Enviado por Marlene Salgado
Falar em escola deveria ser falar em lugar de educação,
de deferência, de respeito, de autoridade. Mas parece que hoje, as
escolas, principalmente as públicas, viraram reduto de indisciplina, de
violência, de marginalidade. Vivemos, há um bom tempo, numa sociedade em
que a família se pulverizou numa sociedade sem limites. Pais sem
limites criando filhos sem limites.
Educar não é somente
oferecer à criança ou ao adolescente uma vida de mar de rosas. Não é
criar príncipes e princesas para viverem num pretenso castelo encantado,
tendo tudo a tempo e a hora, comandando as ações da casa e dos adultos.
Educar é também frustrar. É impedir atitudes despropositadas que venham
a ferir a si mesmo e o outro. Educar é impor normas, regras que tornam
uma sociedade saudável, íntegra, capaz de se mover no sentido do crescimento
individual e coletivo. No entanto, este conceito se perdeu no meio de
uma selva de irresponsabilidade. E as atitudes inconsequentes atingiram
em cheio o único lugar, fora da família, que trabalha para corrigir
erros, para conter atitudes impensadas, para compreender o sentido de
amizade, colaboração, solidariedade, afeto, consideração, respeito,
autoridade.
É isto. A autoridade
se perdeu na fumaça da insensatez. Falta autoridade na aplicação das
leis. Falta bom senso nos líderes que constroem a base para se ser
social e sociável. Precisamos de pessoas - na justiça, política,
governo, polícia, nos cargos em que se faz necessário a presença de
líderes firmes - que exercitem seu senso crítico para perceber o estado
crítico em que nos encontramos. São inúmeras as notícias de agressões
feitas por alunos a professores, a funcionários de escolas, a outros
alunos, chegando, inclusive, às raias de assassinatos. São inúmeros os
professores que buscam outra ocupação por medo e insegurança, já que
estão abandonados pela lei que os devia proteger. Não há como trabalhar, viver e conviver em ambiente que não haja um mínimo de segurança para cumprir o dever de cada um.
A violência na
escola se generalizou, possivelmente, por causa da sociedade permissiva.
Possivelmente por causa das leis e órgãos públicos que, quando as
escolas tomam providências contra a indisciplina, as ameaçam de
processos e punições, atemorizando-as e impedindo-as de exercer sua
autoridade pedagógica. Ao judicializar questões disciplinares internas,
desautorizam a escola e incentivam o desrespeito, desmandos, a anarquia.
Louvo empenho das
deputadas Andréa Zito e Cida Borghetti de defender a sociedade e as
escolas. Andréa Zito, pelo Projeto Lei 3153/2012, que propõe a inclusão
na Lei de Diretrizes e Bases, do inciso que determina à escola:
“definir, em seu regimento, as normas e princípios para relacionamento e
convivência harmônicos dos integrantes da sua comunidade escolar”. Cida
Borghetti pelo Projeto Lei 267/2011, que acrescenta a seguinte emenda
ao Estatuto da Criança e do Adolescente: “é dever da criança e do
adolescente observar os códigos de ética e de conduta da instituição de
ensino a que estiver vinculado, assim como respeitar a autoridade e
moral de seus docentes” e “O descumprimento do disposto no caput
sujeitará à suspensão por prazo determinado pela instituição de ensino
e, na hipótese de reincidência grave, encaminhamento à autoridade
competente”.
É preciso que as
instituições escolares retomem a autoridade de fazer valer suas leis
disciplinares internas e que incluam, em seu Projeto Pedagógico, os
inalienáveis princípios que devem reger as atitudes de convivência
harmônica. É nossa tarefa tentar reconduzir o leme da educação ao seu rumo original.
Fonte: O São Gonçalo
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