III SEMINÁRIO INTEGRADOR - PRÁTICAS SOCIOEDUCATIVAS EM DIREITOS HUMANOS E A (RE)INSERÇÃO DO ALUNO NA ESCOLA DO ENSINO FUNDAMENTAL( Maria de Fátima A. Ferreira - UESB)
Doutora em Educação pela UFBA; Professora Orientadora do Mestrado em Ciências Ambientais e do Curso de Graduação em Pedagogia da Universidade Estadual do Estado da Bahia - UESB; Líder do Grupo de Pesquisa Resiliência e Educação, CNPq/UESB; Coordenadora do Núcleo de Pesquisa e Extensão Gestão em Educação e Estudos Transdisciplinares – NUGEET, CNPq/UESB e da Pesquisa Práticas Socioeducativas em Direitos Humanos e a (Re)inserção do Aluno na Escola do Ensino Fundamental – UESB.
1 Título: PRÁTICAS SOCIOEDUCATIVAS EM DIREITOS HUMANOS E A (RE)INSERÇÃO DO ALUNO NA ESCOLA DO ENSINO FUNDAMENTAL
2 Justificativa:
O presente minicurso discute o fenômeno da violência na escola e suas diferentes formas de interpretação no espaço escolar e social. O enfoque principal se concentra na questão de como a violência se apresenta e é conceituada no contexto escolar, tendo como um dos seus principais desdobramentos a produção de representações e o silêncio sobre as manifestações de violência na sala de aula. Observa-se atitudes, comportamento, estereótipos, (pre)conceitos e discriminação por traz do silêncio e representações de alunos e professores e, de que modo, a escola interfere (ou não) com hábitos e costumes (tradicionais ou não) nas formas de relações de gênero, sexualidade, raça, cor, etnia, religião, dentre outras, no espaço escolar e social e a natureza das interconexões conceituais (violência, silêncio, valores sociais, práticas pedagógicas). O conteúdo a ser ministrado nessa produção se constrói em um diálogo com diferentes autores (CASHMORE, 2000; GIDENS, 1991; 2001, ORLANDI, 1997, dentre outros) que trazem contribuições às discussões e o aprofundamento do tema em estudo, entender e distinguir os conceitos, concepções e definições utilizadas pelos teóricos selecionados para o desenvolvimento desse trabalho. A metodologia qualitativa, por meio da relação dialógico-comunicativa busca tornar mais simples e dinâmica a discussão sobre o fenômeno da violência na escola.
A escola é reconhecida como espaço apropriado à interatividade, diálogo, desenvolvimento da consciência, aprendizagens de valores humanos (morais, éticos, solidariedade, igualdade, dentre outros), de desenvolvimento de atitudes e comportamentos favoráveis ao convívio saudável, onde se aprende a condição humana. Contudo, estudos sobre a violência na escola percebem que as relações entre pessoas e grupos tem se revelado como expressão de violências físicas, morais, psicológicas e, muitas vezes, tem chegado ao extremo da violência. Nos dias atuais, as escolas, de modo geral, experimentam no cotidiano, diversas manifestações de violência que vem intimidando quem trabalha e/ou estuda nesses espaços, causando susto, insegurança e até mesmo medo, afastando muitas vezes, os alunos (as) dos ambientes de aprendizagem. Desse modo, convivem com o drama da repetência, evasão e abandonos e o esvaziamento tem preocupado educadores e dirigentes que conquistaram a democratização do acesso do aluno a educação e ensino público, porém, ainda não tem alcançado sucesso com o índice de permanência desses sujeitos na escola. Sendo que, nos últimos anos, o problema a ser enfrentado é o de como manter esses alunos na sala de aula. O que fazer para sustentar a permanência de alunos na escola?
Apesar da preocupação de autoridades, educadores e pesquisadores, a violência na escola cresce a cada dia de forma assustadora e se expressam pelas agressões físicas, morais, verbais, de modo que vem amedrontando a comunidade escolar. As vivências na escola passam a serem caracterizadas como desconforto, medo, pavor, horror, desapego, falta de respeito às diferenças (gênero, sexo, geração, classe social, raça, etnia, cor da pele, tipo de cabelo, entre outros. Vivência significa “experiência viva ou vivida”, “designa toda atitude ou expressão da consciência” (ABBAGNANO, 2003); portanto, a escola é um dos espaços destinado às relações inerentes as trocas simbólicas, de diferentes linguagens e possibilidades de expressão, prazer, desafios; onde se tece as teias de relações entre pessoas, mas também lugar onde os conflitos, tensões se manifestam e requer mediações dos responsáveis pela formação e desenvolvimento humano no contexto escolar.
