Estresse, carga horária excessiva, violência nas escolas. Esses problemas, juntos, têm transformado a vida de professores da rede estadual, conforme revela pesquisa da Apeoesp, sindicato que representa a categoria. Quase 20% dos educadores sofrem de depressão e 23% de ansiedade ou síndrome do pânico.
Números apresentados no início deste mês foram levantados após estudo realizado em congresso que reuniu 2,5 mil profissionais, chamado “A saúde do professor na rede estadual de ensino”.
Ainda conforme o levantamento, dos professores que disseram sofrer de depressão, 57% se afastaram do ambiente escolar. “Em Marília, é grande o número de professores que sofrem deste problema e que estão nesses índices, já que participaram do estudo. Isso é reflexo do estresse ocasionado pelas condições de trabalho, da jornada excessiva que não nos dá tempo para preparar as aulas e nos atualizarmos e da onda de violência que assola as escolas. Antes, a maior causa de afastamento era a rouquidão, hoje são os problemas emocionais. Temos que ter políticas mais efetivas para tratar e prevenir isso”, comenta a diretora estadual da Apeoesp, Carmem Urquiza.
A hipertensão arterial atinge 30% dos professores, segundo a pesquisa, e 37% tiveram que se afastar em função da doença. Já a rouquidão é problema para 21% dos entrevistados e foi responsável por 41% dos afastamentos.
“Na segunda [amanhã] não temos o que comemorar. A carreira sofre com a desvalorização e falta de evolução, com salários defasados que fazem com que ela não seja atrativa. É preciso que isso seja repensado, porque hoje já existe escassez de profissionais. Se isso não for mudado, não há como o ensino avançar”, concluiu.
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