Levantamento da Polícia de Pernambuco mostra que só nos primeiros seis meses deste ano foram registrados 83 casos de agressão
Só nos primeiros seis meses deste ano foram registrados mais de 80 casos de agressão nas escolas públicas de Pernambuco. O aumento da violência entre os estudantes preocupa pais e professores.
Muitas vezes as brigas invadem os colégios. Como mostram vídeos de agressões gravadas pelos próprios alunos. Nas imagens, é possível ver que os colegas debocham e não tentam separar os envolvidos na confusão.
E uma pesquisa mostra que a violência nas escolas cresce a cada ano. É o que revela um levantamento feito pela Polícia de Pernambuco. Os registros são de agressões físicas.
Durante todo o ano passado, a Secretaria de Defesa Social tomou conhecimento de 70 casos em escolas estaduais e municipais. Só nos primeiros seis meses deste ano, já foram 83 casos registrados.
A especialista em educação Rejane Maia acredita que a falta de limites e de respeito em casa está na raiz das agressões. "Muitos jovens estão perdidos. Estão precisando de limites, de referências sólidas e acho que essa intranquilidade emocional faz com que se reflitam em atitude de intolerância nas escolas. E essas intolerâncias vão se tornando agressões e violências em última instância”, explicou.
Na escola Luiz Gonzaga um grupo composto pela juíza da Vara da Infância e da Juventude, gestores, estagiários de direito e de psicologia, mães e alunos participam do comitê de mediação de conflitos escolares. "O que se tem a ganhar com isso é que a gente possa estar na escola de fato protegendo as crianças e garantindo o direito dessas crianças no sentido de que elas não estejam sofrendo, nem praticando atos de violência”, afirmou a secretária de Educação da cidade, Edilene Soares.
O comitê - que já foi instalado em 12 escolas do município - discute prevenção. Inclusive do bullying, que é a intimidação ou agressão física ou psicológica direcionada repetidas vezes a uma pessoa. Larissa Marcelino, da 6ª série, é a representante dos alunos e não falta a uma reunião. "A gente primeiro senta com os alunos, conversamos sobre tudo, sobre violência em geral, perguntamos as dúvidas que eles têm e trazemos para o comitê. O comitê dá uma resposta e eu levo a resposta para eles”, disse a estudante.
Nas salas de aula, o trabalho do comitê é com a apresentação do livreto de literatura de cordel que tem o título "A peleja da covardia com a senhora educação". “É uma linguagem simples e de fácil compreensão para as crianças e adolescentes. dentro da escola isso com certeza vai ter eficácia no combate do bullying”, destacou a juíza Sônia Stamford.
Fonte: Pernambuco 360 graus
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