Essas reflexões e indagações sobre a escola, a violência e responsabilidade social, mapeados pela investigação parece-nos um campo fértil e permite a formulação de interrogativas específicas sobre o tema. São elas: Quais as manifestações de violência presentes no cotidiano da sala de aula? Quais as mais freqüentes e como se manifestam? De que forma a escola trabalha com as manifestações de violência? Que trajetórias de educação a escola tem planejado para enfrentar essas situações?
2.1 Outras questões norteadoras:
- O que é violência? O silêncio quando machuca pode ser considerado uma violência? Qual especificidade da violência na/da escola em relação a outros tipos de violência no/do espaço urbano? Definição do conceito de estigma, preconceitos, discriminação e suas manifestações no espaço escolar e social. Reflexão sobre os efeitos da violência: o caso bullying: O que é o bullying? Quais as expectativas, sonhos para as escolas, comunidades, formação do aluno, participação da comunidade local e família em programas? Por onde começar (planejar, definir metas, estratégias, prioridades) o enfrentamento/combate ao fenômeno violência na escola? Como realizar, na prática cotidiana, os planos, desejos, sonhos de construção de uma escola que trabalha com educação em valores e em direitos humanos? Como enfrentar demandas e aplicar estratégias de enfrentamento/combate ao fenômeno violência na escola? De onde partimos? O que já temos?Como avançar nesse processo de enfrentamento/combate a violência na escola?
2.2 Objetivos da Produção Minicurso
2.2.1 Objetivo Geral: Discutir o fenômeno da violência na escola e espaço social urbano, refletindo sobre diferentes abordagens e maneiras pelas quais o mesmo tem sido trabalhado em diferentes pesquisas sociais, conceituações por teóricos e de que modo a escola lida com os tipos de violência, agressões, discriminação na escola.
2.2.2 Objetivos Específicos:
(1) Promover a interação dos participantes e apresentar o tema de estudo, objetivos da produção minicurso. (2) Discutir conceitos de violência na escola, distinguir diferentes concepções e definições utilizadas, por meio da interação dialógico-comunicativa. (3) Trabalhar com questões norteadoras sobre o tema em estudo, com utilização da técnica de diagnóstico e sensibilização Mapa Falante, para discutir o fenômeno da violência na escola, articulando a relação violência escolar e social.
3 Metodologia
A metodologia a ser utilizada para exposição do tema utiliza-se de métodos e técnicas qualitativas, privilegiando a comunicação dialógica estabelecida entre momentos de exposições orais e exibições de slides.As dinâmicas apresentadas buscam reflexões com participantes, na produção do tema violência na escola, praticas socioeducativas em Direitos Humanos e a (re)inserção de alunos na escola do ensino fundamental, facilitando o diálogo entre participantes e proponente.
Referências
ARENDT, Hannah. Sobre a violência. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1994.
BOURDIEU, P. (Coord.). A miséria do mundo. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997.
CANDAU, Vera Maria, Maria da Consolação Lucinda, Maria das Graças Nascimento. Escola e Violência. Rio de Janeiro, RJ: DP&A, 2001.
CASHMORE, Ellis. Dicionário de relações étnicas e raciais. Tradução Dinah
Kleve. São Paulo: Summus, 2000.
CHARLOT, Bernard. A violência na escola: como os sociólogos franceses abordam essa questão. Porto Alegre: Sociologias, ano 4, nº 8, jul/dez 2002, p. 432-443. Acesso em 15 de agosto de 2010.
______. Le Rapport au savoir en milieu populaire.Paris: Anthropos, 1999.
FERREIRA, Maria de Fátima de Andrade Ferreira. Gênero, sexualidade e saberes pedagógicos: uma abordagem teórica falando de diferença, preconceitos e discriminação social. Estudos IAT, Salvador, v.1, n.1, p. 61-84, abr. 2010.
_______. Relações de gênero e sexualidade: considerações históricas e
Sociais. Estudos IAT, Salvador, v.1, n.1, p. 122-145, abr. 2010.
GIDDENS, Anthony. Modernidade e identidade. Tradução Plínio Dentzein. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar Ed. 2002
Fonte: MP Cidadania
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