quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Educação Violência escolar – Agressividade nas escolas

Agressividade nas escolas

No edital passado fizemos uma viagem sobre o que nos leva a sermos violentos, e recordando, falamos sobre o desejo instintual de” dominação” a qualquer custo, para sentirmos  que o território, e as decisões sobre a nossa vida, são nossos.  Falamos também que  desenvolvemos um interesse exagerado por nós mesmo, o egoísmo,  e a partir daí a preocupação não está na destruição do outro, mas sim na dominação sobre o outro, porém  se necessário for passar por cima de alguém para essa dominação acontecer, ou  para  ser feliz…  a pessoa faz. Aliás, é por isso que nós estamos aqui sobreviventes, graças à nossa agressividade, sobrevivemos às outras espécies anteriormente existentes .

E no jornal passado, também elencamos comportamentos do cotidiano, que nós temos mas acreditamos que não são ofensivos, fazendo assim uma imagem de nós mesmos muito complacente, benevolente, não correspondendo a verdade, e que é uma só – todos somos agressivos por instinto, mas as manifestaçoes dessa agressividade, são aprendidas , são reações variadas, e podem ocorrer em pensamentos,  palavras, ou ações, desde as mais insignificantes até as mortais e sádicas.Ponto a ser ressaltado – agressividade pode ser controlada, e  depende de aprendizado.

Vamos então refletir a partir dessas informações, o que está acontecendo nas escolas. Parecem de inicio, inocentes manifestações infantis, porém estamos vendo, que são de extrema violência em palavras e ações, sem medo das consequências, de autoridades, de repreensão e sem remorso.E ocorrem entre alunos, ou entre o aluno e o professor.

Será que as crianças foram abandonadas por Deus?

Parece que não, e  que o problema está em nós.  Ao avanços científicos acabam interferindo de alguma forma no nosso raciocínio, e por isso mudamos conceitos, principalmente os educacionais. Os pais no desejo de se atualizarem, acabam perdendo a convicçaõ na educação antiga, a que receberam, mas não ficam firmes e estruturados o suficiente nos conceitos mais modernos; sem convicção, o filho percebe fraqueza e abusa.  Mas veja só, enquanto está claro que o pai deve educar um filho, alguns pais no outro lado dessa linha, espancam, até mutilam, vitimizando os filhos. Atitude violenta nada tem a ver com educação e sim com a manifestação vingativa da raiva, através da nossa agressividade e dominação. Faz-se então necessário uma intervenção do Estado dando o direito a lei de amparo e proteção de crianças contra os pais violentos.

Com isso muitos dos pais fazem outra leitura: “ nada de correção ,  arreio frouxo é a melhor solução”.  Sem norteamento a criança teme e se fragiliza, mas torna-se prepotente, recurso utilizado  como um mecanismo de defesa. E vemos então crianças que frágeis, não sabem lidar com qualquer frustração, venha ela de qualquer coisa. E se comportam como verdadeiros tiraninhos dos pais, ditando as próprias regras de convívio.

Educar não é demonstrar o quanto voce está irritado e pode ser agressivo, é apontar  rumos, caminhos mais seguros para a criança, ensiná-la sobre o altruísmo como substituto do egoísmo,  através de muita conversa, tem de negociar o tempo todo. Eu brinco com os pais que é bem mais fácil negociar com terroristas e sequestradores  do que com as crianças. Mas é necessário, ela precisa” entender para atender” a ordem dada, ela precisa cooperar com você para operar sozinha na sociedade.

