Ideia é lançar programa em julho e englobar escolas estaduais e municipais.
Isabella Belli/ Da Redação
São Leopoldo - Um programa contra a violência está sendo elaborado pelas secretarias municipais de Segurança (Semusp) e Educação (Smed) e envolverá escolas municipais e estaduais a partir de julho. O programa que ainda não tem um nome definido - poderá se chamar Escola Sem Medo ou Escola Segura - está sendo criado em parceria com a 2.ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) com o apoio das secretarias de Esporte, Cultura, Assistência Social, Saúde, além da Brigada Militar, Corpo de Bombeiros e Conselho Tutelar. A medida está sendo tomada devido ao grande número de ocorrências relacionadas à violência nas escolas, como agressão física e moral, dentro e fora da área escolar, bullying, abordagem de pessoas desconhecidas e depredação do patrimônio público. Segundo o chefe da Guarda Municipal, Eduardo Fabiano de Oliveira, o número de chamadas feitas por equipes diretivas e até mesmo por alunos chega a sete por dia. ‘‘Tivemos este aumento na demanda após a chacina na escola de Realengo, no Rio de Janeiro.’’
Curso da guarda
Alguns trabalhos já iniciaram mesmo antes do lançamento do programa, como as palestras feitas pela Guarda Municipal nas escolas, alertando sobre os perigos dentro e fora do colégio. ‘‘Para isso, estamos qualificando o policiamento com cursos de capacitação. Atualmente existem 25 guardas participando’’, afirmou Eduardo de Oliveira, chefe da Guarda Municipal.
Alunos mais calmos
Para a diretora Nara Schweinberger, da Escola Estadual Parque do Trabalhador, projetos educativos no contraturno escolar podem servir não só como ocupação de tempo, mas também como terapia. ‘‘Temos a nossa horta e ouvimos de alguns alunos que trabalhar nela e cuidar das verduras acalma. Apesar disso, saber que um programa está sendo elaborado e que deve ser lançado em breve dá esperança, já que não temos uma equipe pronta, com psicólogas, e acho que com essa parceria conseguiremos reduzir bastante essas ocorrências.’’
Ação em Três eixos
De acordo com a titular da Semusp, Eliene Amorim, o programa deve ser dividido em três eixos: formação, mobilização e monitoramento das ações. ‘‘No primeiro eixo vamos trabalhar com os familiares, professores e alunos, mediando conflitos, ressaltando a proteção integral e o respeito mútuo. A mobilização seria em relação à comunidade fora da escola, para que se integre ao meio escolar e auxilie na redução da violência, principalmente através de denúncias. Já o monitoramento seria um acompanhamento permanente e sistemático das ações para poder mapear os resultados e repensar o trabalho feito’’, explica.
Longe das drogas
Preocupada com o aumento da violência nas escolas, a 2ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), que será parceira no programa, também já deu início a algumas ações, como uma palestra que será feita pelo promotor público de Portão Marcelo Tubino, que falará como proceder com os pontos de tráfico de drogas em volta das escolas. O encontro será segunda-feira, dia 20, às 19h30, no auditório do Colégio São Luís.
‘‘Dos 36 municípios cobertos pela 2ª CRE, os quatro onde a incidência de violência é maior nas escolas são os mais populosos: Novo Hamburgo, São Leopoldo, Montenegro e Taquara. Por isso, neste primeiro encontro, vamos reunir as equipes diretivas das cidades de São Leopoldo e Novo Hamburgo’’, explica Mariléia Cell, chefe de gabinete da 2ª CRE. ‘‘A violência existe entre os alunos porque é trazida da rua e de casa para dentro da escola. Os conflitos surgem e devem ser mediados de forma correta’’, ressalta Mariléia.
Pessoas estranhas no entorno
Na Escola Estadual Parque do Trabalhador, no bairro Vicentina, não foi possível esperar pelo lançamento do programa contra a violência. Mesmo com a área cercada por grades e muros, a movimentação de pessoas desconhecidas abordando os alunos, principalmente durante o intervalo, assusta a diretora Nara Schweinberger. ‘‘Tentamos conversar com essas pessoas, que normalmente são rapazes que chegam de moto, mas o mais importante é o diálogo interno para que os alunos não se aproximem’’, afirma ela, que por meio de ações educativas mostra aos alunos que a violência não leva a nada.
‘‘Essa semana tivemos um caso de três alunos que picharam uma parede e após identificados nós sugerimos que eles limpassem no contraturno escolar e eles aceitaram. Devemos mostrar o certo para que façam o certo e não nos omitirmos diante da situação’’, completa a diretora.
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