domingo, 28 de outubro de 2012
A FORMAÇÃO DE DIRETORES DE ESCOLAS PÚBLICAS E A QUESTÃO DA VIOLÊNCIA ESCOLAR
Danilo de Carvalho Silva
Contato com o autor: correiododanilo@yahoo.com.br
Orientador: Adriana Marcondes Machado
Nível do Trabalho: Iniciação Científica
Introdução: Após articulações entre profissionais do Serviço de Psicologia Escolar do IP/USP e supervisores de educação lotados na Diretoria de Educação da Região do Butantã, a coordenadora dos supervisores solicitou a participação do serviço num projeto de formação de diretores das escolas públicas para auxiliar na compreensão e na criação de estratégias para enfrentamento do que se toma como violência escolar. Este projeto visa, ao participar da formação de diretores, contribuir no desenvolvimento de procedimentos, em ações e reflexões, para enfrentamento de dificuldades envolvidas no contexto de violência escolar e sistematizar os saberes desenvolvidos. Métodos: A partir da participação e do registro escrito houve seis encontros mensais, entre abril e novembro de 2011, com os diretores das Escolas Municipais de Ensino Fundamental da Região do Butantã. Este trabalho sistematizará as reflexões dos procedimentos utilizados na formação e das ações realizadas na escola. Aluno e orientador auxiliaram na reflexão sobre estratégias de formação, necessárias nos encontros, para que os diretores medeiem e instaurar diálogos sobre o tema violência e convivência escolar nas respectivas escolas. Resultados e discussão: A relação entre psicologia e educação operou historicamente a patologização ao reduzir problemas escolares a fatores intrínsecos ao sujeito [1]. Com o intuito de buscar formas de intervir nesse processo foram desenvolvidas críticas, reflexões e estratégias de intervenção. Uma criança encaminhada com um problema de aprendizagem requer um trabalho com as relações nas quais esses problemas são produzidos. Faz-se necessário desenvolver formas de acesso ao sofrimento do aluno, na medida em que este sofrimento tem relação com que acontece na escola. Considerações Finais: Os elementos constitutivos da violência são múltiplos [2] e se apresentam nas histórias de violência dos espaços escolares, interessando a nós as práticas do dia a dia presentes nessas histórias. Num contexto com condições precárias de trabalho é comum haver escolas com um coordenador por período para cerca de 800 alunos, dificultando a atenção singular aos alunos que a solicitam. Assim, brigas, agressões, xingamentos, sujeira, furtos, etc., não recebem um cuidado para além da tentativa de solução imediata dada pela punição, isto quando esta ocorre. Um aluno que, por engano, deixa o suco cair no chão explicita um funcionamento diferente de um aluno que, propositadamente, realiza esse gesto com raiva. A mesma orientação de limpar o chão não abrange, portanto, as necessidades pedagógicas para cada situação. As narrativas das experiências socializam as histórias dos diferentes modos de vivenciar o cotidiano escolar, vislumbrando outros modos de experimentar as relações vividas quando em contato com o que há de comum nos relatos trazidos.
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