Um problema mundial encontrado em qualquer escola, bullying é um termo utilizado para designar a prática de atos agressivos entre estudantes, não restringindo um tipo especifico de idade, gênero, raça, classe social ou tipo de instituição. Mascarado, muitas vezes, como forma de brincadeira, é um comportamento que pode causar danos irreversíveis no psiquismo dos envolvidos: vítima, agressor e testemunhas. Entretanto, muitas vezes as escolas ignoram ou minimizam os efeitos do bullying por não saberem como lidar com esse mal.
Segundo a psicoterapeuta e consultora educacional, Luciana Caldas, as instituições de ensino, em muitos casos, se omite diante de situações desse tipo, ou tratam a questão como simplesmente um mau comportamento de um aluno, sem o entendimento de que algumas situações de conflito, exclusão ou perseguição podem ser indicativas de bullying. “A diferença entre ambos é, principalmente, o impacto psicológico causado nas vítimas. A frequência e repetição dos comportamentos violentos também são importantes indicativos da sua existência”, afirma.
Esse tipo de prática é preocupante por atingir faixas etárias cada vez menores, como crianças nos primeiros anos da escolarização, além de propiciar o desenvolvimento de sintomatologias de estresse, de doenças psicossomáticas, de transtornos mentais e de psicopatologias graves.
Pessoas que foram provavelmente vítimas de bullying podem trazer consigo sentimentos de rejeição, tristeza e humilhação. Isso pode, posteriormente, acarretar em atitudes extremas como as tragédias escolares que nos últimos anos vêm sendo noticiadas com frequência pela mídia. O caso mais conhecido é o do Colégio Columbine, em Littleton, Estado de Colorado, nos EUA. No Brasil, o “Massacre de Realengo”, em 2011, chocou a todos com o assassinato em massa de 12 alunos em uma escola municipal, com posterior suicídio do autor do crime. Em ambos os casos, os atiradores foram vítimas de bullying.
Apesar de tão comum, esse ainda é um problema pouco discutido nas escolas, o que contribui consideravelmente para a sua propagação. “Ignorar a existência do fenômeno é fomentar a sua existência e potencializar os danos causados. O diálogo, a informação, o suporte e o estabelecimento de vínculos de afeto e confiança são instrumentos eficazes para combater esse problema, além de inadmitir qualquer tipo de violência.”, garante a psicoterapeuta.
As instituições de educação, assim como seus profissionais, devem reconhecer a extensão e o impacto gerado pela prática de bullying entre estudantes e desenvolver medidas para reduzi-las rapidamente. Os melhores resultados são obtidos por meio de intervenções precoces que envolvam pais, alunos e educadores. Quando a comunidade escolar torna-se consciente da existência do fenômeno e das consequências desse comportamento, fica mais fácil desenvolver estratégias de intervenção e prevenção que vão melhorar a qualidade de vida de todos no universo educacional.
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