Em entrevistas ao Portal Revide, vítimas relatam experiências vividas ao longo dos anos
O bullying é uma ação cada dia mais comum no meio escolar, porém, o que muita gente não percebe é que ele pode ter consequências graves em todas as instâncias da vida da pessoa. Recentemente, a Netflix lançou uma série que trata sobre o tema: 13 reasons why. A grande discussão é a pratica do bullying no meio escolar, os danos que ele pode causar e o papel da sociedade e escola no combate e conscientização do ato.
Hanna Baker é uma adolescente recém-chegada em uma pequena escola no interior, que sofre as mais variadas ações e agressões por parte dos novos colegas. Sem a ajuda e acompanhamento adequado, ela toma uma decisão extrema: o suicídio.
Na série em questão, a escola nega conhecimento dos casos de bullying e essa é uma consequência grave. De acordo com a psicopedagoga Ana Regina Caminha Braga fechar os olhos para o que acontece no dia a dia é um erro. “Devemos prestar atenção e ao menor sinal de bullying, tomar as devidas providências. Só essa mobilização pode diminuir tal sofrimento”, diz.
Ana diz que o bullying é um problema sério, que pode levar a graves consequências e precisa ser extinto. “Em meio à era digital e a tantas mudanças sociais e culturais, nós, como pais e educadores, devemos estar ainda mais atentos para o que está acontecendo. E a reversão desses casos só será possível com o apoio da escola, pais e próprios estudantes”, afirma.
Relatos
O biólogo Carlos Corsi fala que durante sua infância e adolescência foi muito obeso, chegando a pesar mais de 120 kg. “Lembro-me quando bem pequeno já era muito rotulado por conta das dificuldades associadas ao excesso de peso. Eu não era feliz com meu corpo e isso transparecia e refletia na minha maneira de socializar com as outras crianças. Na maioria das vezes, o bullyng acontecia dentro da escola, pelos colegas e professores”, relembra.
O pesquisador diz que com 22 anos sofreu a perda de sua mãe, que faleceu repentinamente devidos a problemas cardíacos. “Ao mesmo tempo que isso mexeu demais comigo trazendo muita tristeza, tive forças para me levantar e fazer algo por mim. Senti que pela primeira vez não existia mais ninguém para me defender e me consolar das pressões e assédios, e realmente não existia. Foi então que eu reagi e me levantei. Com auxílio de dieta e academia emagreci mais de 40 quilos em aproximadamente um ano e meio”, conta.
Já o agente de viagens Khaleo Sobral fala que possuiu diversos apelidos ao longo de sua jornada na escola, pois não concordava com os demais membros da sala de aula. “Sentia angústia e raiva, mas eu suportava por muito tempo, até que duas vezes eu acabei retrucando. Isso tudo se transformava em tristeza na minha vida”.
Bruna Guedes conta que sofre preconceito constantemente por conta da obesidade. “O preconceito em relação as pessoas que tem obesidade é muito grande, pois não estamos dentro do 'padrão' estipulado pela sociedade, tanto no convívio com outras pessoas, como na busca de emprego”.
A jovem falou que a vida toda escutou “você tem um rosto bonito, por que não emagrece?". "Alguns são mais descarados, que nem ao menos me conhecem, já chegam falando se não penso em fazer dieta ou mesmo se já não pensei em optar pela cirurgia bariátrica. Julgam que ser gordo é por opção, por que tem preguiça de tentar uma dieta, porém se esquecem que existem fatores psicológicos compulsivos, digo principalmente meu caso, desconto toda a minha frustração, tristeza, raiva, alegria, tudo praticamente na comida, é como se fosse um refúgio”, afirma Bruna.
Paulo Prado é outro que passou pelo bullying durante toda sua vida. “Na maioria do tempo era porque eu era muito afeminado, ou porque era muito certinho - o nerd gay. Mas também sofria com brincadeiras e afrontes quanto à cor da minha pele. Digamos que hoje sou mais preparado para me defender de maneira correta. Sei que os motivos pelos quais eu sofria não são nenhuma vergonha ou de menosprezo, pelo contrário”.
Gabriel Fortunato fala que sempre foi excluído das coisas e na maioria dos casos era por estar acima do peso. “Lembro de alguns meninos chegarem a me perguntar o motivo de eu ser gordo. O que me ajudou a superar foi começar a entrar na brincadeira. Perdia a graça para os outros, pois eles percebiam que não me importava mais. Precisamos ser quem realmente somos”.
Hanelissa Zanateli fala que seu principal problema com o preconceito foi quando estudou em uma escola particular. “Me excluíam por não ter condições financeiras, logo meu desempenho escolar foi caindo. Fizeram muitas brincadeiras com fotos minhas que eles tiraram escondidas e colocavam nas redes sociais. Foi aí que entrei em uma depressão e não queria mais estudar”, lembra.
A jovem fala que, hoje em dia, tudo mudou. "Estou terminando minha faculdade e tenho vários amigos. Tudo que conquistei foi exatamente por tudo que aconteceu, nunca fiz ninguém ter dó de mim pelas situações. Pelo contrário, mostrei que foi uma fase que me deixou forte”.
