Aprovada em meio a comoção do massacre em Realegndo, em abril, lei começa a valer para instituições com mais de 500 alunos
Um projeto de lei sancionado pelo prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), determina que escolas públicas da rede municipal da capital mineira com mais de 500 alunos tenham detectores de metais. A lei, publicada no último sábado no Diário Oficial, define que “o ingresso de toda e qualquer pessoa em estabelecimento de ensino da rede pública municipal, sem exceção, está condicionado à passagem por um detector de metais e à inspeção visual de seus pertences, quando identificada alguma irregularidade."
A medida, porém, não foi bem recebida por especialistas e educadores. De autoria do vereador e ex-policial militar Cabo Júlio (PMDB), o projeto de lei foi aprovado em maio deste ano sob o calor da comoção causada pelo massacre na escola municipal Tasso da Silveira, em Realengo, Rio de Janeiro, no dia 7 de abril. Na maior tragédia ocorrida em uma instituição de ensino brasileira, 12 alunos foram mortos pelo ex-aluno Wellington Oliveira de Menezes, de 23 anos, que não encontrou dificuldades para entrar com duas armas na escola.
Para o doutor em Ciências Sociais e especialista em educação, Rudá Ricci, trata-se de uma ação midiática, que segue a tendência de se criar mecanismos de controle nas instituições de ensino. "É uma ação emergencial completamente catastrófica a longo prazo", disse Ricci, para quem medidas de cerceamento contribuem para a formação de gangues juvenis.
A presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais e Alunos (Confenapa), Iedyr Gelape Bambirra, considera a lei uma "cortina de fumaça". "É um gasto que não sei se surtirá qualquer efeito. Quando os alunos querem entrar com arma ou bebidas, basta jogar pelo muro. Não vai ser o detector que vai resolver", avaliou.
(Com Agência Estado)
Fonte: Revista Veja
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