Precisamos politizar esse debate, identificar o verdadeiro agressor aos educandos e educadores, estabelecermos uma relação de companheirismo em busca de um mundo justo, fraterno e igualitário, onde o aluno reconheça que o professor é seu amigo “mexeu com ele, mexeu comigo”, da mesma forma que o professor deve também reconhecer que “o aluno é seu amigo, mexeu com ele mexeu comigo”.Portanto, somos aliados da mesma causa e Classe. Durante o ano, são frequentes os problemas e conflitos, haja vista que a escola não é uma ilha apartada da comunidade. Ela expressa parcialmente e seletivamente o modo de vida da comunidade. É preciso reconhecer que a sociedade mudou, direitos e deveres avançaram, conquistas e direitos se estabeleceram, ferramentas virtuais disputam o imaginário e a coletivização do conhecimento destronado, ao mesmo tempo em que o educador deve ser o aliado direto no entendimento e acolhimento da vida concreta dos filhos da comunidade rumo a construção de um novo mundo livre de todas as formas de preconceito e opressão, de demarcações e dos atuais paradigmas da convivência humana. Essa reflexão tem que ser a cada momento, porém, do ponto de vista da macro relação para dentro e fora do universo escolar o dia 25 foi uma data marcante que causou duas vítimas no processo educacional. De um lado um pai de família, trabalhador, educador, lutador pela vida, e, de outro, um jovem sem educação e noção de limites, reproduzindo certamente a condição de não vida a que foi submetido ao longo de sua pouca existência. Ninguém saiu vencedor nesse embate, nem o agredido, nem o agressor, pois no limite foram vitimas da inoperância do estado burguês que pouco se questiona ou nele se identifica a ira das vítimas cotidianas do sistema. Não se resolve a violência com mais violência ou aparato de violência. O espaço escolar é o espaço do diálogo, do contraditório e do respeito, uma vez que o grande violento para com o educador e educando são os governantes com os baixos salários, com as salas de aulas superlotadas, com a falta de perspectivas para os jovens brasileiros, com a defasagem das ferramentas educacionais, com a falta de investimento na educação e assim sucessivamente. Construir um mundo de liberdade não rima com altos muros similares a prisões, já enunciadas em obras como: “Vigiar e punir do filósofo francês Michel Foucault, publicado originalmente em 1975 e tida como uma obra que alterou o modo de pensar e fazer política social no mundo ocidental. É um exame dos mecanismos sociais e teóricos que motivaram das grandes mudanças que se produziram nos sistemas penais ocidentais durante a era moderna. É dedicado à análise da vigilância e da punição, que se encontram em várias entidades estatais (hospitais, prisões e escolas). Foca documentos históricos franceses, mas as questões sobre as quais se debruça são relevantes para as sociedades contemporâneas. É uma obra seminal que teve grande influência em intelectuais, políticos, activistas sociais e artistas.Foucault muda a ideia habitualmente aceita de que a prisão é uma forma humanista de cumprir pena...” (publicado no Wikipédia,22/11/2012) Com maior ênfase, por exemplo, a problemática da droga frequentemente relacionada com comportamentos inadequados deve ser enfrentada do ponto de vista educacional e não policial, haja vista que a juventude esta morrendo pelo vício do crack e outras drogas, que até hoje não se resolveu com a repressão praticada historicamente, cujo resultado é desolador. Portanto, estamos iniciando essa reflexão tendo como marca uma data que dentro de uma relação dialética, deve discutir a tese que é o atual modelo educacional, apreciar a antítese, ou seja, os questionamentos e negação deste, rumo a uma nova síntese pedagógica, que redundará inexoravelmente numa nova tese. Estamos sugerindo que no dia 25 de novembro de cada ano em memória e referência ao Professor José Vieira Carneiro que morreu após agressão em sala de aula, no dia 25 de novembro de 2001 na Escola Estadual Palmira Graciotto, no Parque São Bernardo em São Bernardo do Campo, se constitua num marco dessa abjeta realidade. * Aldo Santos é professor, coordenador da APEOESP-SBC, Presidente da Associação dos Professores de Filosofia e Filósofos do Estado de São Paulo Fonte: Clique ABC |
quarta-feira, 28 de novembro de 2012
25 de novembro: dia de reflexão contra a violência nas escolas
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