Estudantes afirmam que adolescente era chamada de apelidos.
Jovem levou arma para 'assustar colega' na escola.
Colegas afirmam que jovem sofre bullying há três
anos (Foto: TV Verdes Mares/Reprodução)
anos (Foto: TV Verdes Mares/Reprodução)
A jovem de 17 anos flagrada com uma arma na escola em que estuda na manhã de quarta-feira (28), no Bairro José Walter, em Fortaleza, sofria bullying segundo os estudantes que frequentam a mesma unidade de educação. “Os meninos implicavam muito com ela.(...). Acho que foi uma reação dela para se defender, acho que a menina não tem culpa. Chamavam ela de 'seca do quinze', 'neguinha' e ela não gostava”, afirmou a colega de sala Naiane Kelly.
Segundo Naiane, a adolescente era quieta e boa aluna. Mas sofria com “brincadeiras” desde o primeiro ano e demonstrava que não gostava, a jovem já está no terceiro ano. Mesmo os estudantes de outras salas sabiam dos ataques sofridos pela estudante. “Nada justifica esse fato, mas não a culpo porque acho bullying algo muito pesado”, disse Vanessa Amaral, que não tinha contato com a adolescente.
O professor da estudante, Franzé Soares, que a desarmou quando a viu com a arma no corredor da escola disse estar surpreso com a atitude da aluna e não sabia dos ataques dos colegas. “Em nenhum momento ela passou isso [os ataques de bullying] pra gente [professores e direção da escola]”, afirmou.
A arma
Soares conta que a jovem chegou atrasada na quarta-feira. Nesses casos, o procedimento da escola pede que a aluna permaneça fora da sala de aula até que se inicie a próxima aula. Mas, segundo professor, a jovem não queria esperar. “Ela é uma menina quieta, calma. Ela ficava pedindo que fosse conduzida para sala de aula e o diretor de turma tentando conversar. Aí, ela tira a arma da bolsa e fala assim, 'eu acho que você não está entendendo. Eu quero ir para a sala conversar com os alunos'”, contou Soares, lembrando que a jovem estava muito nervosa.
Franzé Soares afirmou que viu quando a jovem tirou a arma da bolsa, com o cabo virado para cima. “Pus a mão no tambor [onde fica a munição] e imediatamente a desarmei”, disse ele, acrescentando que a jovem não apontou a arma para ninguém. O revólver, calibre 38, estava sem balas. A adolescente disse para a direção da escola que queria apenas dar um “susto” nos colegas.
A escola
A coordenadora da escola de ensino médio e profissionalizante, Mônica Duarte, a unidade já conta com atividades preventivas para evitar atos como este. Mônicia afirma ainda que os pais dos alunos estão sendo chamados para participarem de reuniões na escola para receberem os devidos esclarecimentos.
As aulas foram suspensas na manhã de quarta-feira. A Superintendência das Escolas Estaduais de Fortaleza (Sefor) afirmou que o fato foi “uma situação pontual”. A estudante foi levada à Delegacia da Criança e do Adolescente, com acompanhamento da diretora da unidade escolar e os pais foram comunicados. O órgão também afirmou que “nas escolas estaduais da capital e do interior há diversas ações de incentivo à cultura de paz”.
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