Ribeirão Preto - As escolas de Ribeirão Preto, cidade do interior paulista localizada a 313 quilômetros da capital bandeirante, começaram a ganhar, na primeira quinzena de junho, catracas eletrônicas para a segurança de alunos e educadores. Os dispositivos, que funcionam através de biometria digital, impedirá o acesso de pessoas alheias à rotina da educação nas instituições de ensino.
A medida, anunciada pela Prefeitura de Ribeirão depois do ataque de Realengo, onde um atirador matou 12 alunos em uma escola do Rio de Janeiro, começou pela escola municipal Faustino Jarruche, instituição que possui 500 alunos. O sistema biométrico, que ainda está em fase de ajustes, lê as digitais das crianças, professores e funcionários e o acesso está separado por setores: professores têm circulação irrestrita e alunos só podem passar pelas áreas comuns do estabelecimento, como o pátio, quadras esportivas e refeitórios. A escola é a primeira da rede municipal a receber o sistema, que será implantado ainda neste mês em outras três unidades de ensino. O custo estimado de cada catraca utilizada na rede municipal, segundo informações do mercado, é de R$ 2 mil para cada equipamento. A média de catracas varia de escola para escola, sendo que a média deve ser de cinco unidades por escola.
"O objetivo é trazer mais segurança para os alunos", ressaltou a prefeita Dárcy Vera (DEM). Vera também salientou que irá "endurecer" as normas da cidade, já rígidas, para garantir a segurança dos alunos. "Os pais podem ficar tranquilos, pois além das medidas de segurança adotadas nas escolas municipais, determinei que não seja permita a entrada de estranhos nas escolas, nem mesmo para divulgação de concursos, eventos ou outros assuntos. Também licitamos a instalação de catracas nas escolas para própria segurança dos alunos", reforçou a prefeita Dárcy Vera.
O sistema
A prefeita ressaltou, porém, que, mesmo sem as catracas, a cidade possui um sistema de segurança capaz de minimizar as chances de uma tragédia como a que aconteceu no Rio de Janeiro. "Todas as 96 unidades escolares possuem vigias em período integral, inclusive nos fins de semana e feriado. Além desta medida, as escolas contam com a segurança de duas empresas privadas, também de um sistema de trava nos portões de entrada e saída e um rigoroso acompanhamento dos alunos por parte da direção e funcionários na entrada e saída dos alunos", explicou Vera.
A prefeita também pediu a colaboração dos professores e diretores da rede municipal de ensino para informar a população sobre as medidas para garantir a segurança dos alunos e educadores que estão sendo tomadas pela administração municipal. "Peço hoje a vocês diretores que tranquilizem os pais quanto à segurança que nossas escolas oferecem aos alunos. Sei que muitos se abalaram com o acontecimento [do Rio de Janeiro] e naturalmente se questionam quanto à segurança de suas crianças. Cabe a vocês explicarem todas as medidas de segurança que sempre aplicamos nas escolas, e mostrar a eles que seus filhos estão seguros. Os pais confiam a nós seu maior tesouro, os filhos, e nós trabalhamos para oferecer o melhor a eles", disse a prefeita.
Presença
Com a liberação da catraca, a presença do aluno é registrada em um sistema eletrônico. Segundo Diego Rossetto, analista de suporte responsável pelo equipamento, o sistema poderá ser usado no futuro como banco de dados para acessar relatórios com a entrada e saída dos alunos.
Já os visitantes precisam apresentar um documento e tirar uma foto digital - que ficará armazenada no banco de dados do colégio - para ter a entrada permitida.
Outra vantagem do sistema, garantem os educadores, é o controle automático da presença, o que irá economizar o tempo que os educadores dedicam a essa questão burocrática e possibilitar maior dedicação ao ensino propriamente dito.
A secretária de Educação da cidade, Débora Vendramini, no entanto, reconhece que a decisão foi motivada prioritariamente pelo ataque no Rio de Janeiro. Segundo ela, porém, o plano está em discussão desde julho do ano passado e visa preservar alunos, professores e funcionários, e garantir a segurança patrimonial das unidades no município. A prefeitura tem uma rede com 20 mil alunos.
Ações
Além da instalação de um aparato de segurança que inclui identificação por biometria digital e catracas eletrônicas, a Prefeitura de Ribeirão Preto foi rápida e anunciou uma parceria com entidades da sociedade civil para combater outras formas de violência que ocorrem dentro dos muros escolares. O representante da OAB, André Eduardo Vilela Cury, e a juíza Polyanna Sampaio Candido da Silva, divulgaram que a prefeitura, através da Secretaria Municipal da Educação, firmou uma parceria em que palestrantes da OAB ministraram nas escolas municipais voltadas para questões como o bullying, pedofilia e violência, entre outros assuntos.
"Os temas do projeto A OAB vai à Escola serão sugeridos pelos diretores de cada escola, de acordo com a necessidade da comunidade envolvida", explicou Cury. Embora o projeto já exista, ele passa a contar, segundo Cury, com um foco diferente, mais ligado à prevenção de situações como a de Realengo, no Rio de Janeiro. Segundo a secretária da Educação, Débora Vendramini, esta mobilização é importante, pois muitos casos de violência e crimes praticados, como este no Rio de Janeiro, são consequências de atos como bullying. "Devemos ter consciência e parar com esta prática nas escolas", disse.
Fonte: DCI.com.br
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