As informações trabalhadas com alunos e professores já estão contribuindo para resolução de conflitos no ambiente escolar.
As aulas da capacitação são ministradas pelo
delegado titular da Delegacia Especializada do Adolescente (DEA), Paulo
Alberto Araújo, que para 120 professores das Escolas João Panarotto, no
CPA 4, Dione Augusta, no CPA 2, e Rodolfo Augusto, no bairro Paiaguás.
Os professores estão aprofundando o conhecimento do ECA para que possam
auxiliar os alunos nas atividades de laboratório de informática do
projeto e administrarem os conflitos entre alunos e professores em sala
de aula.
Em suas aulas o delegado trabalha a
“Inteligência e o Coração do Estatuto da Criança e do Adolescente”,
levando os professores a refletirem sobre alguns artigos do ECA, a
exemplo do artigo 112 que trata das medidas socioeducativas, o artigo 55
que fala da obrigação dos pais em matricular seus filhos na escola e
das medidas aplicáveis aos pais ou responsáveis, previstas no artigo
129. “A escola é o último laço que prende o adolescente no caminho do
bem. “Precisamos atentar para tudo que acontece em sala de aula”,
salientou.
A Delegacia Especializada do Adolescente
(DEA) identificou que adolescentes fora do ambiente escolar estão mais
propícios a praticarem infrações de natureza grave como roubo,
homicídio, latrocínios, sequestro, tráfico de drogas, entre outras. Já
os que estão matriculados se envolvem em infrações leves que não passam
da gravidade de ameaça ou pequeno furto.
O delegado Paulo Araujo aborda a doutrina de
proteção integral a criança e o adolescente, os grupos vulneráveis –
adolescentes e crianças mais suscetíveis de tornarem vítimas ou autores
de alguma infração penal – e principalmente a interpretação do ECA, que
embora já completou a maioridade, ainda é bastante desconhecido em
alguns aspectos.
Uma das educadoras que participa da
capacitação de 10 horas aulas é professora de Língua Espanhola e
Português da Escola João Panarotto, Vanaci Alves dos Santos,
que dá aula para 20 turmas da escola, com idades de 13 a 19 anos.
Segundo a professora, os alunos pré-adolescentes são os que mais se
envolvem em problemas na escola relacionados a desrespeitos a colegas e
professoras e drogas. “Procuramos sempre resolver a questão dentro da
sala de aula e quando não dá comunicamos a direção”, disse.
A coordenadora pedagógica, Miriam Valéria Curvo Moraes da Silva, destaca o consumo de álcool e o fumo com os principais problemas
identificados na escola, além da droga ilícita. Conforme a
coordenadora, a situação melhorou muito depois da chegada do projeto
Rede Digital pela Paz, que num bate-papo com os 1.300 alunos da escola,
acabou repercutindo diretamente na vida dos estudantes e na convivência
com os pais.
De forma lúdica e objetiva o projeto abordou
diversas questões sociais e de violência durante encontros com as
turmas. “Percebemos uma melhora muito grande a partir do momento que
projeto entrou na escola. A escola precisa dessas parcerias, de pessoas
de fora, especializadas para trabalhar com os alunos. Isso ajuda a diminuir essa vulnerabilidade”, destaca a coordenadora Mirian Valéria.
O projeto Rede Digital pela Paz é uma
ferramenta utilizada pela Educação e a Polícia Civil para prevenir o uso
de drogas, bullying, homofobia e outros tipos de violência crescente,
promovendo a cultura de paz. As atividades do projeto são desenvolvidas
pelo site www.rededigitalpelapaz.mt.gov.br, ambiente utilizado para a
troca de experiências, denúncias, bate-papos, informação, publicação de
artigos, sugestões de livros e biografias sobre drogas, violência,
sexualidade, direito e deveres, oficinas digitais e outras ferramentas
de interação, como forma de inserir o publico juvenil na discussão de
temas de interesse social e que assolam a sociedade, como os homicídios
praticados e vitimados por jovens tão corriqueiros na atualidade.
Fonte: Cenário MT
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