Outra coisa que mudou muito. As pessoas tem medo ou vergonha ( não sei),  sobre sua religiosidade, sua fé. Toda religião se é do bem,  pode-se medir  por uma razão muito simples –  ensina boas atitudes ao praticante em relação a si e à sociedade, porque crê que existe um Deus criador. Interessante,  tem pai que acredita que o filho poderá fazer opção mais tarde. Pergunto, opção entre o quê, quais coisas, se ele não conhece nada que possa ser maior do que ele mesmo, e se está sem qualquer referencial ? Antes nas escolas a gente aprendia algo sobre espiritualidade,lembra, leitor que passou dos cinquenta? Foi retirada por conta dos “ofendidos” ,  e volta em cena agora a discussão sobre essa necessidade. Acho interessante esses pais,  não consentirem que seus filhos aprendam uma religião  diferente.  Preferem deixar crianças vazias da quantidade de tolerância às diferenças,e de compaixão, que as religiões preenchem.   Esses mesmos pais não tem na contrapartida, escrúpulos quando se referem aos jogos e games mortais ou violentos no computador, ou aos programas que querem “comprar a alma dos seus filhos”, que ditam modas de comportamento inadequados à idade querendo lhes vender, programas impróprios `a educação infantil, e tantas outras “gracinhas” sem graça na televisão, revistas de fofocas, sexo escrachado, propagandas de bebidas, e filmes banalizando o valor da  vida. Definitivamente, só existe muita polêmica e oposição quando o assunto é Deus.

A sociedade  não respeita as crianças, pré adolescentes com doze anos já são modelos de marcas famosas, produzidos como verdadeiras mulheres ou homens, com o objetivo de venderem  aquele velho sonho da eterna juventude. Também vendem conceito de rebeldia sem causa, pois as causas nobres estão carentes dos jovens.

São instigados ao namoro e não à amizade, à futilidade e não ao saber, a individualidade e não ao coletivo, ao bem próprio esquecendo o outro.  Subestimamos a capacidade deles, exigindo que sejam apenas medianos, ao invés de nós, os adultos, acreditarmos neles,   exigindo atuação melhor, sobra potencial,  melhorando a autoestima deles.

Não filosofam como antigamente o tradicional “penso logo existo”, mas sim,” Penso que só eu existo”. Cadê a filosofia nas escolas?. Vi uma reportagem na França com crianças de 5 anos na aula de filosofia, maravilhoso! Estavam discutindo o que é mais importante, o coração ou o cérebro.

Se os pais não conseguem as vezes dar conta de sua própria violência, nem de educar, se tiraram Deus do contexto,( Deus que é cavalheiro espera convite para agir novamente), se tem tantos elementos deseducadores e agressivos minando o olhar amoroso ao outro, será que a escola, ambiente de” relações reais constantes”, consegue fazer algo por eles?

Que é professor? É aquele que professa em púbico as verdades das quais  tem convicção.  Mas lhes foi dificultada a profissão, antes porque não havia interesse governamental  em ensinar as massas a pensarem, e agora as massas aprenderam a não pensar, nao se envolver, e nem querem  se engajar em algum movimento além do fank e  torcida de time, e para piorar, a hierarquia mudou – o professor está sempre errado e o aluno sempre certo.

E o bullying está tomando proporções exageradas, pois em doses moderadas sempre existiu, é necessário que as crianças encontrem desafios de toda ordem e os resolvam sem os pais, sempre foi assim; nem tudo é questão para interferência dos adultos,e  na maioria, as crianças dão conta e desenvolvem a capacidade de defesa; mas os fatos violentos  dizem  aos pais que eles devem resolver até as mínimas pendências por seus filhos, não só os casos de perseguições graves, que seriam verdadeiramente bullying.

Alem dos jogos e suas torcidas, das passeatas e seus preconceitos, é nas escolas que atualmente se dão as” relações que não são virtuais”, que são diárias, e querem seguir uma ordem, uma hierarquia, um conteúdo, visando um desempenho pelo menos razoável do aprendente; é tudo o que as crianças estão desacostumadas,  e além, levam a carência da ausência parental. E parece que tem um barril de pólvora imenso alojado  em cada banco escolar, e toda falta, desrespeito, toda dor,tudo o que foi aqui apresentado está representado em forma de violência sem controle aprendido, prestes a se manifestar, e a qualquer momento explodir. 

Basta uma palavra ou ação violenta contrária e BUM…
Nícia Tavares

Fonte: Nicia tavares

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