domingo, 1 de abril de 2012

Violência escolar: reflexo de uma sociedade violenta


Cleiton José Senem
Durante a última semana, acompanhamos pelos meios de comunicação algumas reportagens que apresentaram vários casos de violência nas escolas da região. Geralmente, quando ouvimos estas notícias, temos necessidade de encontrar culpados e puni-los. Apressadamente, culpamos os alunos, as famílias, a escola ou os professores. Entretanto, a violência é um fenômeno complexo que está presente em todas as estruturas da nossa sociedade, como por exemplo, entre as torcidas de futebol, no trânsito etc. Infelizmente, vivemos numa cultura da violência, que está associada à exclusão social, à impunidade, ao desemprego, à busca pelo poder, à coisificação da pessoa humana, não levando em conta a alteridade e o respeito pelo outro.

Sabemos que a escola não é uma instituição isolada, mas é reflexo do que acontece no dia a dia da sociedade. A violência nas escolas não é um fenômeno privado, mas está intimamente ligado à sociedade violenta na qual vivemos. Questões complexas exigem soluções complexas que envolvem toda a sociedade. Faz-se necessário promover uma educação para valores mais humanos e sociais, que tornem as pessoas capazes de resolver os conflitos através do diálogo e do respeito; desenvolvendo uma maior capacidade de tolerância.


Necessitamos de uma ética que reflita sobre nossos valores atuais, investigando-os e depurando-os, para que possamos levar os seres humanos a uma realização mais plena, tendo em vista o bem comum. A realidade escolar precisa articular todos os seus atores: equipe de gestão, professores, família, alunos, bem como toda a sociedade, promovendo uma cultura da paz. Sabemos que o trabalho não é fácil e nem simples, mas de extrema necessidade se quisermos lançar as sementes para uma sociedade melhor, onde a convivência entre todos não seja apenas um ideal, mas uma realidade. A escola é um instrumento de transformação da sociedade, mas não é o único. Ela deverá sempre trabalhar em parceria com as famílias, com os meios de comunicação, com o poder público, transformando o caos em cosmos.


O autor
, Cleiton José Senem, é professor de Ética e Psicologia na USC
 
Fonte: J Net

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