A secretária de 54 anos Rosângela Muñoz sofreu bullying em sua infância por ser magra demais. “Hoje não sou mais magra, mas para uma criança esse tipo de comentário é muito pesado. Acho um absurdo uma criança ter de passar por isso no século XXI”.
Hanna Baker é uma adolescente recém-chegada em uma pequena escola no interior, que sofre as mais variadas ações e agressões por parte dos novos colegas. Sem a ajuda e acompanhamento adequado, ela toma uma decisão extrema: o suicídio.
Na série em questão, a escola nega conhecimento dos casos de bullying e essa é uma consequência grave. De acordo com a psicopedagoga Ana Regina Caminha Braga fechar os olhos para o que acontece no dia a dia é um erro. “Devemos prestar atenção e ao menor sinal de bullying, tomar as devidas providências. Só essa mobilização pode diminuir tal sofrimento”, diz.
Ana diz que o bullying é um problema sério, que pode levar a graves consequências e precisa ser extinto. “Em meio à era digital e a tantas mudanças sociais e culturais, nós, como pais e educadores, devemos estar ainda mais atentos para o que está acontecendo. E a reversão desses casos só será possível com o apoio da escola, pais e próprios estudantes”, afirma.
Relatos
O biólogo Carlos Corsi fala que durante sua infância e adolescência foi muito obeso, chegando a pesar mais de 120 kg. “Lembro-me quando bem pequeno já era muito rotulado por conta das dificuldades associadas ao excesso de peso. Eu não era feliz com meu corpo e isso transparecia e refletia na minha maneira de socializar com as outras crianças. Na maioria das vezes, o bullyng acontecia dentro da escola, pelos colegas e professores”, relembra.
O pesquisador diz que com 22 anos sofreu a perda de sua mãe, que faleceu repentinamente devidos a problemas cardíacos. “Ao mesmo tempo que isso mexeu demais comigo trazendo muita tristeza, tive forças para me levantar e fazer algo por mim. Senti que pela primeira vez não existia mais ninguém para me defender e me consolar das pressões e assédios, e realmente não existia. Foi então que eu reagi e me levantei. Com auxílio de dieta e academia emagreci mais de 40 quilos em aproximadamente um ano e meio”, conta.
Já o agente de viagens Khaleo Sobral fala que possuiu diversos apelidos ao longo de sua jornada na escola, pois não concordava com os demais membros da sala de aula. “Sentia angústia e raiva, mas eu suportava por muito tempo, até que duas vezes eu acabei retrucando. Isso tudo se transformava em tristeza na minha vida”.
Bruna Guedes conta que sofre preconceito constantemente por conta da obesidade. “O preconceito em relação as pessoas que tem obesidade é muito grande, pois não estamos dentro do 'padrão' estipulado pela sociedade, tanto no convívio com outras pessoas, como na busca de emprego”.
A jovem falou que a vida toda escutou “você tem um rosto bonito, por que não emagrece?". "Alguns são mais descarados, que nem ao menos me conhecem, já chegam falando se não penso em fazer dieta ou mesmo se já não pensei em optar pela cirurgia bariátrica. Julgam que ser gordo é por opção, por que tem preguiça de tentar uma dieta, porém se esquecem que existem fatores psicológicos compulsivos, digo principalmente meu caso, desconto toda a minha frustração, tristeza, raiva, alegria, tudo praticamente na comida, é como se fosse um refúgio”, afirma Bruna.
Paulo Prado é outro que passou pelo bullying durante toda sua vida. “Na maioria do tempo era porque eu era muito afeminado, ou porque era muito certinho - o nerd gay. Mas também sofria com brincadeiras e afrontes quanto à cor da minha pele. Digamos que hoje sou mais preparado para me defender de maneira correta. Sei que os motivos pelos quais eu sofria não são nenhuma vergonha ou de menosprezo, pelo contrário”.
Gabriel Fortunato fala que sempre foi excluído das coisas e na maioria dos casos era por estar acima do peso. “Lembro de alguns meninos chegarem a me perguntar o motivo de eu ser gordo. O que me ajudou a superar foi começar a entrar na brincadeira. Perdia a graça para os outros, pois eles percebiam que não me importava mais. Precisamos ser quem realmente somos”.
Hanelissa Zanateli fala que seu principal problema com o preconceito foi quando estudou em uma escola particular. “Me excluíam por não ter condições financeiras, logo meu desempenho escolar foi caindo. Fizeram muitas brincadeiras com fotos minhas que eles tiraram escondidas e colocavam nas redes sociais. Foi aí que entrei em uma depressão e não queria mais estudar”, lembra.
A jovem fala que, hoje em dia, tudo mudou. "Estou terminando minha faculdade e tenho vários amigos. Tudo que conquistei foi exatamente por tudo que aconteceu, nunca fiz ninguém ter dó de mim pelas situações. Pelo contrário, mostrei que foi uma fase que me deixou forte”.
A secretária de 54 anos Rosângela Muñoz sofreu bullying em sua infância por ser magra demais. “Hoje não sou mais magra, mas para uma criança esse tipo de comentário é muito pesado. Acho um absurdo uma criança ter de passar por isso no século XXI”.
Foto: Divulgação
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