terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Plano de Educação vai ser finalizado em conferência


Vinícius Lousada
Depois da gestação, Bauru está mais próximo de possuir um Plano Municipal de Educação (PME) para nortear, pelos próximos dez anos, as diretrizes que deverão ser seguidas pelas redes privada e pública de todas as esferas, do ensino infantil ao superior. A conferência para que os delegados votem o plano está marcada para os dias 9 e 10 de janeiro de 2012. O plano deve ser a última ferramenta que o município precisa elaborar para que possa se configurar como um sistema próprio de ensino.

O texto base do plano ficou pronto no início do mês de novembro e está disponível a toda a sociedade no site oficial da Prefeitura de Bauru. A legislação prevê que a elaboração do documento tenha a participação popular e de setores organizados. Dessa forma, além de ter acesso ao seu conteúdo, os munícipes e cidadãos podem contribuir a partir de um formulário on-line. “É fundamental a sensibilização da comunidade. O objetivo é discutir qual a educação que queremos, qual é a realidade dela atualmente e quais são as propostas e metas para que alcancemos o ideal”, explicou o coordenador do PME, Celso Zonta.

O plano deve abordar questões importantes, visando o cenário atual e as perspectivas para o período dos próximos 10 anos. O País teve seu primeiro Plano Nacional de Educação em 2001. O documento está prestes a expirar e, durante sua vigência, houve mudanças relevantes, como a inclusão no atendimento educacional de crianças com até três anos de idade e a ampliação de oito para nove anos no ensino fundamental.

O processo de ampliação no horário de atendimento a alunos do ensino infantil para o período integral é uma das questões que merece atenção especial. Já existe uma demanda reprimida e, segundo a secretária Vera Casério, ficando o dia inteiro na unidade escolar, cada aluno, na prática, é contabilizado como dois. “Nosso objetivo é levar o atendimento integral para todas as unidades de ensino infantil. A procura é cada vez maior porque os pais trabalham o dia inteiro”, pontua.

No entanto, por se tratar um prazo de 10 anos de vigência, Celso e Vera reconhecem que até mesmo questões como a redução da natalidade devem ser consideradas, em razão da provável estagnação da demanda. A meta é a universalização de vagas do ensino infantil até 2021. “Pelo cenário atual em Bauru, é possível chegarmos a isso bem antes do prazo”, avalia Zonta.

Antes da conferência, marcada para 9 e 10 de março, haverá a pré-conferência, onde serão debatidos temas relevantes para a elaboração do plano, nos dias 1.º e 2 de fevereiro.



Censo educacional

O coordenador do plano defende também a realização de um censo educacional no município para o diagnóstico preciso de alguns cenários para que o poder público possa atuar. Um dos exemplos é o Ensino de Jovens e Adultos (EJA).
Zonta explica que, realizado há 25 anos, o programa reduziu de 14% para 3% o índice de analfabetismo. No entanto, o governo precisa detectar onde estão essas pessoas. “Sabemos que a maior dificuldade está na faixa etária acima de 45 anos, mas precisamos saber onde está essa população. Atuando de forma adequada, é viável chegarmos ao analfabetismo zero”, pontua.

Segundo a secretária municipal da Educação, atualmente, as escolas precisam procurar os alunos para completar as salas do EJA. “É muito difícil que a própria pessoa procure, até mesmo porque eles não querem dizer que são analfabetos porque não entendem que a culpa não é deles”, observa Vera.



Temas transversais

A abordagem pedagógica em temas abrangentes – e muitas vezes delicados -, chamados de transversais também deve ser prevista pelo PME. Além de questões como ética, cidadania e moralidade, Zonta afirma que o plano precisa debater como tratar de bullying, educação sexual e orientação sexual. “Como vamos discutir esse assunto? Qual o conteúdo que vamos trabalhar?”, aponta o coordenador do PME.



Sistema próprio

A secretária Vera Casério voltou a confirmar a intenção de que a rede municipal de ensino se transforme em um sistema próprio, com autonomia pedagógica e de gestão. Atualmente, existe subordinação ao sistema do Governo do Estado.

Além do PME, que deve entrar em vigor no ano que vem, a secretaria elaborou, ao longo dos últimos dois anos, o Plano de Cargos, Carreiras e Salários e a reestruturação do organograma da pasta, ambos já aprovados, além do Estatuto do Magistério, que tramita na Câmara Municipal. “Precisamos das quatro ferramentas para fazer a solicitação”, explica Casério.

Fonte: JC Net

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