domingo, 4 de novembro de 2012

Violência na Escola Uma realidade do nosso Cotidiano

 
1. INTRODUÇÃO
Quando o ambiente está sob tensão, conflitos precisam ser evidenciados e problematizados, para que não interfiram de forma negativa de forma negativa na organização do trabalho da classe e, consequentemente, no processo de aprendizagem dos alunos. Por isso, estudar um tema como violência, se tornou importante para nós.

A violência tem sido um dos temas mais preocupantes da atualidade, está presente em todos os países e tem aumentado assustadoramente em todas as classes sociais.

A violência de uma forma generalizada cresce diariamente em progressões geométricas. Se hoje cinco pessoas são vitimadas pro ela, amanhã serão 25, depois de amanhã 625, etc. Até que se cumpra a previsão de que a terceira quarta parte da humanidade seja extinta: 4,5 bilhões de pessoas dizimadas pelas diversas formas de violência. (Silva, 2001, p.16).

E as diferentes manifestações de violência vêm adquirindo cada vez maior importância e dramaticidade na sociedade brasileira, que está ameaçada pelo crescimento da violência generalizada.

Muitas são suas manifestações, os sujeitos envolvidos e as consequências da mesma. Mas apesar de grande interesse da sociedade em geral pela problemática da violência, as relações entre violência e educação ainda são pouco estudadas. E suas manifestações no espaço escolar têm preocupado, de forma especial, pais, educadores e gestores.

Como professoras do ensino fundamental, temos convicção que a violência na escola não pode ser analisada de forma isolada, pois sabemos que ela faz parte de um processo mais amplo, envolvendo fatores que dizem respeito ao contexto social como um todo.

Este trabalho irá sobre este contexto e em especial a violência na escola, a partir das nossas experiências enquanto docente da pesquisa realizada durante o estágio supervisionado. 

Parafraseando o Dr. Dráuzio Varella dizemos que a "Violência é uma doença epidêmica, contagiosa e de múltiplas causas onde alguns pesam na definição política de terem desenvolvido métodos mais preciosos para avaliar a influência de certos fatores associados às raízes da violência". E, pensar também, em combater efetivamente essas "raízes" significa transformarmos o ambiente escolar em que vivemos, em um ambiente de paz, para podermos, de fato, transformarmos à realidade em nossa volta.

Nesta perspectiva, iremos focar a violência nas escolas, mostrando o que pode causar em um ambiente educacional e mais ainda iremos debater sobre a violência entre os próprios alunos. Apresentaremos os fundamentos teóricos elaborados por Rosseau (1938) e Danilo Streck (2003), entre outros, visando assim analisar a ideia de violência. 

2. Conteúdo
CONTEXTUALIZANDO A VIOLÊNCIA NA ESCOLA
A violência é sem dúvida um dos maiores problemas da sociedade mundial, pois dentro da violência estão inseridas as fomes, a falta de educação, a pobreza, entre outros. Segundo Streck (2003), "Essa violência ocorre devido ao contrato social que estamos vivenciando, pois estamos na disputa travada entre modernidade e pós-modernidade contra preceitos antigos que ocasionam a ruptura de pensamentos entre pessoas". Rousseau tenta compreender essa discussão com relação à educação, tentando construir dessa forma um lugar para o diálogo.

Quando tratamos esta violência entre os próprios alunos, podemos observar a força que os meios exteriores exercem sobre esses jovens (Esses meios exteriores são TV, rádio, revistas, pobreza, desemprego e etc.). Rosseau (1983), afirma que: "O homem nasce puro e a sociedade o corrompe".

A população em vários casos julga a escola como culpada da má formação do aluno, pois ela não os educa para uma vida regulada em meio à sociedade. Bordieu (1972), afirma que: "A imposição arbitrária da cultura dos grupos ou desses dominantes são adotados através da autoridade pedagógica". Já Streck (2003), diz: "Não se trata de um problema acadêmico, mas de evidências da realidade que, com veemência, interpelam a academia".

Mesmo após tantas críticas a violência se apresenta como algo crescente e indissolúvel. Freire (1986), diz: "O educador é um facilitador da aprendizagem, mas ele se coloca como testemunha do processo de conhecer". Ele é alguém que faz e refaz diante dos educandos e com eles os caminhos do conhecimento. Neste sentido, o educador é também uma testemunha de cidadania, ao explicitar suas convicções ao mesmo tempo em que as coloca sob o crivo da prática, sua e dos outros.

