sexta-feira, 21 de abril de 2017

Bullying, uma marca na alma das vítimas

HOJE EM DIA

Conforme a pesquisa divulgada ontem pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que mostra o nível de “bem-estar” dos estudantes de 15 anos, o bullying nas escolas tem se tornado uma verdadeira tortura. Para se ter uma ideia, em 34 territórios dos 72 que inclui o estudo, mais de 10% dos entrevistados garantem que já foram alvo de deboches pelos colegas várias vezes por mês. Entre as vítimas, 42% afirmaram não sentir “que a escola é o seu lugar”. Além disso, 4% disseram que chegaram a apanhar também várias vezes no mês, enquanto 7,7% foram agredidos fisicamente diversas vezes ao ano.
Aplicado em 2015, o teste da OCDE com 540 mil estudantes mostra ainda outro aspecto preocupante: 26% dos jovens passam mais de seis horas por dia na internet nos finais de semana e 16% se conectam até seis horas diariamente durante a semana, tempo que tem aumentado. Essa obsessão, alerta o estudo, pode levar esses estudantes a se sentirem mais sozinhos na escola, a não pensarem no futuro de seus estudos, além de chegarem atrasados às aulas.
Na correria do dia a dia e com o advento das redes sociais, muitos pais abandonaram o diálogo com os filhos em casa, as relações têm se tornado mais ríspidas e frias e há uma delegação e cobrança cada vez maior para que as escolas tentem suprir esse vácuo deixado nos lares brasileiros. Muitas vezes, o isolamento dos jovens em casa, os altos níveis de cobrança, o pessimismo em excesso e até mesmo a dificuldade em assumir a sua orientação sexual podem levar essas pessoas a serem motivo de chacota não só nas escolas, mas em vários ambientes que frequentam.
Os comportamentos de ansiedade, raiva excessiva, medo em abordar determinados temas, além na queda no rendimento escolar podem estar associados à baixa autoestima e autoconfiança desses jovens, que já se encontram fragilizados. Longe das salas de aula, as próprias redes sociais se tornam também a porta de entrada para o cyberbullying.
Dessa forma, é necessário que os pais exerçam uma vigilância maior sobre o comportamento de seus filhos, que procurem profissionais especializados e tenham um diálogo amplo e franco. Às escolas, é aconselhável também trazer esses temas à tona, seja por meio de seminários ou outras atividades pedagógicas, para tentar dar um basta no sofrimento de milhares de pessoas no país.
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