Ministério da Saúde.
Além das consequências negativas para o organismo infantil, a obesidade também pode afetar o convívio social da criança e do adolescente. De acordo com a última pesquisa realizada pela Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, crianças obesas ou acima do peso têm 60% a mais de chances de sofrer bullying.
Denomina-se como bullying situações em que um indivíduo é vítima de humilhações, isolamento e agressões físicas ou psicológicas de forma frequente. Tal ato de violência pode desencadear inúmeros problemas, como a perda da autoestima, ansiedade, estresse, depressão, abuso de álcool, drogas e pensamento suicida. Tendo em vista os padrões estéticos atuais, as crianças obesas acabam se tornando vítimas do bullying. Nesse caso, é possível a manifestação de distúrbios alimentares como anorexia, bulimia ou dietas extremas para perder peso.
O dia 4 de junho, escolhido como o Dia Internacional das Crianças Vítimas de Agressão, alerta sobre as inúmeras formas de violência contra crianças: físicas, sociais, econômicas e psicológicas. Por isso, devido à alta incidência de bullying agravado pela obesidade infantil, especialistas da Campanha Escolha Saúde, iniciativa da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e do Instituto Minha Escolha, esclarecem como iniciar a educação alimentar das crianças de forma correta, evitando a obesidade e mantendo a autoestima das crianças e adolescentes brasileiros.
A obesidade infantil é consequência de hábitos alimentares inadequados associados à falta de atividade física em um longo prazo. A doença pode provocar, ainda na infância, problemas de coluna e nas articulações. Estima-se que uma em cada três crianças entre 5 e 9 anos, tem excesso de peso, e 15% são obesas. Entretanto, este quadro poderia ser reduzido com a adoção de hábitos mais saudáveis, porém, sabe-se que inserir alimentos balanceados nas refeições dos pequenos nem sempre é uma tarefa fácil.
De acordo com a Dra. Ângela Spinola, presidente do departamento de pediatria da SBEM, é muito importante trabalhar a educação alimentar das crianças desde os primeiros anos de vida: “É fundamental fazer o acompanhamento pediátrico regular e, ao primeiro sinal de que está havendo um ganho de peso desproporcional ao crescimento, fazer as orientações necessárias. Além disso, é muito importante estimular as crianças à prática de exercícios físicos, seja brincando ou fazendo outras atividades livres”.
Segundo a especialista, uma criança que já sofre de bullying devido ao peso necessita de cuidados especiais: “Procurar melhorar as condições de peso da criança é o primeiro passo, mas geralmente, leva muito tempo para que ela se recupere ou desenvolva sua autoestima, que muitas vezes, independe da perda de peso. É importante recorrer a um psicólogo, que poderá fazer um trabalho com a criança e a família junto à escola” explica a endocrinologista.
A nutricionista do Instituto Minha Escolha, Carolina Godoy, lembra que o tratamento e a prevenção do excesso de peso devem ocorrer baseados no incentivo à atividade física e na adoção de práticas alimentares saudáveis pela família: “De maneira prática, o acesso da criança a alimentos ricos em gordura e calorias como salgadinhos, chocolates, sorvetes, refrigerantes deve ser limitado, ao passo que frutas, verduras e legumes devem ser estimulados”, diz a nutricionista.
Além disso, é importante estimular a criança a sempre experimentar coisas novas: “Uma boa dica é fazê-las participar da preparação da comida, pode ser uma salada de fruta com iogurte de morango e cereais, por exemplo, que é algo fácil e gostoso”, explica ela.
Com informações da Sintonia Comunicação
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