segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Dependência emocional é um dos principais sintomas

Fabiana Mascarenhas 

A vendedora A.L, 37 anos, sofre de carência excessiva. Perdeu os pais muito cedo, sofreu bullying na fase escolar, foi traída nas primeiras relações. Isso resultou no desenvolvimento de uma pessoa que teme se envolver com medo de ser rejeitada ou de perder o que conquistou.

"Me apego muito rapidamente às pessoas e vivo com medo de perdê-las. Estou sempre responsabilizando alguém por minha tristeza ou felicidade, mas só consigo perceber isso hoje, depois de seis anos de terapia", conta a vendedora, que optou pelo anonimato.

A psiquiatra e psicanalista Miriam Gorender explica que, normalmente, pessoas com carência excessiva têm dependência emocional, baixa autoestima, são inseguras e desenvolveram o problema em alguma experiência onde suas necessidades emocionais não foram atendidas. A situação pode ter ocorrido ainda mesmo na infância.


Tratamento

"Em algumas situações, os casos se tornam muito sérios e interferem demais na vida do indivíduo. Alguns são resolvidos com psicoterapia, mas em outros é necessário ajuda medicamentosa", informa Gorender, que é também professora adjunta do Departamento de Neurociência e Saúde Mental da Universidade Federal da Bahia (Ufba).


A médica alerta, no entanto, para a necessidade de compreensão do sofrimento como algo normal. "A infelicidade também faz parte da vida. É preciso que as pessoas entendam isso como uma coisa natural. É importante viver os lutos, encarar a dor, conviver com a solidão sem achar que para cada sintoma é necessário um remédio curador", alerta.

Fonte: A Tarde - UOL

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