domingo, 2 de abril de 2017

Lázaro Ramos abre o jogo sobre as novidades da nova temporada de Mister Brau

OBSERVATÓRIO DA TELEVISÃO
POR JOÃO PAULO REIS


Lázaro Ramos
Lázaro Ramos (Divulgação/TV Globo)

Nesta quinta-feira (30) aconteceu a coletiva de imprensa para o lançamento da nova temporada da série Mister Brau que segundo rumores será a última. O Observatório da Televisão bateu um papo com Lázaro Ramos que contou sobre a dinâmica da nova temporada, novos personagens e participações especiais. Confira o papo:
Agora na terceira temporada, o Mister Brau voltará mais maduro em cena por já ter 3 filhos?

(Risos) Pelo contrário! Foi um pedido do público que desde a primeira temporada perguntavam onde estava o restante da família dos Brau, e o final da segunda temporada quando as crianças apareceram foi justamente para sentir como os telespectadores iriam reagir, e foi ótimo porque essa terceira temporada vai focar nisso, a vivência com os 3 meninos, a adoção de crianças mais velhas.
Como é essa interação com o público?
Desde a primeira temporada, que era uma temporada para ser única, o publico se identificou e foi pedindo mais assuntos. O Brau é uma série bem sucedida nesse sentido de ter essa interação com o público.
Agora o Mister Brau tem filhos, é muito diferente de ter filhos na vida real?
Os da ficção são mais difíceis porque o Brau é mais filho do que pai, então a Michele ganha 4 filhos. A vida dela nessa temporada não vai ser fácil, mas vamos ter um investimento em cenas de emoção e isso me obrigou como ator a pensar em como o Brau iria reagir a certas situações. Gravamos um episódio em que um dos filhos sofre bullying e eu pensei em como o Brau daria o conselho a uma criança se ele é quase uma criança, e isso foi bom pra mim como ator.
Como você ta lidando com o tempo?
Eu não sou um cara solitário, tudo o que faço tenho uma equipe muito legal. Tanto o Espelho, no Canal Brasil, como Mister Brau. O esforço de toda a equipe ajuda a gente a manter essa qualidade de vida, e somos amigos da equipe. Por exemplo, o Brau que terminamos de gravar agora, nos falamos todos os dias, estamos até combinando de viajar juntos.
Você disse que a terceira temporada vai tocar no assunto bullying. Você sofreu bullying?
A questão de lidar com diferenças da infância e adolescência foram a questão da minha vida mas eu não sistematizava chamando de bullying porque as vezes se misturava com outras coisas, mas no Brau este ano, cada episódio tem uma temática social bem explícita sempre mantendo o tom acolhedor, de entretenimento e bom humor do programa. Teremos temas como o bullying, machismo, adoção de crianças mais velhas. Acho que conseguimos isso de falar sobre assuntos reflexivos de forma agradável.
Esta será mesmo a última temporada de Mister Brau?
Eu não acredito que seja a última, sempre acredito que vai ter uma próxima. A Globo está aguardando os resultados de audiência, mas em termos de enredo ainda temos muito o que contar, inclusive o final da temporada teve um mote incrível para uma quarta temporada, então a isca já está jogada, depende do público e depende da Globo.
O Flávio Ricco deu uma nota de que você apresentou um outro projeto de programa para a TV Globo. Como seria isso?
Eu realmente tenho um outro projeto que ainda não estou autorizado a falar que inclusive estava planejado antes do Mister Brau. Talvez saia, mas a gente não sabe porque ainda está em pesquisa.

Você acredita que apresentar um programa na TV fechada te deu respaldo na TV aberta?

Essa é uma avaliação difícil porque desde que comecei a trabalhar como ator eu entendi que eu não poderia ficar esperando convites. Tenho uma necessidade grande de me comunicar, então estou o tempo todo pensando projetos, e hoje em dia o que eu conquistei é saber que em alguns tipos de produtos eu não serei útil como ator, então isso dá sentido ao meu trabalho como diretor, como escritor. O Espelho é um exemplo disso, existe há 12 anos e cada ano que foi passando fui me capacitando para estar a altura deste projeto. Estou em aprendizado em tudo o que faço e isso é o que me alimenta, eu tenho desejo de falar coisas, não é um plano de carreira, e tudo o que eu fizer estarei em constante aprendizado. No Brau por exemplo eu aprendo muito, porque gosto de temáticas sociais e tenho aprendido a como falar disso usando o humor.
O programa que o Mister Brau vai apresentar se passa no bairro de Madureira?
Este viaduto já frequentei várias vezes. É um lugar que adoro frequentar, e fiz muitos amigos aqui. Apesar de ser baiano e o sotaque escapar durante as gravações, dizem que o Brau é de Madureira (risos). Na primeira temporada, ele dizia que iria voltar pra Madureira e a partir daí sempre comecei a criar alguns cacos sobre isso.
Quais são as participações especiais desta temporada?
Fernanda Montenegro, Ailton Graça, Lea Garcia, Elza Soares, Liniker, Karol Conká, Iza, Buchecha, Marília Mendonça, Pablo, Maiara e Maraísa, Claudia Leitte. Os artistas estavam gravando pra gente participações de 30 segundos, mas ficou tão legal que resolvemos fazer um especial que é o programa que o Brau apresenta com essas participações musicais.
Se chama Os Brau e vai passar no domingo, dia 9, às 13 horas.
O Brau e a Michelle adotaram 3 crianças. Vocês também pensam em adoção na vida real?
Pensei por muito tempo, e não é uma coisa descartada. Eu tenho uma experiência próxima a mim que é muito estimulante.
Você está interpretando Martin Luther King no teatro, e levantando a bandeira contra o preconceito e recentemente você e a Taís foram capa das revistas Veja e Rolling Stones. Como você recebe isso?
Tudo o que eu faço na minha vida artística é fruto da minha origem, de onde eu vim, das pessoas que me inspiram, e busco utilizar isso e a arte para mobilizar pessoas, para que mais pessoas pensem junto conosco porque o país fica mais legal quando todo mundo é escutado e todos os talentos são vistos e fazemos isso de maneira natural, porque é ótimo quando o microfone é utilizado a serviço de algo importante como fazer do Brasil um país com mais diálogo e mais equidade, fazendo isso com arte. Eu não sou uma pessoa que faz isso de forma sofrida porque sou muito feliz na pele que habito.
E você acha que fazer isso em 2017 é mais aceitável e mais fácil ou ainda existe uma barreira?

Claro que tem resistência. Tem gente que não entende que falar sobre isso não é uma acusação, e sim a possibilidade de diálogo, mas precisamos tocar nessa ferida. Rejeição vai haver sempre sobre todos os assuntos, cabe a gente buscar aliados e informação para falar o tempo todo melhor sobre isso. Me considero uma pessoa em formação, por exemplo, vejo o movimento sobre o feminismo se formando e me calo porque sinto que tenho que aprender com quem tem uma vivência.
A Taís Araújo agora está integrando o Saia Justa. Você assiste?

Assisto sempre e estou muito feliz em vê-la ocupando este lugar com ela e com o grupo que se formou.
André RomanoEntrevista realizada pelo jornalista André Romano

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