Agressividade nas escolas
No edital passado fizemos uma viagem sobre o que nos leva a sermos
violentos, e recordando, falamos sobre o desejo instintual de”
dominação” a qualquer custo, para sentirmos que o território, e as
decisões sobre a nossa vida, são nossos. Falamos também que
desenvolvemos um interesse exagerado por nós mesmo, o egoísmo, e a
partir daí a preocupação não está na destruição do outro, mas sim na
dominação sobre o outro, porém se necessário for passar por cima de
alguém para essa dominação acontecer, ou para ser feliz… a pessoa
faz. Aliás, é por isso que nós estamos aqui sobreviventes, graças à
nossa agressividade, sobrevivemos às outras espécies anteriormente
existentes .
E no jornal passado, também elencamos comportamentos do cotidiano,
que nós temos mas acreditamos que não são ofensivos, fazendo assim uma
imagem de nós mesmos muito complacente, benevolente, não correspondendo a
verdade, e que é uma só – todos somos agressivos por instinto, mas as
manifestaçoes dessa agressividade, são aprendidas , são reações
variadas, e podem ocorrer em pensamentos, palavras, ou ações, desde as
mais insignificantes até as mortais e sádicas.Ponto a ser ressaltado –
agressividade pode ser controlada, e depende de aprendizado.
Vamos então refletir a partir dessas informações, o que está
acontecendo nas escolas. Parecem de inicio, inocentes manifestações
infantis, porém estamos vendo, que são de extrema violência em palavras e
ações, sem medo das consequências, de autoridades, de repreensão e sem
remorso.E ocorrem entre alunos, ou entre o aluno e o professor.
Será que as crianças foram abandonadas por Deus?
Parece que não, e que o problema está em nós. Ao avanços
científicos acabam interferindo de alguma forma no nosso raciocínio, e
por isso mudamos conceitos, principalmente os educacionais. Os pais no
desejo de se atualizarem, acabam perdendo a convicçaõ na educação
antiga, a que receberam, mas não ficam firmes e estruturados o
suficiente nos conceitos mais modernos; sem convicção, o filho percebe
fraqueza e abusa. Mas veja só, enquanto está claro que o pai deve
educar um filho, alguns pais no outro lado dessa linha, espancam, até
mutilam, vitimizando os filhos. Atitude violenta nada tem a ver com
educação e sim com a manifestação vingativa da raiva, através da nossa
agressividade e dominação. Faz-se então necessário uma intervenção do
Estado dando o direito a lei de amparo e proteção de crianças contra os
pais violentos.
Com isso muitos dos pais fazem outra leitura: “ nada de correção ,
arreio frouxo é a melhor solução”. Sem norteamento a criança teme e se
fragiliza, mas torna-se prepotente, recurso utilizado como um
mecanismo de defesa. E vemos então crianças que frágeis, não sabem lidar
com qualquer frustração, venha ela de qualquer coisa. E se comportam
como verdadeiros tiraninhos dos pais, ditando as próprias regras de
convívio.
Educar não é demonstrar o quanto voce está irritado e pode ser
agressivo, é apontar rumos, caminhos mais seguros para a criança,
ensiná-la sobre o altruísmo como substituto do egoísmo, através de
muita conversa, tem de negociar o tempo todo. Eu brinco com os pais que é
bem mais fácil negociar com terroristas e sequestradores do que com as
crianças. Mas é necessário, ela precisa” entender para atender” a ordem
dada, ela precisa cooperar com você para operar sozinha na sociedade.
