domingo, 28 de outubro de 2012

Buylling teria levado estudante sergipano a matar colega

Bruno confessou na noite desta sexta, 26, ter matado Leandro
Delegado Rivaldo Barbosa (Foto: Marcos Tristão/O Globo)
“A gente não está diante de um criminoso, mas de uma pessoa que cometeu um crime”. A afirmação contundente foi feita na manhã deste sábado, 27, pelo titular da Divisão de Homicídios do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa em entrevista à reportagem do Portal Infonet, sobre a confissão do estudante sergipano Bruno Eusébio dos Santos, 26, acusado de ter assassinado o colega de república, o cearense José Leandro Pinheiro, 21 na madrugada da quinta-feira, 25. A motivação do crime teria sido a prática de bullying [ameaça, em inglês].
Foram 15 horas de depoimento na sede da Divisão de Homicídios do Rio de Janeiro nesta sexta-feira, 26, ao delegado Rivaldo Barbosa e de psicólogos. Somente no finalzinho da tarde, Bruno Euzébio se fortaleceu para confessar ter matado o colega Leandro Pinheiro. “No primeiro momento, Bruno ficou em silêncio em nossa frente e da junta de psicólogos da Divisão de Homicídios, mas por volta das 17h ele foi se encorajando e começou falar, mas pediu a presença de familiares, coincidentemente os pais e uma tia chegaram”, conta o delegado Rivaldo Barbosa.
“Ele confessou o que já tínhamos constatado, mas ainda faltava a motivação do crime, foi quando falou que sofria buylling desde que chegou à república e que aquilo ficou guardado em sua mente. Segundo Bruno, ele procurou um psicólogo, um psiquiatra na Barra da Tijuca e depois um psiquiatra em Copacabana e que os remédios do primeiro psiquiatra não faziam efeito e ele não conseguia dormir, geravam fadiga e com isso as notas no Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa), onde fazia mestrado, não estavam a contento. Foi quando procurou o segundo psiquiatra e passou a tomar outros remédios", relata o delegado.
Crime
Conforme o delegado, de acordo com o relato de Bruno Eusébio [que é natural do município de Malhador], o problema estava gerando um comportamento fora do normal. “Ele não conseguia dormir e a vítima dormia no mesmo quarto, enquanto ele andava pela república, tomando coca-cola com vodka [já tinha ingerido remédios]. Foi quando pegou uma pedra, que esclareceu os fatos, porque só sabiam que essa pedra existia, as pessoas da casa. Ele pegou a pedra, passou pela cozinha, pegou uma faca, entrou no quarto, deu um golpe no colega com a pedra e em seguida, desferiu quatro golpes de faca, duas no peito e duas na barriga de Zé Leandro. Quando percebeu que o colega estava morto, pegou o resto dos remédios misturou na coca-cola com vodka e ingeriu tentando o suicídio, desmaiando”, destaca.
Rivaldo Barbosa disse ainda que o trabalho da Delegacia de Homicídios foi concluído. “Nós gravamos todo o depoimento na presença dos pais, da tia e dos psicólogos. Convocamos a imprensa para uma entrevista coletiva, mas não o apresentamos, porque percebemos a situação de Bruno Euzébio. A gente não está diante de um criminoso, mas de uma pessoa que cometeu um crime levado por uma situação de descontrole emocional. O caso chocou a todos nós. A gente não está diante de um criminoso. Que pais não se orgulham de ver os filhos estudando no Impa, que é o maior da América Latina, e ter um desfecho desses: um morto e um na cadeia?”, indaga Rivaldo Barbosa acrescentando que o caso foi encaminhado à Justiça e que o estudante sergipano continua no Departamento de Homicídios, mas será encaminhado ao presídio.
Os pais de Bruno Eusébio pediram desculpas à família de José Leandro Pinheiro. Ele e o autor do crime moravam em uma república com mais 11 estudantes, só que o delegado explicou que eram em andares diferentes.
Buylling
Bullying é uma prática comum nas escolas, onde um aluno ou um grupo demonstra atitudes agressivas, repetitivas, e sem razão, contra um colega ou grupo de colegas, que costuma(m)guardar tudo na mente. Os tipos de agressão vão desde insultos até o isolamento social da vítima, passando por ataques físicos, fofocas e chantagens. Tudo com o objetivo de intimidar e humilhar o outro jovem.
Por Aldaci de Souza
Fonte: InfoNet

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