sexta-feira, 28 de abril de 2017

Frente parlamentar quer debate permanente sobre o bullying

CO NEWS

A Frente Parlamentar de Combate ao Bullying e a Outras Formas de Violência quer chamar a atenção dos parlamentares para a gravidade do problema.
Em seminário realizado nesta quinta-feira (27), na Câmara, o coordenador do grupo, deputado Roberto de Lucena (PV-SP), destacou o número crescente de suicídios de crianças, adolescentes e jovens devido à prática.
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que o suicídio é a segunda causa de morte entre pessoas de 15 a 24 anos. Roberto de Lucena defendeu o debate permanente sobre o bullying.
“A missão é chamarmos a atenção diariamente, não apenas em eventos, na maioria das vezes dramáticos, que são abordados pela mídia, pelos pensadores da sociedade, mas com o passar do tempo vão se fechando as cortinas, apagando-se os holofotes e os casos vão sendo esquecidos, as pessoas vão se transformando em números, viram estatísticas e se perdem no horizonte.”
Convivência
O pedagogo Benjamin Horta, diretor da Ong Abrace, elogiou a proposta da frente parlamentar. Segundo ele, o grupo vai incentivar a promoção de políticas públicas de combate ao bullying.
“É preciso promover ações que capacitem educadores, pais e especialistas de forma geral, e principalmente visem a saúde no ambiente escolar. Sabemos que o bullying afeta em curto, médio e longo prazos o desenvolvimento biopsicossocial do aluno, e é fundamental que a proposta da escola seja não só a transmissão de conhecimento, mas acima de tudo o desenvolvimento de todas as potencialidades, sendo uma delas o convívio.”
A psicóloga Lis Soboll alertou para a necessidade de prestar auxílio não só às vítimas do bullying, mas também a quem o pratica. Para ela, a prática é na verdade a ponta do iceberg que anuncia uma crise dos valores da sociedade, dos valores morais, da família e na relação com o outro.
“Quem pratica o bullying está buscando o olhar do outro pela violência. Não raras vezes, esse aluno recebe muito mais atenção da diretoria, tem atendimentos individuais, vira uma referência, ainda que negativa, na escola. É melhor existir como aquele que está fazendo coisas erradas do que não existir nas relações”, exemplificou.

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