Falando
do mundo dos jovens e dos valentões que aprontam
todas dentro de ciclos de amizade, o aclamado diretor
de “Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças”,
Michel Gondry chega aos cinemas com
seu novo trabalho “Nós e Eu”.
O longa traça um retrato do panorama de garotos
e garotas americanos que convivem diariamente em confronto,
alguns sem limites.
O bonde do bullying
comanda o início, amigos que não tem limites,
se entrelaçam com o restante da turma gerando um
liquidificador emocional sem tampa. O roteiro é muito
inteligente e consegue transportar, de certa maneira, o
público para dentro daquele coletivo lotado.
Na trama, em
uma Nova Iorque dos tempos atuais, vemos uma série
de histórias sobre um grupo que estuda no mesmo colégio
e que todo dia pega o mesmo ônibus para voltar pra
casa. Tudo é muito bem ensaiado e naturalmente vemos
a execuções das sequencias. Conflitos e situações
vão modelando a trajetória do ônibus
que parece cruzar toda Nova Iorque. A criação
de uma festa por algumas meninas, as paqueras típicas
da idade, um casal que não para de se beijar, o quieto
homem mangá, uma família que sofre uma tragédia,
a menina que saiu do colégio por conta da possibilidade
de repercussão sobre uma ‘ficada’ dela.
É uma espécie de metrô zorra total só
que com comédia e muita profundidade nos seus dramas.
Entre poemas
com palavrões, colheradas na cabeça e cigarros
mentolados, uma trilha sonora envolvente vai trazendo aos
poucos o espectador para dentro de cada uma daquelas histórias.
O filme é profundo (outras vezes raso) em algumas
dessas histórias. A relação homossexual
forte entre dois rapazes e a discussão de relacionamento
que explode dentro do coletivo por conta da traição
de um deles (com uma menina) é um dos momentos mais
marcantes do longa. Você ri e se emociona com uma
velocidade impressionante, é um grande conflito emocional
que se cruza de maneira nua e crua.
Percebemos a
todo momento jovens em conflito. Algumas ações
são despejadas em atitudes impensáveis, fruto
de uma adolescência imatura e completamente sem direção.
O filme é uma objetiva e inteligente crítica
à mentalidade e as atitudes da nossa sociedade. Em
pleno século das mudanças tecnológicas,
as mesmas parecem chegar ao nosso planeta para intensificar
e contribuir para o esquecimento do viver em sociedade.
Quando as pessoas vão indo embora sobra mais espaço
para a razão, assim vemos um dos protagonistas que
vai aparecendo aos poucos para o público.
É um
filme que todo mundo deve ver. Professores, atenção!
Essa é uma boa fita para ser discutida em sala de
aula! Mesmo não tendo muito brilho e nem sendo eterno,
Michel Gondry consegue mais uma vez a aprovação
dos cinéfilos.
Fonte: Cine Pop
terça-feira, 9 de outubro de 2012
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