Debate busca caminho para se chegar a um modelo de enfrentamento do problema em que prevaleça o pacto pela convivência harmoniosa num ambiente de respeito mútuo
A Comissão de Educação da Assembleia Legislativa, presidida pelo deputado Evandro Junior, realiza hoje, a partir das 18h30, na Câmara de Vereadores de Maringá, audiência pública para discutir bullying e violência nas escolas. Será o segundo evento do gênero de uma série de discussões organizadas nas principais cidades do Estado para subsidiar a criação de uma política estadual de enfrentamento do problema.
“Trata-se de um tema bastante pertinente no contexto da educação moderna e sua abordagem numa perspectiva de formatação de uma política estadual pactuada e eficiente de enfrentamento é urgente e inadiável”, afirma Evandro Junior, apontando para a importância das audiências públicas que buscam exatamente ouvir a sociedade e, a partir daí, definir uma estratégia para tratar o problema.
Durante a reunião, especialistas discorrerão sobre aspectos distintos do bullying, enfatizando o diagnóstico do problema e suas diferentes abordagens de tratamento. Mas em meio aos ‘achismos’ que ainda permeiam a discussão do tema, sobressai a convicção de que é preciso encontrar um ponto de equilíbrio entre a pedagogia e a repressão para coibir os excessos.
O deputado Evandro Junior entende ser este o desafio mais imediato dos debates. “O modelo de escola repressora às vezes é apontado como um estímulo à rebeldia, na mesma medida em que um ambiente permissivo predisporia à violência física e psicológica que caracteriza o bullying. Encontrar um ponto de equilíbrio entre esses extremos é o objetivo desses debates”, afirma.
O conceito de ’bullying’, ainda que amplamente difundido, está longe de ser um tema compreendido e, portanto, de difícil percepção e interpretação, razão dos intensos debates que mobilizam educadores e a comunidade a partir do evento trágico ocorrido no Rio de Janeiro, onde estudante, confessa vítima de violência física e psicológica, entrou numa escola e executou alunos.
“Difícil prever se ocorrência como essa se repetirá, mas é nossa função, de cidadão e homem público, criar mecanismos para antecipar e evitar novas tragédias que começam a se insinuar muito antes de sua consumação. Então, é preciso ter clara a necessidade de instruir profissionais da área da educação a tratar o problema e assim prevenir situações extremas”, afirma o parlamentar.
O deputado lembra que não se trata apenas de prevenção, mas da abordagem do problema consolidado. O parlamentar entende que vítimas e agressores fazem parte do problema e, nesse contexto, é preciso encontrar caminhos para se restabelecer a convivência harmoniosa, sem criminalizar a situação. “A sociedade pode contribuir muito em todo esse processo”, defende.
“Nos casos de bullying, especificamente, as intervenções por meio dos círculos restaurativos tem se mostrado bastante eficiente”, afirma o deputado, evocando estratégia que privilegia o diálogo entre a vítima e agressor com o apoio de um mediador. “Não se trata de um modelo acabado e único. É um processo eficiente, mas é no debate com a sociedade que vamos afinar essa estratégia”, diz Evandro Junior.
Fonte: O Diário.Com
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário