PAULO BRANDÃO
Colaboração para O Norte
Em anos passados, a escola era tida como o local mais seguro para que os pais deixassem o filho. Resumindo, uma segunda casa. Mas a realidade mudou e a escola de hoje não é mais aquela de 15 anos atrás. Acompanhamos todos os dias pela imprensa nacional, atos de violência envolvendo alunos contra professores, depredação do educandário e vandalismo. Professores deprimidos, com medo de sair de casa por causa das constantes ameaças de alunos infratores que levam armas e intimidam o mestre, quando não cometem algum crime mais grave.
Bocaiúva não foge desta realidade e em virtude das constantes solicitações da presença e intervenção policial nas escolas pelo aumento da violência entre os alunos, tratamento desrespeitoso para com os professores e outros profissionais da educação que ali atuam, foi lançado pela Polícia Militar o projeto Educar para não castigar. Os autores são os soldados Diogo Diniz e Cláudia Medeiros, que reuniram diretores e professores das escolas estaduais e municipais de Bocaiúva e ouviram as principais reclamações e reivindicações da classe.
O projeto se divide em cinco fases, que vai da elaboração a aplicação no ambiente escolar. No dia 20 de maio, os soldados Diniz e Priscila apresentação o projeto à sociedade e contaram com a presença de membros do Conselho Tutelar, secretaria municipal de Assistência Social, acadêmicos de Psicologia, Assistência Social e Direito e diversos diretores das escolas locais que se reuniram na sede da Unopar.
REALIDADE
Muitos dos diretores e representantes das escolas citaram os problemas mais comuns no dia-a-dia do ambiente de trabalho. Segundo uma diretora, os alunos fazem uso de bebidas alcoólicas e outras drogas dentro das escolas e em suas imediações. Também ex-alunos, que tentam de algum modo, invadir a escola, chegando a intimidar e ameaçar funcionários.
– Não suportamos mais trabalhar num ambiente deste. Há vários meses vou a pé para escola, pois meu carro era constantemente depredado por estes alunos. Grande parte dos professores é deprimida ou não estão tranqüilos no trabalho por causa de alunos infratores- disse a diretora indignada.
Segundo o soldado Diniz são estes e outros motivos citados pela diretora que faz com que o educandário se torne um local impróprio para o estudo e trabalho. Ele afirma que ocorrem pequenos delitos, como agressão, depredação do patrimônio público, pequenos furtos, chegando até mesmo a lesões corporais, dentre outras.
O PROJETO
O objetivo do projeto é diminuir a violência presente nas escolas. Será formada uma equipe de trabalho composta por policiais, psicólogos, assistentes sociais, pais, educadores, membros do poder judiciário, padres e pastores, visando assim encontrar uma solução para esta crise.
- É preciso criar um ambiente escolar onde os alunos tenham respeito mútuo e às normas da boa educação e conscientizá-los sobres os problemas gerados pelas drogas e violência - ressaltou o policial.
O projeto será realizado, simultaneamente, com a patrulha nas escolas e em suas imediações. Haverá reuniões com pais, alunos, corpo docente, policiais, psicólogos, assistentes sociais e outros profissionais. O projeto buscará apoio em setores da sociedade como lojistas, empresários, profissionais liberais, assim como a parceria do Judiciário e Conselho Tutelar.
Outra fase será o levantamento das mudanças de comportamento dos alunos e as transformações ocorridas nas escolas, a receptividade por parte dos pais através de um questionário que será entregue aos diretores e estes avaliará junto com os professores.
- O projeto visa envolver a família, o aluno e o professor. É uma maneira de cuidar do problema acompanhando-o de perto e tratando-o. Tudo hoje se resume na prevenção e é preciso buscar melhorias nas escolas. No Educar para não Castigar está previsto a criação da Guarda Mirim e o Menor Aprendiz - afirma a soldado Priscila.
Fonte: Norte.net
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