De onde vem a violência?
Para muitos pais, alunos e profissionais de educação a violência vem de fora da violência. Ou seja, escola é vista como uma vítima de "maus tratos" que a atacam, depredam e roubam. E, no entanto, a escola também produz a violência no seu cotidiano. São violências sutis e invisíveis, que se esconde sob o nome de "evasão". É inconscientemente, promovida pelos próprios educadores através de regulamentos opressivos, currículos e sistemas de avaliação inadequados à realidade onde está inserida a escola e medidas e postura que estigmatizam, discriminam e afastam os alunos.

O ambiente escolar soma outros fatores à série de violência que frequentam as escolas principalmente, as escolas públicas. Muitas vezes, a escola diz-se neutra, universal e com valores próprios. Essa "neutralidade" acentua e dissemina valores estranhos àqueles que ilustram o cotidiano das crianças pobres, que veem reprovados seus hábitos e seu jeito de falar. Ao inferiorizar os alunos pobres, escola lhes ensina a resignação frente ao fracasso. Quando os alunos deixam à escola, expulsos pelos mecanismos de evasão encaminham-se para a outra parte do ciclo: o trabalho mal remunerado, o subemprego, as FEBEM's e os presídios.

A maioria das ocorrências violentas nas escolas é praticada por alunos ou ex-alunos. Ou muito raramente são "elementos estranhos" que atacam a situação. Há uma diferença qualitativa entre os diversos tipos de "atos de violência" que chega a direção das escolas.

A gravidade das situações é variável e os feitos das providências tomadas podem ser muito sérios. Os envolvidos em geral, são alunos ou jovens expulsos indiretamente através dos mecanismos de evasão. Por isto, é importante que a escola se volte para estes jovens buscando a sua reiteração na condição de alunos ou de usuários de espaços e serviços oferecidos à comunidade.

3. Conclusão
Em nossas experiências docentes fomos inquietadas para aprofundar esta sistemática sobre a violência na escola. Consideramos, desde então, que as leituras e o estágio curricular no curso de pedagogia vieram a somar estas motivações e a tornar transparente o desejo de mudar a realidade de uma ‘escola violente' que ainda nos dias atuais se caracteriza por ser excludente.

Consideramos de fundamental importância os dados dos resultados, mesmo que apenas indicativos, mas apontam que é possível identificar raízes da violência escolar, que ocorrem dentro e fora da escola. E, do mesmo modo, prevenir e combate-los, para que isso ocorra é necessário melhorar a autoestima de educandos e educadores/as; de políticas públicas voltadas para tal fim e de mudança de atitudes no jeito de fazer educação, com mais compromisso e tolerância para com a diversidade.

Acreditamos que combater à violência na escola significa ir além da preocupação apenas com a educação formal é necessário o olhar para o aluno/a e perceber que estamos formando um, cidadão/ã e que até a violência que vem de fora necessita ser superada no universo escolar.

Contudo, não trata-se da escola resolver todas as mazelas do sistema educacional e social 
vigente, mas enfrentar o problema discutindo e proporcionando formação continuada e social vigente, mas enfrentar o problema discutindo e proporcionando formação continuada para desconstruir uma mentalidade de que ‘se não é daqui o problema então não temos nada a ver com isso'. Entendemos que combater a violência na escola necessita de ações pedagógicas eficazes e, principalmente, compromisso com esta causa.

4. Referências
BOURDIEU, Pierre, Passeron, J. C. A Reprodução: elementos para uma nova teoria do sistema de ensino. 1. Ed. Rio de. Janeiro: Francisco Alves, 1975.
FREIRE, Paulo. Educação como prática de liberdade. São Paulo: Cortez, 1986.
ROSSEAU, Jean Jaques. Do Contrato Social. 3 edição. São Paulo: Ed. Abril Cultural, SP, 1983.
STRECK, Danilo Romeu. Educação para um novo contrato social. 1. ed. Petrópolis-RJ: Vozes, 2003.
Cleide Diniz - Perfil do Autor: Licenciada em Pedagogia desde 2009, pela Universidade Federal da Paraíba - UFPB.
Concluinte em 2013 em Especialização em Gestão Educacional pela Universidade Estadual Vale do Acaraú.
Cargo: Professora de Educação Básica de 1 a VI, Sec. Est. Educação.

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