Agressão teria ocorrido em uma unidade municipal. Garota alega que sofre bullying há cinco anos; prefeitura nega acusações.
Por G1 Itapetininga e Região
A Polícia Civil investiga um caso de agressão contra uma adolescente de 12 anos no interior de uma escola municipal de Iaras (SP). O boletim de ocorrência de lesão corporal e injúria foi registrado pela mãe da garota no dia 15 de março. A vítima alega que foi agredida com socos e tapas por duas meninas dentro da sala de aula e que sofre bullying há cinco anos pelas estudantes.
Segundo o boletim de ocorrência, a vítima afirma que estava na sala conversando com o professor, quando uma menina começou a tirar sarro e a agrediu com tapas e socos. Em seguida, a vítima teria puxado o cabelo da aluna para se defender e ambas foram levadas até a secretaria. Ainda de acordo com o registro, depois disso, as aulas retornaram para a sala. Porém, a vítima teria sido agredida mais uma vez por outra aula com socos e chutes nas costas.
Em entrevista ao G1, a menor contou que faz cinco anos que sofre agressões e ameaças das alunas que a agrediram. De acordo com a garota, ela ainda não havia falado antes para a mãe sobre o bullying por medo das colegas.
“Desde que entrei para a escola, em 2012, elas me agridem verbalmente me chamando de ‘maria mijona’, ‘cobra’. Depois, em 2015, uma das meninas me agrediu na saída da escola e agora, este ano, me agrediram na sala de aula. Viviam me ameaçando para eu dar minhas roupas e levar balas para elas. Caso contrário, iam inventar histórias sobre mim. Isso me causava uma pressão e um medo, que nunca falei para ninguém”, afirma.
Em nota, a prefeitura de Iaras informou que "não foram localizadas denúncias de bullying relacionadas à adolescente. Informou que a denúncia noticiada de agressão à criança não é procedente, sendo que a situação será esclarecida com a oitiva dos demais envolvidos."
Ainda conforme a nota, a prefeitura também está adotando medidas de proteção adequadas ao caso noticiado envolvendo a criança, inclusive atendimento por profissionais especializados da rede municipal.
A mãe da adolescente afirma que percebeu que a filha estava com comportamento diferente, mas não imaginava que ela sofria agressões. “Quando fiquei sabendo que ela se envolveu em uma briga e foi suspensa por um dia, fui até a escola e me contaram que ela havia sido agredida e também se envolvido em uma briga. Foi então que ela me contou tudo o que estava acontecendo e que era vítima de bullying há cinco anos”, afirma.
Investigação
Ainda de acordo com a mãe da adolescente, após saber das agressões, ela procurou o Conselho Tutelar e foi orientada a registrar boletim de ocorrência de lesão corporal e injúria. Um exame de corpo de delito foi realizado e, de acordo com a polícia, nos próximos dias o delegado irá ouvir testemunhas para dar prosseguimento às investigações. Ainda segundo a mãe, ela foi intimada para prestar depoimento.
“Depois do que houve, a escola trocou minha filha de sala de aula. Mas quero que cortem o mal pela raiz. Agora foi ela, mas amanhã pode ser outra criança. Tem que acabar com isso. Precisam acabar com o bullying. Por isso, protocoloquei um pedido para que seja concedidas as imagens das câmeras da escola para eu ver as agressões e sugeri que façam palestras sobre bullying”, ressalta a mãe.
O Executivo alega que o assunto ‘bullying’ é abordado pelas escolas municipais e faz parte das regras de convivência de cada unidade escolar. Por fim, afirmou que não há como esclarecer maiores detalhes necessários ao caso noticiado em razão do Estatuto da Criança e do Adolescente, que exige a preservação da privacidade e intimidade das crianças e adolescentes.
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