Rio -
Um vídeo tornou-se famoso na internet em 2011: Casey Heynes, um garoto
australiano, revidava violentamente os socos de um colega de escola que o
perseguia. Em vez de criticar o colégio por ignorar a existência do
conflito em suas dependências, a imprensa transformou Casey em herói. A
seguinte mensagem foi passada aos jovens: “Defendam-se, pois o mundo não
é regido por leis.”
Algumas semanas depois, imaginando-se um “herói”, Wellington Menezes, sofredor de esquizofrenia, ex-vítima de bullying, matou 12 alunos da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, e se suicidou. Em uma carta, o assassino elogiava Casey Heynes.
Em 2 de maio de 2011, Justin Bieber chamou Casey Heynes de “corajoso” e “inspirador” em um show na Austrália. No mesmo dia, força de elite americana — formada por ‘heróis’ — matou Bin Laden no Paquistão. Um desfile de autoridades mundiais veio a público afirmar que “a justiça havia sido feita”. Os jornais noticiavam a grande vitória eleitoral de Barack Obama e poucos criticaram o fato de um criminoso ter sido executado sem direito a julgamento e defesa. Mais uma vez, a imprensa e as autoridades passavam aos jovens uma mensagem negativa: “Se você é forte, a Lei pode ser ignorada e manipulada a seu favor. Neste caso, é lícito que o bom mate o mau, como nos filmes de ação.”
Jornalistas e educadores continuam abordando o bullying escolar de modo superficial: condenam apelidos e brincadeiras de mau gosto e esquecem que esses sintomas estão no topo do iceberg. O verdadeiro problema está na base, nas informações contraditórias que chegam todos os dias ao conhecimento dos jovens através dos veículos jornalísticos e do discurso de adultos que alimentam o ódio, o preconceito e a falta de humanidade.
Jornalista e escritor, autor de ‘Bullying – não quero ir pra escola’
Jornal O Dia
Algumas semanas depois, imaginando-se um “herói”, Wellington Menezes, sofredor de esquizofrenia, ex-vítima de bullying, matou 12 alunos da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, e se suicidou. Em uma carta, o assassino elogiava Casey Heynes.
Em 2 de maio de 2011, Justin Bieber chamou Casey Heynes de “corajoso” e “inspirador” em um show na Austrália. No mesmo dia, força de elite americana — formada por ‘heróis’ — matou Bin Laden no Paquistão. Um desfile de autoridades mundiais veio a público afirmar que “a justiça havia sido feita”. Os jornais noticiavam a grande vitória eleitoral de Barack Obama e poucos criticaram o fato de um criminoso ter sido executado sem direito a julgamento e defesa. Mais uma vez, a imprensa e as autoridades passavam aos jovens uma mensagem negativa: “Se você é forte, a Lei pode ser ignorada e manipulada a seu favor. Neste caso, é lícito que o bom mate o mau, como nos filmes de ação.”
Jornalistas e educadores continuam abordando o bullying escolar de modo superficial: condenam apelidos e brincadeiras de mau gosto e esquecem que esses sintomas estão no topo do iceberg. O verdadeiro problema está na base, nas informações contraditórias que chegam todos os dias ao conhecimento dos jovens através dos veículos jornalísticos e do discurso de adultos que alimentam o ódio, o preconceito e a falta de humanidade.
Jornalista e escritor, autor de ‘Bullying – não quero ir pra escola’
Jornal O Dia
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