domingo, 8 de março de 2015

Polícia investiga se briga levou estudante a entrar em coma

Fonte: Mogi News

Adolescente teria sido espancado em frente à escola por ser filho de casal homossexual


O caso do menino de Ferraz está sendo investigado pelo Setor de Homicídios de Itaquaquecetuba
Claudia Irente
De Ferraz
Apesar de descartar, inicialmente, que um adolescente de 14 anos tenha entrado em coma devido a um possível espancamento, que teria ocorrido às 7 horas da quinta-feira, na porta de uma escola estadual na Vila Jamil, em Ferraz de Vasconcelos, policiais do Setor de Homicídios (SH) de Itaquaquecetuba continuam investigando se existe alguma ligação entre uma eventual briga com o estado em que o menor está. Conforme a informação preliminar que chegou até a Polícia Civil, o menor vinha sofrendo bullying por ser filho de um casal homossexual. O fato, entretanto, não foi confirmado pela polícia, pela escola nem pelo pai do menino, já que o caso ainda está sendo apurado.

Até o fechamento desta reportagem, a vítima continuava internada no Hospital Regional de Ferraz, em estado gravíssimo, e, segundo o delegado-titular do SH de Itaquá, Eduardo Boigues Queroz, a princípio os médicos diagnosticaram que ele havia sofrido um aneurisma. "Estamos investigando se existe nexo de causalidade entre o fato e o resultado", comentou o delegado.

Na quinta-feira, um boletim de ocorrência foi registrado informando que a polícia havia recebido uma informação, via Disque-Denúncia, de que um aluno tinha sido agredido por outros adolescentes, na porta da escola, "por residir com pais do sexo masculino e que, em virtude das lesões, tinha morrido no hospital". A Polícia Civil foi até o local, onde nada encontrou e, posteriormente, até o hospital, sendo informada pelo médico que o menino teve um "acidente vascular cerebral, sem lesões externas ou trauma craniano". Em contato com a diretoria da escola, foi informado que o garoto e outro estudante tiveram uma "discussão", sendo ambos chamados para se reconciliarem, sem que fossem relatadas agressões físicas. Os dois pediram desculpas um ao outro e, em seguida, voltaram para a sala de aula. Às 10h30, o menor passou mal e foi levado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) até o hospital. 
Passado triste
Informações extraoficiais dão conta de que o menor, quando criança, foi dado pela mãe ao pai adotivo, depois, tirado dele pelo pai biológico. Anos depois, o Conselho Tutelar encontrou ele e seu irmão no apartamento em que viviam com o pai biológico, em São Paulo, com sinais de abandono e maus-tratos. 
O menino tinha hematomas na barriga, pedia "socorro por estar passando fome" e dizia que era agredido e ameaçado com faca, constantemente, pelo pai biológico. O garoto passou a viver novamente com o pai adotivo, com quem já estava morando há quatro anos, mas nunca tinha dito a ele que sofria bullying na escola.

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