Outra coisa que mudou muito. As pessoas tem medo ou vergonha ( não
sei), sobre sua religiosidade, sua fé. Toda religião se é do bem,
pode-se medir por uma razão muito simples – ensina boas atitudes ao
praticante em relação a si e à sociedade, porque crê que existe um Deus
criador. Interessante, tem pai que acredita que o filho poderá fazer
opção mais tarde. Pergunto, opção entre o quê, quais coisas, se ele não
conhece nada que possa ser maior do que ele mesmo, e se está sem
qualquer referencial ? Antes nas escolas a gente aprendia algo sobre
espiritualidade,lembra, leitor que passou dos cinquenta? Foi retirada
por conta dos “ofendidos” , e volta em cena agora a discussão sobre
essa necessidade. Acho interessante esses pais, não consentirem que
seus filhos aprendam uma religião diferente. Preferem deixar crianças
vazias da quantidade de tolerância às diferenças,e de compaixão, que as
religiões preenchem. Esses mesmos pais não tem na contrapartida,
escrúpulos quando se referem aos jogos e games mortais ou violentos no
computador, ou aos programas que querem “comprar a alma dos seus
filhos”, que ditam modas de comportamento inadequados à idade querendo
lhes vender, programas impróprios `a educação infantil, e tantas outras
“gracinhas” sem graça na televisão, revistas de fofocas, sexo
escrachado, propagandas de bebidas, e filmes banalizando o valor da
vida. Definitivamente, só existe muita polêmica e oposição quando o
assunto é Deus.
A sociedade não respeita as crianças, pré adolescentes com doze anos
já são modelos de marcas famosas, produzidos como verdadeiras mulheres
ou homens, com o objetivo de venderem aquele velho sonho da eterna
juventude. Também vendem conceito de rebeldia sem causa, pois as causas
nobres estão carentes dos jovens.
São instigados ao namoro e não à amizade, à futilidade e não ao
saber, a individualidade e não ao coletivo, ao bem próprio esquecendo o
outro. Subestimamos a capacidade deles, exigindo que sejam apenas
medianos, ao invés de nós, os adultos, acreditarmos neles, exigindo
atuação melhor, sobra potencial, melhorando a autoestima deles.
Não filosofam como antigamente o tradicional “penso logo existo”, mas
sim,” Penso que só eu existo”. Cadê a filosofia nas escolas?. Vi uma
reportagem na França com crianças de 5 anos na aula de filosofia,
maravilhoso! Estavam discutindo o que é mais importante, o coração ou o
cérebro.
Se os pais não conseguem as vezes dar conta de sua própria violência,
nem de educar, se tiraram Deus do contexto,( Deus que é cavalheiro
espera convite para agir novamente), se tem tantos elementos
deseducadores e agressivos minando o olhar amoroso ao outro, será que a
escola, ambiente de” relações reais constantes”, consegue fazer algo por
eles?
Que é professor? É aquele que professa em púbico as verdades das
quais tem convicção. Mas lhes foi dificultada a profissão, antes
porque não havia interesse governamental em ensinar as massas a
pensarem, e agora as massas aprenderam a não pensar, nao se envolver, e
nem querem se engajar em algum movimento além do fank e torcida de
time, e para piorar, a hierarquia mudou – o professor está sempre errado
e o aluno sempre certo.
E o bullying está tomando proporções exageradas, pois em doses
moderadas sempre existiu, é necessário que as crianças encontrem
desafios de toda ordem e os resolvam sem os pais, sempre foi assim; nem
tudo é questão para interferência dos adultos,e na maioria, as crianças
dão conta e desenvolvem a capacidade de defesa; mas os fatos violentos
dizem aos pais que eles devem resolver até as mínimas pendências por
seus filhos, não só os casos de perseguições graves, que seriam
verdadeiramente bullying.
Alem dos jogos e suas torcidas, das passeatas e seus preconceitos, é
nas escolas que atualmente se dão as” relações que não são virtuais”,
que são diárias, e querem seguir uma ordem, uma hierarquia, um conteúdo,
visando um desempenho pelo menos razoável do aprendente; é tudo o que
as crianças estão desacostumadas, e além, levam a carência da ausência
parental. E parece que tem um barril de pólvora imenso alojado em cada
banco escolar, e toda falta, desrespeito, toda dor,tudo o que foi aqui
apresentado está representado em forma de violência sem controle
aprendido, prestes a se manifestar, e a qualquer momento explodir.
Basta uma palavra ou ação violenta contrária e BUM…
Nícia Tavares
Fonte: Nicia tavares
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