Colegas solidários
A solidariedade não acabou, como muitas vezes somos levados a pensar pelos fatos violentos que ocorrem em muitos locais, inclusive nas escolas. Ficamos atordoados com tantas situações graves, como professores sendo agredidos, colegas espancando colegas, alunos maiores batendo nos menores, como ocorreu esta semana em um dos mais tradicionais colégios do Rio de Janeiro. É justamente o comportamento solidário que deve ser estimulado cada vez mais para que passe a ocorrer com maior frequência.
Estudantes do terceiro ano do ensino médio de uma escola em Governador Valadares, na Região do Vale do Rio Doce, em Minas Gerais, rasparam o cabelo para apoiar um colega de sala que faz quimioterapia para tratar de um câncer descoberto recentemente. Eles organizaram uma surpresa para um colega de 17 anos, que estava voltando à aula depois de passar pelas primeiras sessões de quimioterapia em Belo Horizonte. Essa atitude solidária foi filmada na última segunda-feira e postada no Youtube, onde o vídeo está sendo visto por milhares de pessoas. Diretores da escola e alguns professores aderiram e também rasparam o seu cabelo.
Arthur Gonçalves, surpreso com o fato, afirmou sobre sua reação quando chegou à classe: “Fiquei meio sem ação. Só consegui rir. Quem não ficaria?”. E completou: “Não dá pra explicar, não. Me senti acolhido”, completou, e disse que a surpresa lhe trouxe motivação e força para continuar o tratamento.
Acolhimento. Essa é a palavra. Em momentos difíceis, ser acolhido por colegas e amigos é a melhor maneira de conviver com a dificuldade que se apresenta. É o contrário da frieza, do distanciamento e da hostilidade.
Quem é acolhido se sente aceito, incluído, ainda mais quando o gesto ocorre de forma espontânea. As meninas o receberam cantando e também o acolheram, fazendo questão de levá-lo ao cabeleireiro para que raspasse o seu cabelo.
Para combater o bullying, é importante enfatizar o acolhimento como melhor forma de agir, trazendo para o ambiente um clima de alto astral, de alegria, principalmente diante de situações adversas, como a doença de um colega.
Os hospitais são um outro local em que o acolhimento precisa estar presente. Cada vez mais, os chamados doutores da alegria comparecem nesses locais para brincar com crianças adultos e idosos internados, quebrando aquela tensão provocada por tratamentos severos.
(O autor é cronista, poeta, autor teatral e professor de redação - jaimeleitao@linkway.com.br)
Fonte: Jornal da Cidade
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