Artistas internacionais iniciam hoje (30/03) uma campanha contra ataques pessoais na internet
Nesta sexta-feira (30/03), será lançado nos Estados Unidos o
documentário “Bully”, que retrata a realidade de milhares de crianças e
adolescentes que sofrem diferentes tipos de discriminação e agressões
físicas e morais dentro e fora de escolas, o chamado bullying.
O termo tem origem na palavra inglesa bully, que significa valentão,
brigão. Mesmo sem um equivalente em português, é entendido como ameaça,
tirania, intimidação e humilhação.
Para protestar contra esses atos e pedir a redução da classificação
indicativa do filme (que é para maiores de 17 anos), artistas
internacionais como Katy Perry, Justin Bieber e Lady Gaga resolveram
organizar uma campanha contra o bullying.
No microblog Twitter, os cantores já começaram a publicar apelos aos
fãs para que participem de um abaixo-assinado pedindo a liberação do
filme para adolescentes a partir de 13 anos. As celebridades também
pedem aos tuiteiros que denunciem atitudes violentas na internet, o
chamado cyberbullying ou bullying virtual.
O cyberbullying é o bullying feito em meios eletrônicos, com mensagens
difamatórias ou ameaçadoras circulando por e-mails, sites, blogs, redes
sociais e celulares. É quase uma extensão do que dizem e fazem na
escola, mas com o agravante de que as pessoas envolvidas não estão cara a
cara.
Como se proteger
De acordo com Coriolano Almeida Camargo, presidente da comissão de
crimes de alta tecnologia da OAB de São Paulo, comentários
discriminatórios feitos na comunidade virtual são considerados crime de
injúria por preconceito.
- É comum o agressor justificar suas ofensas como brincadeira, para se
defender e continuar a praticar as maldades. Mas ofensa não é
brincadeira! Uma das características do bullying é justamente a
dificuldade em identificá-lo. O fato dessa prática ser comum, entre
crianças e adolescentes, não significa que ela seja normal ou que não
seja danosa.
Camargo conta que, em 2007, um aluno de um curso de pós-graduação de
uma universidade de Minas Gerais enviou uma mensagem extremamente
ofensiva contra uma colega de classe.
- O e-mail foi endereçado para 52 pessoas. O agressor chamou a
estudante de “imbecil” e “retardada”, dizendo que ela escrevia e-mails
inúteis. A estudante, ofendida, ajuizou ação de indenização por danos
morais contra o colega de sala, alegando que havia sofrido abalo
psicológico, ao ser humilhada e exposta ao ridículo, perante aquelas
pessoas de seu convívio social.
De acordo com Camargo, ao final do processo, o estudante foi condenado
pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais a pagar indenização no valor de
R$ 4 mil, por danos morais, em favor da colega ofendida.
- Este é um excelente exemplo do que pode e deve ser feito. Acredito
também que os pais devem conversar com a escola e com os responsáveis
pelos estudantes quando seus filhos sofrerem o cyberbullying.
Para o especialista, todos os crimes de bullying, virtuais ou não, precisam ser denunciados.
- Recomendo que os jovens que sofrem essa violência e seus responsáveis
procurem o Ministério Público Federal e a Polícia Militar.
Os crimes também podem ser denunciados no site da Polícia Federal. Não é
necessário se identificar. A denúncia também pode ser feita pelo
telefone 181 (São Paulo e região metropolitana). A ligação é gratuita e
pode ser anônima.
Fonte: 180 Graus
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